De acordo com os dados mais recentes do Sistema de Alerta de Desmatamento do Imazon, em maio, a Amazônia perdeu 649 km² de floresta. Esse é o segundo maior índice de desmatamento para o mês de maio dos últimos dez anos.

 

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Desmatamento registrado na Amazônia em maio foi o 2º maior da década

 

 

Série histórica do desmatamento

Entre 1990 e 2010, foram derrubados 55 milhões de hectares de floresta no Brasil. derrubados. Só na Amazônia, 780 mil km² de vegetação nativa já se perderam, uma área mais do que duas vezes maior que o território da Alemanha. O ritmo da destruição, nas últimas duas décadas, foi 170 vezes mais rápido do que aquele registrado na Mata Atlântica durante o Brasil-Colônia. A perda foi acelerada entre 1990 e 2000, com em média 18,6 mil km² desmatados por ano, e entre 2000 e 2010, com 19,1 mil km² perdidos anualmente e 6 mil km² entre 2012 e 2017. De acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), em 2019, a Amazônia perdeu 6.200 km² de vegetação, um aumento de 16% em comparação com o total desmatado em 2018.

Cerca de 20% da floresta original já foi colocada abaixo sem que benefícios significativos para os brasileiros e para o desenvolvimento da região fossem gerados.

GRÁFICO 1 - Monitoramento

A área de floresta perdida equivale a duas vezes o território da Alemanha. Desse total desmatado, 65% é usado para pastagens de baixa eficiência – menos de um boi por hectare. 

Prejuízos do desmatamento

O desmatamento afeta diretamente o clima em todo o planeta. As temperaturas podem aumentar e desregular o regime de chuvas no Brasi. Na bacia do Xingu, a temperatura subiu 0.5 C como decorrência da perda de florestas nos últimos anos, e isso pode estar relacionado às secas que têm prejudicado a produção agrícola na região. Ou seja, desmatar a Amazônia é destruir o regador da agricultura, o que gera prejuízos inclusive ao agronegócio.

O crescimento da poluição atmosférica gerada também está ligado diretamente ao aumento na devastação das florestas. O fim do desmatamento na Amazônia, além de contribuir com o mundo na luta contra a mudança climática, será fundamental para a produtividade agrícola no futuro. A estabilidade do clima no planeta depende da floresta em pé. 

A poluição decorrente das queimadas associadas ao desmatamento causa ainda doenças e mortes prematuras. A redução do desmatamento/queimadas na Amazônia já evitou de 400 até 1.700 mortes precoces por doenças respiratórias por ano entre 2001 e 2012, na América Latina. 

O desmatamento também oferece riscos para a economia. A ocupação de terras públicas, processo conhecido como grilagem, já rendeu um prejuízo aos cofres públicos de mais de R$ 20 bilhões. Além disso, os índices de destruição da floresta podem provocar um boicote aos produtos brasileiros associados ao desmatamento. 

Como zerar o desmatamento?

Zerar o desmatamento é necessário e não é impossível alcançar essa meta. As medidas implementadas entre os anos de 2005 e 2012, derrubaram as taxas de desmatamento na região em cerca de 70%, ou seja, o Brasil já sabe o caminho para acabar com a destruição da floresta. 

Uma das ações mais urgentes é evitar a grilagem de terras públicas. Em 2016, pelo menos 24% do desmatamento se concentrou em áreas públicas sem destinação. Hoje, há 70 milhões de hectares não destinados na Amazônia que precisam ser convertidos em terras indígenas e unidades de conservação para que não sejam ocupados por grileiros e desmatados. 

O estímulo à economia florestal por meio de programas de governo também precisa ser ampliado. A extração de produtos florestais rendeu cerca de R$ 3 bilhões na média de 2015 e 2016, dos quais R$ 1,8 bilhão são oriundos da exploração de madeira e 537 milhões de extração de açaí. O mercado global de commodities já vem exigindo o fim do desmatamento em suas cadeias produtivas, então, é extremamente importante que o país invista em produtos que respeitem o meio ambiente e valorizem a preservação da floresta. 

POLÍTICAS PÚBLICAS QUE PODEM SER EFETIVAS NO COMBATE AO DESMATAMENTO:

  • Aumentar a eficácia da fiscalização e coibir a grilagem de terras
  • Criar e assegurar a implementação de áreas protegidas
  • Potencializar a economia florestal
  • Favorecer as melhores práticas agropecuárias e priorizar o crédito rural apenas para os municípios que reduzirem o desmatamento e, assim, estimular produtores rurais, prefeitos e governadores a se engajarem contra o desmatamento

OUTROS BENEFÍCIOS DO DESMATAMENTO ZERO

  • Redução de emissões de gases do efeito estufa no Brasil
  • Redução de doenças e mortes derivadas da poluição das queimadas
  • Redução de risco de mudanças climáticas e consequentes impactos na produção agropecuária
  • Abertura de novos mercados de commodities e manutenção de mercados mais exigentes
  • Redução do risco legal para empresas e produtores rurais (multas, embargos)
  • Diversificação de fontes de receita em florestas protegidas (turismo, madeira, produtos não-madeireiros, compensação ambiental)
  • Redução de concentração de renda e violência no campo associada à grilagem
  • Redução do trabalho escravo
  • Preservação de direitos de povos tradicionais e indígenas

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