Brasília – A organização não-governamental Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou hoje (5) novos dados sobre o desmatamento na Amazônia. De acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), levantamento paralelo ao feito pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em janeiro de 2009, a Amazônia perdeu 51 quilômetros quadrados de cobertura vegetal, redução de 38% em relação a janeiro de 2008.

Levantamento do Inpe divulgado na última terça-feira apontou 222 quilômetros quadrados de desmate no mesmo período. No entanto, o Inpe preferiu divulgar dados trimestrais (novembro a janeiro), que somaram 754 quilômetros quadrados, resultado 70% menor que no mesmo período do ano anterior. Outra diferença entre os dois levantamentos é que os dados do Imazon não incluem o Maranhão na contagem.

De acordo com a ONG, a maioria dos novos desmatamentos em janeiro ocorreu em Mato Grosso, 73 quilômetros quadrados (85% do total), seguido pelo Pará, com quatro quilômetros quadrados (7%) e Tocantins, com três quilômetros quadrados (5%). No entanto, a cobertura de nuvens pode ter influenciado o resultado da medição dos satélites. Enquanto em Mato Grosso foi possível visualizar 72% do território, a média de visibilidade de toda a região no período foi de apenas 33%.

“A cobertura de nuvens pode ter subestimado os dados de desmatamento ocorrido em janeiro. A região não-mapeada corresponde a mais de dois terços do território da maioria dos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Pará, Rondônia e Roraima, aponta o levantamento.

A maioria dos desmatamentos no período (79%) ocorreu em áreas privadas, segundo a ONG. Oito por cento das derrubadas foram registradas em assentamentos da reforma agrária, 7% em terras indígenas e 5% em unidades de conservação.

O relatório do Imazon também comparou o desmate acumulado nos seis primeiros meses do calendário do desmatamento (agosto a janeiro) com o mesmo período do ano anterior. Entre agosto de 2008 e janeiro de 2009, a ONG verificou 687 quilômetros quadrados de desmatamento, redução de 80% em relação ao período anterior (2007/2008), quando os satélites registraram 3.515 quilômetros quadrados de devastação.

Em análise também divulgada hoje, o Imazon afirma que as políticas adotadas pelo governo para combater o desmatamento estão sendo efetivas na preservação da Amazônia. A ONG cita a apreensão e o leilão dos chamados “bois piratas, as operações de fiscalização e a restrição de crédito agrícola às propriedades irregulares como medidas que já demostraram efeitos positivos.


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