Aberta ao público, plataforma analisa diversas variáveis, entre elas estradas legais e ilegais,
para mostrar as áreas sob maior risco. Com isso, fornecerá dados para que
a destruição da floresta possa ser evitada
O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), a Microsoft e o Fundo Vale lançaram oficialmente a PrevisIA, uma plataforma que usará Inteligência Artificial (IA) para prever as áreas sob maior risco de desmatamento na Amazônia. E, com isso, fornecerá dados para que a destruição da floresta possa ser evitada.
A solução foi apresentada nesta quarta-feira (4) em um evento virtual que contou com a participação de Carlos Souza Jr., pesquisador associado do Imazon; Rodrigo Kede, vice-presidente corporativo da Microsoft; Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil; e Hugo Barreto, diretor de Investimento e Desenvolvimento Social da Vale.
Aberta ao público e com fácil visualização de dados, a PrevisIA analisa diversas variáveis para indicar as áreas sob maior risco de desmatamento, entre elas estradas legais e ilegais, topografia, cobertura do solo, infraestrutura urbana e dados socioeconômicos. Para realizar essa análise, a ferramenta conta um algoritmo de IA e com um modelo de risco desenvolvidos pelo Imazon e com recursos avançados de nuvem de computadores do Microsoft Azure.
Além do mapa de calor, a plataforma indica a área total e o número de municípios, unidades de conservação, terras indígenas, territórios quilombolas e assentamentos rurais sob risco de desmatamento na Amazônia. A ferramenta também possibilita a análise por estado e fornece rankings de estados e municípios com maior probabilidade de terem áreas de floresta destruídas.
Informações que poderão ser usadas por órgãos públicos para o planejamento e a execução de ações preventivas, de combate e de controle do desmatamento. E para assegurar que os públicos que podem ser mais beneficiados pela PrevisIA possam utilizar a plataforma, o Imazon fará um trabalho de engajamento para explicar como essa tecnologia pode ser uma aliada na proteção da Amazônia.
“O grande avanço desse projeto foi democratizar o acesso a recursos avançados de Tecnologia da Informação para facilitar o engajamento de diversos usuários na prevenção e no controle do desmatamento da Amazônia”, afirma Carlos Souza Jr, pesquisador associado do Imazon.
CONFIRA ALGUNS DADOS INFORMADOS NA PREVISIA
- 9.635 km² sob risco de desmatamento em 2021
- 192 municípios com áreas sob risco alto ou muito alto de desmatamento
- 48 terras indígenas com áreas sob risco alto ou muito alto de desmatamento
- 18 unidades de conservação com áreas sob risco alto ou muito alto de desmatamento
- 2 territórios quilombolas com áreas sob risco alto ou muito alto de desmatamento
- 789 assentamentos rurais com áreas sob risco alto ou muito alto de desmatamento
Apoio à plataforma
“Na Microsoft, acreditamos que a Inteligência Artificial pode auxiliar a resolver desafios do planeta e da sociedade. A preservação do meio ambiente, sem dúvida, é um desses desafios. Como parte do nosso compromisso com a biodiversidade, assumimos a responsabilidade pela nossa pegada na Terra e, há alguns anos, lançamos o programa AI for Good, onde disponibilizamos US$ 165 milhões, durante o período de cinco anos, para fornecer financiamento, tecnologia e especialização para indivíduos e ONGs. As iniciativas desse projeto são divididas em cinco pilares, um deles é o AI for Earth, que, entre as ações apoiadas no Brasil, consta a parceria com o Fundo Vale e o Imazon”, destaca Tânia Cosentino, presidente da Microsoft Brasil.
Anunciado em outubro de 2020, o investimento da Microsoft no projeto faz parte do “Microsoft Mais Brasil”, um plano abrangente que tem como objetivo apoiar a retomada econômica do país por meio de um conjunto de ações e investimentos. O programa é dividido nas frentes “educação, capacitação profissional e empregabilidade”, “habilitação da economia digital por meio da tecnologia” e “crescimento sustentável e impacto social”, da qual PrevisIA faz parte.
“O sistema tem potencial de ser usado também para avaliar áreas de restauração florestal e vulnerabilidade ao fogo, ajudando a produzir dados mais concretos para arranjos de REDD (Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação) que poderão ser adotados pela Vale em mercados de créditos de carbono”, explica a diretora de Operações do Fundo Vale, Patrícia Daros. No ano passado, a companhia lançou o Manifesto Amazônia, no qual reafirma os compromissos de promover o desenvolvimento sustentável na região.
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