Quarto maior município do estado teve 351 hectares com extração de madeira entre agosto de 2022 e julho de 2023, todos com autorização dos órgãos ambientais

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Extração de madeira na Amazônia (Foto: Marizilda Cruppe / Greenpeace)

Apenas um dos 16 municípios do Amapá concentrou toda a extração madeireira que foi possível detectar no estado entre agosto de 2022 e julho de 2023. Foi Mazagão, a quarta maior cidade amapaense, onde puderam ser identificados 351 hectares com a presença da atividade, todos com autorização dos órgãos ambientais.

Os dados são do Sistema de Monitoramento da Exploração Madeireira (Simex), composto por quatro instituições de pesquisa: Imazon, Idesam, Imaflora e ICV. Após realizarem o mapeamento por imagens de satélite, os pesquisadores verificaram se havia planos de manejo emitidos pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Amapá (Sema/AP) autorizando a atividade nessas áreas.

Ainda no município de Mazagão, a retirada de madeira foi identificada em duas classes territoriais, ambas sob  plano de manejo. A maior parte, aproximadamente 97%, correspondente a 341 hectares, ocorreu na unidade de conservação de uso sustentável Floresta Estadual do Amapá. Os outros 3%, que equivalem a 10 hectares, foram registrados no Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE) Maracá.

341 ha 97 - Mazagão concentra 100% da exploração madeireira no Amapá

Os dados mostram a predominância da gestão autorizada na região, destacando a importância do manejo florestal adequado para a preservação da natureza e o uso planejado e regulamentado do meio ambiente.

“Para que uma pessoa ou organização obtenha autorização para extrair madeira, é necessário apresentar um plano de manejo florestal para o território. As diretrizes legais e técnicas recomendadas pelo manejo florestal sustentável e descritas no documento são essenciais para garantir a sustentabilidade e a continuidade da produção de madeira no local” afirma Dalton Cardoso, pesquisador do Imazon.

O especialista ainda explica que, devido às condições climatológicas do Amapá, caracterizadas por uma elevada cobertura de nuvens na maior parte do ano, é possível que os números apresentados não reflitam a totalidade da extração madeireira no estado.

“O Simex encontrou limitações para avaliar completamente a cobertura florestal do Amapá entre agosto de 2021 e julho de 2022, já que a presença de nuvens dificultou a visualização de imagens, o que prejudicou a comparação espacial entre os períodos de agosto de 2021 a julho de 2022 e agosto de 2022 a julho de 2023. Como resultado, outras áreas com exploração podem não ter sido mapeadas”, observa.

Dados do cenário madeireiro no Amapá serão divulgados em congresso ambiental

Entre os dias 22 e 23 de agosto, Macapá, capital do estado, recebe o III Congresso Ambiental dos Tribunais de Contas. Durante o evento, que tem como tema “Amazônia – Realidade, Desafios e Oportunidades para o Desenvolvimento”, serão apresentados os novos dados da Rede Simex sobre o Amapá. 

A iniciativa é um espaço de discussão sobre as problemáticas e perspectivas da região amazônica e o papel necessário dos Tribunais de Contas na fiscalização e controle das ações governamentais relacionadas à proteção do bioma. O congresso, que já está com suas vagas esgotadas, será realizado no auditório do Sebrae Macapá e reunirá especialistas da área ambiental, gestores públicos, pesquisadores e outras pessoas envolvidas com a temática. Além disso, contará com transmissão ao vivo pelo YouTube da Associação dos Membros dos Tribunais de Contas do Brasil (Atricon) e do Tribunal de Contas do Amapá (TCE-AP).

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