Em agosto de 2015, o SAD detectou 415 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal, com uma cobertura de nuvens de 7% do território. Isso representou uma redução de 5% em relação a agosto de 2014, quando o desmatamento somou 437 quilômetros quadrados e a cobertura de nuvens foi de 6%.
Em agosto de 2015, o desmatamento concentrou no Pará (36%), seguido por Mato Grosso (28%), Amazonas (17%), Rondônia (8%), Roraima (5%), Tocantins (5%) e Acre (1%).
As florestas degradadas somaram 131 quilômetros quadrados em agosto de 2015. Em relação a agosto de 2014 houve redução de 59% quando a degradação florestal somou 319 quilômetros quadrados. A grande maioria (79%) ocorreu Mato Grosso, seguido pelo Pará (9%), Rondônia (9%), Roraima (3%) e Amazonas (1%).
De acordo com o SAD, o desmatamento (supressão total da floresta para outros usos alternativos do solo) atingiu 415 quilômetros quadrados em agosto de 2015 (Figura 1 e Figura 2).
Figura 1. Desmatamento de agosto de 2014 a agosto de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Figura 2. Desmatamento e Degradação Florestal na Amazônia Legal em agosto de 2015 (Fonte: Imazon/ SAD).
Em agosto de 2015, o desmatamento concentrou no Pará (36%), seguido por Mato Grosso (28%), Amazonas (17%), Rondônia (8%), Roraima (5%), Tocantins (5%) e Acre (1%) (Figura 3). Houve aumento expressivo da área de alertas de desmatamento em relação a agosto de 2014 em Roraima (+292%) e Pará (+148%). Por outro lado, ocorreu a diminuição do desmatamento em Rondônia (-75%), Acre (-54%) e Mato Grosso (-23%) (Tabela 1).
Figura 3. Percentual do desmatamento nos Estados da Amazônia Legal em agosto de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
Tabela 1. Evolução do desmatamento entre os Estados da Amazônia Legal em agosto de 2014 e agosto de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
*Os dados do Maranhão não foram analisados.
Em agosto de 2015, o SAD registrou 131 quilômetros quadrados de florestas degradadas (florestas intensamente exploradas pela atividade madeireira e/ou queimadas) (Figuras 2 e 4). Desse total, a grande maioria (79%) ocorreu Mato Grosso, seguido pelo Pará (9%), Rondônia (9%), Roraima (3%) e Amazonas (1%).
Figura 4. Degradação Florestal de agosto de 2014 a agosto de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Tabela 2. Evolução da degradação florestal entre os Estados da Amazônia Legal em agosto de 2014 e agosto de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
*Os dados do Maranhão não foram analisados.
Em agosto de 2015, a maioria (55%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Assentamentos de Reforma Agrária (20%), Terras Indígenas (1%) e Unidades de Conservação (24%) (Tabela 3).
Tabela 3. Desmatamento por categoria fundiária em agosto de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/ SAD).
O SAD registrou 82 quilômetros quadrados de desmatamento nos Assentamentos de Reforma Agrária em agosto de 2015 (Figura 5). Os Assentamentos mais afetados pelo desmatamento foram PA Rio Juma (Apuí; Amazonas), PA Nova Cotriguaçu (Cotriguaçu; Mato Grosso) e PA Monte (Boca do Acre; Amazonas).
Figura 5. Assentamentos de Reforma Agrária mais desmatados na Amazônia Legal em agosto de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
No mês de agosto de 2015, o SAD detectou 100 quilômetros quadrados de desmatamento em Unidades de Conservação (Figura 6). No caso das Terras Indígenas, em agosto de 2015 foram detectados 3 quilômetros quadrados de desmatamento (Figura 7).
Figura 6. Unidades de Conservação mais desmatadas na Amazônia Legal em agosto de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
Figura 7. Terras Indígenas mais desmatadas na Amazônia Legal em agosto de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
Em agosto de 2015, os municípios mais desmatados foram: Colniza (Mato Grosso) e Itaituba (Pará) (Figura 8 e 9).
Figura 8. Municípios mais desmatados na Amazônia Legal em agosto de 2015 (Fonte: Imazon /SAD).
Figura 9. Municípios com maiores áreas desmatadas na Amazônia Legal em agosto de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
Em agosto de 2015, foi possível monitorar com o SAD 93% da área florestal na Amazônia Legal. Os outros 7% do território florestal estavam cobertos por nuvens, o que dificultou a detecção do desmatamento e da degradação florestal. Os Estados com maior cobertura de nuvem foram Amapá (57%) e Roraima (31%). Em virtude disso, os dados de desmatamento e degradação florestal em agosto de 2015 podem estar subestimados (Figura 10).
* A parte do Maranhão que integra a Amazônia Legal não foi analisada.
Figura 10. Área com nuvem e sombra em agosto de 2015 na Amazônia Legal.
Desde agosto de 2012 a detecção de alertas de desmatamento e degradação florestal do vem sendo realizada na plataforma Google Earth Engine (EE), com a nova versão SAD EE. Esse sistema foi desenvolvido em colaboração com a Google e utiliza o mesmo processo já utilizado pelo SAD 3.0 (Quadro I), com imagens de reflectância do MODIS para gerar os alertas de desmatamento e degradação florestal.
Desde agosto de 2009, o SAD apresentou algumas novidades. Primeiro, criamos uma interface gráfica para integrar todos os programas de processamento de imagem usados no SAD. Segundo, começamos a computar o desmatamento em áreas que estavam cobertas por nuvens nos meses anteriores em uma nova classe. Por último, o desmatamento e a degradação são detectados com pares de imagens NDFI em um algoritmo de detecção de mudanças. O método principal continua o mesmo do SAD 2.0 como descrito abaixo.
O SAD gera mosaico temporal de imagens MODIS diárias dos produtos MOD09GQ e MOD09GA para filtragem de nuvens. Em seguida, utilizamos uma técnica de fusão de bandas de resolução espectrais diferentes, ou seja, com pixels de diferentes tamanhos. Nesse caso, fizemos a mudança de escala das 5 bandas com pixel de 500 metros do MODIS para 250 metros. Isso permitiu aprimorar o modelo espectral de mistura de pixel, fornecendo a capacidade de estimar a abundância de Vegetação, Solos e Vegetação Fotossinteticamente Não-Ativa (NPV do inglês – Non-Photosynthetic componentes (Vegetação, Solo e Sombra) para calcular o NDFI, com a equação abaixo:
NDFI = (VGs – (NPV + Solo)
(VGs +NPV+Solo)
Onde VGs é o componente de Vegetação normalizado para sombra dado por:
VGs = Vegetação/(1- Sombra)
O NDFI varia de -1 (pixel com 100% de solo exposto) a 1 (pixel com > 90% com vegetação florestal). Dessa forma, passamos a ter uma imagem contínua que mostra a transição de áreas desmatadas, passando por florestas degradadas, até chegar a florestas sem sinas de distúrbios.
A detecção do desmatamento e da degradação passou esse mês com a diferença de imagens NDFI de meses consecutivos. Dessa forma, uma redução dos valores de NDFI entre -200 e -50 indica áreas possivelmente desmatadas e entre -49 e -20 com sinais de degradação.
O SAD 3.0 Beta é compatível com as versões anteriores (SAD 1.0 e 2.0), porque o limiar de detecção de desmatamento foi calibrado para gerar o mesmo tipo de resposta obtida pelo método anterior.
O SAD já está operacional no Estado de Mato Grosso desde agosto de 2006 e na Amazônia Legal desde abril de 2008. Nesse boletim, apresentamos os dados mensais gerados pelo SAD de agosto de 2014 a agosto de 2015.
This post was published on 29 de setembro de 2015
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