O SAD detectou 175 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal em dezembro de 2015. Isso representou um aumento de 84% em relação a dezembro de 2014, quando o desmatamento somou 95 quilômetros quadrados. Foi possível monitorar 60% da área florestal na Amazônia Legal, enquanto que em dezembro de 2014 o monitoramento cobriu uma área maior (67%) do território.
Em dezembro de 2015, o desmatamento concentrou no Mato Grosso (44%), Pará (21%), Amazonas (20%) e Rondônia (11%), com menor ocorrência em Roraima (2%) e Acre (2%).
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 489 quilômetros quadrados em dezembro de 2015. Em relação a dezembro de 2014 houve um aumento de 345%, quando a degradação florestal somou 110 quilômetros quadrados.
De acordo com o SAD, o desmatamento (supressão total da floresta para outros usos alternativo do solo) atingiu 175 quilômetros quadrados em dezembro de 2015 (Figura 1 e Figura 2).
Figura 1. Desmatamento de agosto de 2014 a dezembro de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Figura 2. Desmatamento e Degradação Florestal em dezembro de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/ SAD).
Em dezembro de 2015, o desmatamento concentrou no Mato Grosso (44%), Pará (21%), Amazonas (20%) e Rondônia (11%), com menor ocorrência em Roraima (2%) e Acre (2%) (Figura 3).
O desmatamento acumulado no período de agosto a dezembro de 2015, correspondendo aos cincos primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento, atingiu 1.147 quilômetros quadrados. Houve uma redução de 16% do desmatamento em relação ao período anterior (agosto de 2014 a dezembro de 2014) quando atingiu 1.372 quilômetros quadrados.
Figura 3. Percentual do desmatamento nos Estados da Amazônia Legal em dezembro de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
Considerando os cinco primeiros meses do calendário atual de desmatamento (agosto de 2015 a dezembro de 2015), Mato Grosso lidera o ranking com 37% do total desmatado no período. Em seguida aparece o Pará (29%), Amazonas (15%) e Rondônia (14%).
Em termos absolutos, o Mato Grosso lidera o ranking do desmatamento acumulado com 419 quilômetros quadrados, seguido pelo Pará (329 quilômetros quadrados), Amazonas (168 quilômetros quadrados) e Rondônia (159 quilômetros quadrados) (Tabela 1).
Tabela 1. Evolução do desmatamento entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2014 a dezembro de 2014 e agosto de 2015 a dezembro de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
*Os dados do Maranhão não foram analisados.
Em dezembro de 2015, o SAD registrou 489 quilômetros quadrados de florestas degradadas (florestas intensamente exploradas pela atividade madeireira e/ou queimadas) (Figuras 2 e 4). Desse total, a maioria (77%) ocorreu no Mato Grosso, seguido pelo Tocantins (19%) e com menor ocorrência em Roraima (3%) e Rondônia (2%).
Figura 4. Degradação Florestal de agosto de 2014 a dezembro de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Tabela 2. Evolução da degradação florestal entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2014 a dezembro de 2014 e agosto de 2015 a dezembro de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
*Os dados do Maranhão não foram analisados.
Em dezembro de 2015, a maioria (63%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Assentamentos de Reforma Agrária (11%), Unidades de Conservação (21%) e Terras Indígenas (4%) (Tabela 3).
Tabela 3. Desmatamento por categoria fundiária em dezembro de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/ SAD).
O SAD registrou 20 quilômetros quadrados de desmatamento nos Assentamentos de Reforma Agrária em dezembro de 2015 (Figura 5). Os Assentamentos mais afetados pelo desmatamento foram PA Rio Juma (Apuí; Amazonas), PA Acari (Novo Aripuanã; Amazonas) e PA Rio Cupari (Aveiro; Pará).
Figura 5. Assentamentos de Reforma Agrária desmatados em dezembro de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Áreas Protegidas
No mês de dezembro de 2015, o SAD detectou 37 quilômetros quadrados de desmatamento nas Unidades de Conservação (Figura 6). No caso das Terras Indígenas, em dezembro de 2015 foram detectados 7 quilômetros quadrados de desmatamento (Figura 7).
Figura 6. Unidades de Conservação desmatadas na Amazônia Legal em dezembro de 2015 (Fonte: Imazon /SAD).
Figura 7. Terras Indígenas desmatadas na Amazônia Legal em dezembro de 2015 (Fonte: Imazon /SAD).
Em dezembro de 2015, os municípios mais desmatados foram: Altamira (Pará) e União do Sul (Mato Grosso) (Figura 8 e 9).
Figura 8. Municípios mais desmatados na Amazônia Legal em dezembro de 2015 (Fonte: Imazon /SAD).
Figura 9. Municípios com maiores áreas desmatadas em dezembro de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
Em dezembro de 2015, foi possível monitorar com o SAD 60% da área florestal na Amazônia Legal. Os outros 40% do território florestal estavam cobertos por nuvens o que dificultou a detecção do desmatamento e da degradação florestal. Os Estados com maior cobertura de nuvem foram o Amapá (78%) e o Acre (68%). Em virtude disso, os dados de desmatamento e degradação florestal em dezembro de 2015 podem estar subestimados (Figura 10).
* A parte do Maranhão que integra a Amazônia Legal não foi analisada.
Figura 10. Área com nuvem e sombra em dezembro de 2015 na Amazônia Legal.
Desde agosto de 2012 a detecção de alertas de desmatamento e degradação florestal do vem sendo realizada na plataforma Google Earth Engine (EE), com a nova versão SAD EE. Esse sistema foi desenvolvido em colaboração com a Google e utiliza o mesmo processo já utilizado pelo SAD 3.0 (Quadro I), com imagens de reflectância do MODIS para gerar os alertas de desmatamento e degradação florestal.
Desde agosto de 2009, o SAD apresentou algumas novidades. Primeiro, criamos uma interface gráfica para integrar todos os programas de processamento de imagem usados no SAD. Segundo, começamos a computar o desmatamento em áreas que estavam cobertas por nuvens nos meses anteriores em uma nova classe. Por último, o desmatamento e a degradação são detectados com pares de imagens NDFI em um algoritmo de detecção de mudanças. O método principal continua o mesmo do SAD 2.0 como descrito abaixo.
O SAD gera mosaico temporal de imagens MODIS diárias dos produtos MOD09GQ e MOD09GA para filtragem de nuvens. Em seguida, utilizamos uma técnica de fusão de bandas de resolução espectrais diferentes, ou seja, com pixels de diferentes tamanhos. Nesse caso, fizemos a mudança de escala das 5 bandas com pixel de 500 metros do MODIS para 250 metros. Isso permitiu aprimorar o modelo espectral de mistura de pixel, fornecendo a capacidade de estimar a abundância de Vegetação, Solos e Vegetação Fotossinteticamente Não-Ativa (NPV do inglês – Non-Photosynthetic componentes (Vegetação, Solo e Sombra) para calcular o NDFI, com a equação abaixo:
NDFI = (VGs – (NPV + Solo)
(VGs +NPV+Solo)
Onde VGs é o componente de Vegetação normalizado para sombra dado por:
VGs = Vegetação/(1- Sombra)
O NDFI varia de -1 (pixel com 100% de solo exposto) a 1 (pixel com > 90% com vegetação florestal). Dessa forma, passamos a ter uma imagem contínua que mostra a transição de áreas desmatadas, passando por florestas degradadas, até chegar a florestas sem sinas de distúrbios.
A detecção do desmatamento e da degradação passou esse mês com a diferença de imagens NDFI de meses consecutivos. Dessa forma, uma redução dos valores de NDFI entre -200 e -50 indica áreas possivelmente desmatadas e entre -49 e -20 com sinais de degradação.
O SAD 3.0 Beta é compatível com as versões anteriores (SAD 1.0 e 2.0), porque o limiar de detecção de desmatamento foi calibrado para gerar o mesmo tipo de resposta obtida pelo método anterior.
O SAD já está operacional no Estado de Mato Grosso desde agosto de 2006 e na Amazônia Legal desde abril de 2008. Nesse boletim, apresentamos os dados mensais gerados pelo SAD de agosto de 2014 a dezembro de 2015.
This post was published on 17 de fevereiro de 2016
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