O SAD detectou 99 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal em novembro de 2015. Isso representou uma redução de 49% em relação a novembro de 2014 quando o desmatamento somou 195 quilômetros quadrados. Foi possível monitorar 80% da área florestal na Amazônia Legal, enquanto que em novembro de 2014 o monitoramento cobriu uma área menor (67%) do território.
Em novembro de 2015, o desmatamento concentrou no Mato Grosso (33%), Pará (24%), Rondônia (19%) e Amazonas (19%), com menor ocorrência em Roraima (2%) e Acre (2%).
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 362 quilômetros quadrados em novembro de 2015. Em relação a novembro de 2014 houve um aumento de 323%, quando a degradação florestal somou 86 quilômetros quadrados.
De acordo com o SAD, o desmatamento (supressão total da floresta para outros usos alternativo do solo) atingiu 99 quilômetros quadrados em novembro de 2015 (Figura 1 e Figura 2).
Figura 1. Desmatamento de agosto de 2014 a novembro de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Figura 2. Desmatamento e Degradação Florestal em novembro de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/ SAD).
Em novembro de 2015, o desmatamento concentrou no Mato Grosso (33%), Pará (24%), Rondônia (19%) e Amazonas (19%), com menor ocorrência em Roraima (2%) e Acre (2%) (Figura 3).
O desmatamento acumulado no período de agosto a novembro de 2015, correspondendo aos quatro primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento, atingiu 972 quilômetros quadrados. Houve uma redução de 24% do desmatamento em relação ao período anterior (agosto de 2014 a novembro de 2014) quando atingiu 1.278 quilômetros quadrados.
Figura 3. Percentual do desmatamento nos Estados da Amazônia Legal em novembro de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
Considerando os quatro primeiros meses do calendário atual de desmatamento (agosto de 2015 a novembro de 2015), Mato Grosso lidera o ranking com 35% do total desmatado no período. Em seguida aparece o Pará (30%), Amazonas (14%)Rondônia (14%).
Em termos absolutos, o Mato Grosso lidera o ranking do desmatamento acumulado com 342 quilômetros quadrados, seguido pelo Pará (293 quilômetros quadrados), Rondônia (138 quilômetros quadrados) Amazonas (133 quilômetros quadrados) (Tabela 1).
Tabela 1. Evolução do desmatamento entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2014 a novembro de 2014 e agosto de 2015 a novembro de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
*Os dados do Maranhão não foram analisados.
Em novembro de 2015, o SAD registrou 362 quilômetros quadrados de florestas degradadas (florestas intensamente exploradas pela atividade madeireira e/ou queimadas) (Figuras 2 e 4). Desse total, a maioria (49%) ocorreu no Mato Grosso, seguido pelo Pará (37%)e com menor ocorrência no Amazonas (7%)e Rondônia (6%).
Figura 4. Degradação Florestal de agosto de 2014 a novembro de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Tabela 2. Evolução da degradação florestal entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2014 a novembro de 2014 e agosto de 2015 a novembro de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
*Os dados do Maranhão não foram analisados.
Em novembro de 2015, a maioria (61%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Assentamentos de Reforma Agrária (25%), Unidades de Conservação 11%) e Terras Indígenas (3%) (Tabela 3).
Tabela 3. Desmatamento por categoria fundiária em novembro de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/ SAD).
O SAD registrou 25 quilômetros quadrados de desmatamento nos Assentamentos de Reforma Agrária em novembro de 2015 (Figura 5). Os Assentamentos mais afetados pelo desmatamento foram PAE Novo Tempo Ilha Muratu (Iranduba; Amazonas), PA Nova Cotriguaçu (Cotriguaçu; Mato Grosso) e PA Monte (Boca do Acre; Amazonas).
Figura 5. Assentamentos de Reforma Agrária desmatados em novembro de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
No mês de novembro de 2015, o SAD detectou 11 quilômetros quadrados de desmatamento nas Unidades de Conservação (Figura 6). No caso das Terras Indígenas, em novembro de 2015 foram detectados 3 quilômetros quadrados de desmatamento (Figura 7).
Figura 6. Unidades de Conservação desmatadas na Amazônia Legal em novembro de 2015 (Fonte: Imazon /SAD).
Figura 7. Terras Indígenas desmatadas na Amazônia Legal em novembro de 2015 (Fonte: Imazon /SAD).
Em novembro de 2015, os municípios mais desmatados foram: Colniza (Mato Grosso) e Manicoré (Mato Grosso) (Figura 8 e 9).
Figura 8. Municípios mais desmatados na Amazônia Legal em novembro de 2015 (Fonte: Imazon /SAD)
Figura 9. Municípios com maiores áreas desmatadas em novembro de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
Em novembro de 2015, foi possível monitorar com o SAD 80% da área florestal na Amazônia Legal. Os outros 20% do território florestal estavam cobertos por nuvens o que dificultou a detecção do desmatamento e da degradação florestal. Os Estados com maior cobertura de nuvem foram o Amapá (70%) e o Pará (30%). Em virtude disso, os dados de desmatamento e degradação florestal em novembro de 2015 podem estar subestimados (Figura 10).
* A parte do Maranhão que integra a Amazônia Legal não foi analisada.
Figura 10. Área com nuvem e sombra em novembro de 2015 na Amazônia Legal.
Desde agosto de 2012 a detecção de alertas de desmatamento e degradação florestal do vem sendo realizada na plataforma Google Earth Engine (EE), com a nova versão SAD EE. Esse sistema foi desenvolvido em colaboração com a Google e utiliza o mesmo processo já utilizado pelo SAD 3.0 (Quadro I), com imagens de reflectância do MODIS para gerar os alertas de desmatamento e degradação florestal.
Desde agosto de 2009, o SAD apresentou algumas novidades. Primeiro, criamos uma interface gráfica para integrar todos os programas de processamento de imagem usados no SAD. Segundo, começamos a computar o desmatamento em áreas que estavam cobertas por nuvens nos meses anteriores em uma nova classe. Por último, o desmatamento e a degradação são detectados com pares de imagens NDFI em um algoritmo de detecção de mudanças. O método principal continua o mesmo do SAD 2.0 como descrito abaixo.
O SAD gera mosaico temporal de imagens MODIS diárias dos produtos MOD09GQ e MOD09GA para filtragem de nuvens. Em seguida, utilizamos uma técnica de fusão de bandas de resolução espectrais diferentes, ou seja, com pixels de diferentes tamanhos. Nesse caso, fizemos a mudança de escala das 5 bandas com pixel de 500 metros do MODIS para 250 metros. Isso permitiu aprimorar o modelo espectral de mistura de pixel, fornecendo a capacidade de estimar a abundância de Vegetação, Solos e Vegetação Fotossinteticamente Não-Ativa (NPV do inglês – Non-Photosynthetic componentes (Vegetação, Solo e Sombra) para calcular o NDFI, com a equação abaixo:
NDFI = (VGs – (NPV + Solo)
(VGs +NPV+Solo)
Onde VGs é o componente de Vegetação normalizado para sombra dado por:
VGs = Vegetação/(1- Sombra)
O NDFI varia de -1 (pixel com 100% de solo exposto) a 1 (pixel com > 90% com vegetação florestal). Dessa forma, passamos a ter uma imagem contínua que mostra a transição de áreas desmatadas, passando por florestas degradadas, até chegar a florestas sem sinas de distúrbios.
A detecção do desmatamento e da degradação passou esse mês com a diferença de imagens NDFI de meses consecutivos. Dessa forma, uma redução dos valores de NDFI entre -200 e -50 indica áreas possivelmente desmatadas e entre -49 e -20 com sinais de degradação.
O SAD 3.0 Beta é compatível com as versões anteriores (SAD 1.0 e 2.0), porque o limiar de detecção de desmatamento foi calibrado para gerar o mesmo tipo de resposta obtida pelo método anterior.
O SAD já está operacional no Estado de Mato Grosso desde agosto de 2006 e na Amazônia Legal desde abril de 2008. Nesse boletim, apresentamos os dados mensais gerados pelo SAD de agosto de 2014 a novembro de 2015.
This post was published on 22 de dezembro de 2015
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