Heron Martins, Antônio Fonseca; Carlos Souza Jr.; Márcio Sales & Adalberto Veríssimo (Imazon)
Em Maio de 2012, o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) detectou 42,5 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal. Isso representou uma diminuição de 74% em relação a maio de 2011 quando o desmatamento somou 165 quilômetros quadrados. Devido a cobertura de nuvens, foi possível monitorar apenas 46% do território um valor quase igual a maio de 2011 (47%).
O desmatamento acumulado no período de agosto de 2011 a maio de 2012 totalizou 873 quilômetros quadrados. Houve redução de 39% em relação ao período anterior (agosto de 2010 a maio de 2011) quando o desmatamento somou 1.435 quilômetros quadrados.
Em maio de 2012, metade do desmatamento ocorreu no Pará. Em seguida aparece Mato Grosso com 26% e o Rondônia com 9%. O restante (15%) ocorreu no Amazonas, Tocantins e Acre.
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 370,5 quilômetros quadrados em maio de 2012. Em relação a maio de 2011, quando a degradação florestal somou 249 quilômetros quadrados, houve aumento de 50%. A quase totalidade (98%) dessa degradação ocorreu no Mato Grosso.
A degradação florestal acumulada no período (agosto 2011 a maio 2012) atingiu 1.960 quilômetros quadrados. Em relação ao período anterior (agosto de 2010 a maio de 2011), quando a degradação somou 6.081 quilômetros quadrados, houve redução de 68%.
Em maio de 2012, o desmatamento detectado pelo SAD comprometeu 1,06 milhão de toneladas de CO2 equivalente. No acumulado do período (agosto 2011 – maio de 2012) as emissões de CO2 equivalentes comprometidas com o desmatamento totalizaram 60,2 milhões de toneladas, o que representa uma redução de 28% em relação ao período anterior (agosto de 2010 a maio de 2011).
Estatísticas do Desmatamento
De acordo com o SAD, o desmatamento (supressão total da floresta para outros usos alternativo do solo) atingiu 42,5 quilômetros quadrados em maio de 2012 (Figura 1 e Figura 2). Isso representou uma diminuição de 74% em relação a maio de 2011 quando o desmatamento atingiu 165 quilômetros quadrados.
Figura 1. Desmatamento de agosto de 2010 a maio de 2012 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Figura 2. Desmatamento e Degradação Florestal em maio de 2012 na Amazônia Legal1(Fonte: Imazon/ SAD).
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[1] O desmatamento em áreas cobertas por Nuvens pode ter ocorrido em maio de 2012 ou meses anteriores, porém só foi possível detectá-la agora quando não havia mais nuvens na área especificamente observada.
O desmatamento acumulado no período de agosto de 2011 a maio de 20122, correspondendo aos dez meses do calendário oficial de medição do desmatamento, atingiu 873 quilômetros quadrados. Houve redução de 39% do desmatamento em relação período anterior (agosto de 2010 a maio de 2011) quando atingiu 1.435 quilômetros quadrados.
Em maio de 2012, metade do desmatamento ocorreu no Pará, seguido por Mato Grosso (26%), Rondônia (9%), Amazonas (7%), Tocantins (6%) e Acre (2%) (Figura 3).
Figura 3. Percentual do desmatamento nos Estados da Amazônia Legal em maio de 2012 (Fonte: Imazon/SAD).
Considerando o desmatamento acumulado nos dez meses do calendário atual de desmatamento (agosto de 2011 a maio de 2012), o Mato Grosso e o Pará lideram o ranking com 33% cada um do total desmatado. Em seguida aparece o Rondônia com 19%, e o Amazonas com 8%. Esses quatros estados foram responsáveis por 93% do desmatamento ocorrido na Amazônia Legal nesse período.
Houve redução de 39% no desmatamento ocorrido em agosto de 2011 a maio de 2012 quando comparado com o período anterior (agosto de 2010 a maio de 2011) (Tabela 1). Em termos relativos, houve redução de 64% no Acre, 54% no Amazonas, 48% no Mato Grosso, 47% em Rondônia e 15% no Pará. Por outro lado, houve aumento de 194% em Roraima, e 61% no Tocantins.
Em termos absolutos, Mato Grosso lidera o ranking do desmatamento acumulado com 292 quilômetros quadrados, seguido pelo Pará (288 quilômetros quadrados), Rondônia (165 quilômetros quadrados), Amazonas (71 quilômetros quadrados), Roraima (23 quilômetros quadrados), Acre (20 quilômetros quadrados) e Tocantins (14 quilômetros quadrados).
Tabela 1. Evolução do desmatamento entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2010 a maio de 2011 e de agosto de 2011 a maio de 2012 (Fonte: Imazon/SAD).
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[2]O calendário oficial de medição do desmatamento tem início no mês de agosto e término no mês de julho.
Em maio de 2012, o SAD registrou 370,5 quilômetros quadrados de florestas degradadas (florestas intensamente exploradas pela atividade madeireira e/ou queimadas) (Figuras 2 e 4). Em relação ao mesmo período do ano anterior (maio de 2011) houve aumento de 49% quando a degradação florestal atingiu 249 quilômetros quadrados. 98% das áreas de degradação em maio ocorreram em Mato Grosso.
Figura 4. Degradação Florestal de agosto de 2010 a maio de 2012 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
A degradação florestal acumulada no período 3 de agosto de 2011 a maio de 20123 atingiu 1960 quilômetros quadrados. Isso representa uma redução de 68% na degradação florestal acumulada nesse período (agosto de 2011 a maio de 2012) em relação ao mesmo período anterior (agosto de 2010 a maio de 2011) quando a degradação florestal somou 6.081 quilômetros quadrados (Tabela 2). As maiores reduções foram Acre (-98%), Rondônia (-90%), Amazonas (-82%), Pará (-77%) e Mato Grosso (-57%).
Em termos absolutos, o Mato Grosso lidera o ranking da degradação florestal acumulada com 1.580 quilômetros quadrados (81%), seguido de longe pelo Pará com 235 quilômetros quadrados com apenas 12%. O restante (7%) ocorreu em Rondônia (97 quilômetros quadrados), Amazonas (29 quilômetros quadrados), Roraima (15 quilômetros quadrados), e Acre (3 quilômetros quadrados).
Tabela 2. Evolução da degradação florestal entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2010 a maio de 2011 e de agosto de 2011 a maio de 2012 (Fonte: Imazon/SAD).
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[3]O calendário oficial de medição do desmatamento tem início no mês de agosto e término no mês de julho.
Em maio de 2012, os 42,5 quilômetros quadrados de desmatamento detectado pelo SAD na Amazônia Legal comprometeram 1,06 milhão de toneladas de carbono (com margem de erro de 250 mil toneladas de carbono). Essa quantidade de carbono comprometido pode resultar em emissões de 3,9 milhões de toneladas de CO2 equivalente (Figura 6).
O carbono florestal comprometido pelo desmatamento no período de agosto de 2011 a maio de 2012 foi de 16,36 milhões de toneladas (com margem de erro de 353 mil toneladas), o que representou cerca de 60,20 milhões de toneladas de CO2 equivalente (Figura 6). Em relação ao mesmo período do ano anterior (agosto de 2010 a maio de 2011) houve redução de 28% na quantidade de carbono comprometido pelo desmatamento. A redução (28%) do carbono florestal comprometido pelo desmatamento no período de agosto de 2011 a maio de 2012 em relação ao período anterior (agosto de 2010 a maio de 2011) foi menor que a redução de 39% do desmatamento detectado pelo SAD durante o mesmo período.
Figura 6. Desmatamento e emissões de Dióxido de Carbono (CO2) equivalente total de agosto de 2010 a maio de 2012 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon).
Em maio de 2012, a maioria (70,5%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Unidade de Conservação (8%), Terra Indígena (9,5%) e Assentamentos de Reforma Agrária (12%)(Tabela 3).
Tabela 3. Desmatamento por categoria fundiária em maio de 2012 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/ SAD).
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4 Inclui áreas privadas (tituladas ou não) e florestas públicas não protegidas.
O SAD registrou somente 5 quilômetros quadrados de desmatamento nos Assentamentos de Reforma Agrária durante maio de 2012. Os Assentamentos afetados pelo desmatamento foram PDS Terra Nossa (Apuí; Amazonas), PA Rio Juma (Apuí; Amazonas), PA Baixa Verde (Rio Branco; Acre) e PA Tapurah/Itanhangá (Itanhangá; Mato Grosso) (Figura 7).
Figura 7. Assentamentos de Reforma Agrária desmatados em maio de 2012 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD). PA (Projeto de Assentamento).
O SAD detectou 3,5 quilômetros quadrados de desmatamento em Unidade de Conservação (Figura 8). As Unidades de Conservação desmatadas foram a Resex Jaci Paraná (Rondônia), Flona do Jamanxim (Pará), APA Rio Pardo (Rondônia) e APA do Tapajós (Pará). No caso das Terras Indígenas, em abril de 2012 foi detectado 4,2 quilômetros quadrados de desmatamento na Terras Indígenas Kayabi ( Pará) (Figura 9).
Figura 8. Unidade de Conservação desmatada na Amazônia Legal em maio de 2012 (Fonte: Imazon /SAD).
Figura 9. Terra Indígena desmatadas na Amazônia Legal em maio de 2012 (Fonte: Imazon /SAD).
Em maio de 2012, os municípios mais desmatados foram: Altamira (Pará); Jacareacanga (Pará); e Porto Velho (Rondônia) (Figura 10 e 11).
Figura 10. Municípios mais desmatados na Amazônia Legal em maio de 2012 (Fonte: Imazon /SAD).
Figura 11. Municípios com maiores áreas desmatadas em maio de 2012 (Fonte: Imazon/SAD).
* O Desmatamento em Áreas Cobertas por Nuvens pode ter ocorrido em maio ou em meses anteriores, todavia só foi possível detectá-lo agora, quando não havia nuvens sobre a região.
Em maio de 2012, foi possível monitorar com o SAD somente 46% da área florestal na Amazônia Legal. Os outros 54% do território florestal estavam cobertos por nuvens o que dificultou a detecção do desmatamento e da degradação florestal. Os Estados com maior cobertura de nuvem foram Roraima (75%), Amapá (69%), Pará (65%) e Amazonas (61%). Os outros estados apresentaram menos de 10% do território cobertos por nuvens. Em virtude disso, os dados de desmatamento e degradação florestal em abril de 2012 podem estar subestimados (Figura 12). O período de dezembro a maio caracteriza como um período chuvoso na região amazônica, o que tornar difícil o monitoramento do desmatamento através de imagens de satélite que operam na faixa óptica do espectro eletromagnético.
* A parte do Maranhão que integra a Amazônia Legal não foi analisada.
Figura 12. Área com nuvem e sombra em maio de 2012 na Amazônia Legal.
*O desmatamento em áreas cobertas por nuvens pode ter ocorrido em maio de 2012 ou meses anteriores, porém só foi possível detectá-la agora quando não havia mais nuvens na área especificamente observada.
Quadro I: SAD 3.0 Desde agosto de 2009, o SAD apresentou algumas novidades. Primeiro, criamos uma interface gráfica para integrar todos os programas de processamento de imagem usados no SAD. Segundo, começamos a computar o desmatamento em áreas que estavam cobertas por nuvens nos meses anteriores em uma nova classe. Por último, o desmatamento e a degradação são detectados com pares de imagens NDFI em um algoritmo de detecção de mudanças. O método principal continua a mesma do SAD 2 como descrito abaixo. O SAD gera mosaico temporal de imagens MODIS diárias dos produtos MOD09GQ e MOD09GA para filtragem de nuvens. Em seguido, utilizamos uma técnica de fusão de bandas de resolução espectrais diferentes, ou seja, com pixels de diferentes tamanhos. Nesse caso, fizemos a mudança de escala das 5 bandas com pixel de 500 metros do MODIS para 250 metros. Isso permitiu aprimorar o modelo espectral de mistura de pixel, fornecendo a capacidade de estimar a abundância de Vegetação, Solos e Vegetação Fotossinteticamente NãoAtiva (NPV do inglês – Non-Photosynthetic componentes (Vegetação, Solo e Sombra) para calcular o NDFI, com a equação abaixo: Onde VGs é o componente de Vegetação normalizado para sombra dado por: VGs = Vegetação/(1- Sombra) O NDFI varia de -1 (pixel com 100% de solo exposto) a 1 (pixel com > 90% com vegetação florestal). Dessa forma, passamos a ter uma imagem contínua que mostra a transição de áreas desmatadas, passando por florestas degradadas, até chegar a florestas sem sinas de distúrbios. A detecção do desmatamento e da degradação passou esse mês com a diferença de imagens NDFI de meses consecutivos. Dessa forma, uma redução dos valores de NDFI entre -200 e -50 indica áreas possivelmente desmatadas e entre -49 e -20 com sinas de degradação. O SAD 3.0 Beta é compatível com as versões anteriores (SAD 1.0 e 2.0), porque o limiar de detecção de desmatamento foi calibrado para gerar o mesmo tipo de resposta obtida pelo método anterior. O SAD já está operacional no Estado de Mato Grosso desde agosto de 2006 e na Amazônia Legal desde abril de 2008. Nesse boletim, apresentamos os dados mensais gerados pelo SAD de agosto de 2006 a maio de 2012. |
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Quadro II: Carbono afetado pelo desmatamento Desde janeiro de 2010 reportamos as estimativas do carbono comprometido (isto é, do carbono florestal sujeito à emissões devido à queimada e a decomposição de resíduos de biomassa florestal) provenientes do desmatamento detectado pelo SAD na Amazônia Legal. As estimativas de carbono são geradas com base na combinação dos mapas de desmatamento do SAD com simulações da distribuição espacial de biomassa para a Amazonia. Desenvolvemos um modelo de estimativas de emissões de carbono, como base em simulação estocástica (Morton et al, em prep.), denominado Carbon Emission Simulator (CES). Geramos 1000 simulações da distribuição espacial de biomassa na Amazonia usando um modelo geoestatístico (Sales et al., 2007), e transformamos essas simulações de biomassa em estoques de C usando fatores de conversão de biomassa para C da literatura, segundo a fórmula abaixo: Para a aplicação do modelo CES usando os dados do SAD, consideramos apenas o carbono comprometido pelo desmatamento, ou seja, a fração da biomassa florestal composta por carbono (50%) sujeita à emissões instantâneas devido à queimadas da floresta pelo desmatamento, e/ou a decomposição futura da biomassa florestal remanescente. Além disso, adaptamos o modelo CES para estimar o carbono florestal comprometido pelo desmatamento na escala mensal. Por último, as simulações permitiram estimar a incerteza do carbono comprometido, representadas pelo desvio padrão (+/- 2 vezes) das simulações do carbono afetado em cada mês. Para a conversão dos valores de carbono para COequivalente aplicamos o valor de 3,68. |
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This post was published on 29 de março de 2015
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