Evento combinou palestras inspiradoras e programação cultural; participaram lideranças do movimento indígena, pesquisadores e autoridades.
Com o tema “Proteja o futuro: desafios e soluções para a redução de crimes ambientais”, a sexta edição do PROTEJA Talks foi realizada nesta segunda-feira (25 de novembro) no bosque da Ciência, em Manaus (AM) e transmitida online para inscritos. Ao todo, mais de 200 pessoas acompanharam o evento híbrido.
O 6° PROTEJA Talks combinou a apresentação de falas inspiradoras com a realização de debates, além do lançamento do documentário “Manaus Extrema”, produzido pelo IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia), organização realizadora do evento.
Entre os palestrantes estiveram lideranças do movimento indígena, como André Baniwa, empreendedor socia e liderança de seu povol; Gestores como Filippo Stamponani; pesquisadores como Carlos Silva, professor da UFAM (Universidade Federal do Amazonas); além de representantes do sistema de Justiça brasileiro, como Vinicius Lameira, promotor de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro, e Daniela Madeira, juíza federal do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF 2) e conselheira do CNJ (Conselho Nacional de Justiça).
O evento apresentou relatos de resistência a crimes ambientais e contou com três painéis: “Territórios Protegidos: Crimes Ambientais, Danos e Resiliência Climática” e “Destinação de Florestas Públicas e Monitoramento Territorial” e “ Cultura e Conhecimento para Proteção da Amazônia”. Nas discussões os palestrantes compartilharam dados atualizados sobre florestas públicas, desmatamento e reparação judicial de danos ambientais.
Patrícia Pinho, diretora adjunta de pesquisa do IPAM e uma das palestrantes do Painel “Territórios Protegidos: Crimes Ambientais, Danos e Resiliência Climática” apresentou dados sobre crimes ambientais e violência na região Amazônica.
“As taxas de homicídio mundiais vem caindo no mundo, mas a Amazônia vai na contramão dessa tendência. A ONU (Organização das Nações Unidas) e a OMS (Organização Mundial de Saúde) estabelecem que a taxa de homicídio de um a cada 10 mil habitantes já é considerado grave e na Amazônia quase 86% dos municípios da região estão acima desse limiar”. Compartilhou a doutora em ecologia.
A abertura das discussões foi marcada pela apresentação cultural da AMARN (Associação das Mulheres Indígenas do Alto Rio Negro), que performou danças originárias.
Durante o horário de almoço, os participantes puderam visitar uma feira de artesanato indígena no local e prestigiar a exposição fotográfica “Eu e meu território”. A mostra reuniu produções feitas por 25 jovens indígenas e extrativistas que vivem em terras indígenas e unidades de conservação do sul do Amazonas – participantes da segunda edição do projeto PROTEJA Educa.
Boletins PROTEJA
Durante o evento foram lançados quatro boletins técnicos escritos por alunos de pós-graduação amazônidas, as publicações estão disponíveis na plataforma PROTEJA e são relacionadas a crimes ambientais.
Estélio Munduruku, menstrando em geografia na UNIR (Universidade Federal de Rondônia) apresentou o boletim “Por uma eco-midia indígena em defesa ambiental e territorial” onde descreveu como povos indígenas do território Kwatá-Laranjal (AM) constroem sua comunicação.
“Estar nesse é evento é muito importante porque mostra que nós estamos ativamente trazendo soluções para que a sociedade saiba o que é uma eco-mídia indígena, seja ela de divulgação da cultura ou de denúncias. Tenho certeza que participar do sexto PROTEJA Talks contribuirá muito para o conhecimento científico e para nós indígenas que estamos nessa rede de comunicação que faz parte do nosso dia-a-dia em defesa dos territórios”.
PROTEJA Talks
Concebido para promover a troca de experiências bem-sucedidas na conservação de áreas protegidas, o PROTEJA Talks integra as ações do PROTEJA, uma iniciativa coordenada pelo IPAM em parceria com mais de 16 organizações. O evento já passou por cidades como Belém (2023), Manaus (2022) e Brasília (2019), reunindo 68 palestrantes de diferentes regiões da Amazônia, entre eles lideranças de destaque como Samela Sataré-Mawé, Rosa Lemos de Sá e Cristiane Baré.
Contato para imprensa:
IPAM ‒ Karina Custódio (63) 98452-7480