O desmatamento acumulado na Amazônia Legal de agosto de 2008 a maio deste ano (1.084 km2) caiu 74% em relação ao mesmo intervalo de tempo anterior (4.143 km 2), segundo dados divulgados ontem pela ONG Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia).

A queda foi de 47% quando comparado o desmate em maio deste ano em relação ao mesmo mês de 2008. Foram 157 km2 de mata derrubados em nove Estados (AC, AM, AP, MA, MT, PA, TO, RO e RR) em comparação aos 294 km2 de 2008.

De acordo com o Imazon, o Estado que teve a maior área destruída foi novamente o Pará (37% do total), seguido de Mato Grosso (27%) e Roraima (20%). A cidade campeã foi Novo Progresso (PA), com 28,7 km 2. Os números, baseados em um sistema independente de monitoramento, o SAD, vão na mesma direção do que vem sendo divulgado por órgãos governamentais.

Para Adalberto Veríssimo, um dos pesquisadores da ONG, a tendência de diminuição do desmatamento começou em julho do ano passado, como reflexo de um pacote de medidas adotado pelo governo federal meses antes, e se aprofundou com a crise econômica mundial e com as chuvas na região.

As medidas incluíram a restrição de crédito bancário às propriedades com passivo ambiental e a criação de uma lista das cidades que mais destroem a Amazônia, nas quais qualquer desmate passou a ficar proibido. Segundo Veríssimo, essas ações foram “mais sofisticadas” do que as repressões “pirotécnicas”.

A crise diminuiu a procura por produtos historicamente ligados ao desmate, como carne, grãos e madeira, e as chuvas tornaram intransitáveis as estradas de terra, impendindo a entrada de caminhões e máquinas pesadas usadas na derrubada da floresta.


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