Uma pesquisa do Imazon sobre a cadeia do gado foi tema de uma reportagem do site ambiental Mongabay. O estudo revelou as disparidades entre frigoríficos, produtores e fiscalização que dificultam o cumprimento dos acordos para banir o desmatamento na Amazônia.
O trabalho contou com o testemunho de 131 criadores de gado e gerentes de sete frigoríficos da região sudeste do Pará, entre São Félix do Xingu e Marabá. A região concentra 30% do rebanho bovino do Estado e 10% de todas as cabeças de gado da Amazônia.
À reportagem, a pesquisadora Ritaumaria Pereira, uma das autoras do estudo, afirmou que foram ouvidos depoimentos “francos sobre como é fácil evitar as exigências” dos acordos enganando a fiscalização e promovendo a chamada “lavagem de gado” – troca de animais de uma fazenda irregular para outra legalizada – ou simplesmente vendendo para frigoríficos que não fazem parte dos pactos.
“Muitos animais deixam o Pará sem a Guia de Trânsito Animal para serem lavados em outros estados. Os municípios do sudoeste enviam gado para o Mato Grosso, e os do sul fornecem para Tocantins e Goiás”, explicou a pesquisadora à reportagem.
Publicado em inglês na revista Tropical Conservation Science, o estudo “Extensive Production Practices and Incomplete Implementation Hinder Brazil’s Zero-Deforestation Cattle Agreements in Pará” pode ser lido na íntegra aqui.
Imagem retirada do estudo “Os frigoríficos vão ajudar a zerar o desmatamento da Amazônia?”, do Imazon