O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) divulgou o boletim das áreas protegidas mais ameaçadas e pressionadas da Amazônia. O levantamento considera unidades de conservação e Terras Indígenas, territórios que possuem proteção ambiental legal e que, pelo menos na teoria, deveriam ser barreiras contra o desmatamento ilegal. O boletim considera os meses de fevereiro, março e abril de 2020. Neste período, a Terra Indígena Yanomami, na fronteira entre Roraima e Amazonas, foi a mais pressionada, e registrou 72 ocorrências de desmatamento e um total de 4,4 km² de área desmatada, de acordo com o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon, o equivalente a 440 campos de futebol e a cerca de 4,5% de todo o território indígena. Entre as mais ameaçadas, a Área de Proteção Ambiental do Tapajós, no Pará, lidera a lista.
A Terra Indígena (TI) Yanomami ocupa uma área de 9.665 hectares (96,65 km²) habitada pelos povos Yanomami e Ye’kwana e os Isolados da Serra da Estrutura, Isolados do Amajari, Isolados do Auaris/Fronteira, Isolados do Baixo Rio Cauaburis, Isolados Parawa u, Isolados Surucucu/Kataroa. O levantamento do Imazon divide o território em células de 10 km x 10 km e a contagem leva em conta o número de células dentro da área protegida que registraram ocorrências de desmatamento, de acordo com os dados de monitoramento do SAD, e não a extensão da área desmatada.
“A TI Yanomami é a mais pressionada entre todas as áreas protegidas do Brasil. E além dessa situação do garimpo e da grilagem, temos visto esse avanço da Covid-19 dentro dessa Terra Indígena, o que gera uma preocupação pela vulnerabilidade dessa população também, porque onde está ocorrendo mais desmatamento significa que está havendo maior contato externo com essas populações e, consequentemente, uma maior transmissão da doença”, alerta um dos autores do estudo e pesquisador do Imazon, Antônio Fonseca.
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Imagem em destaque: Polícia Federal/Divulgação (Reprodução/O Eco)