O seminário reuniu técnicos, ambientalistas e representantes de comunidades tradicionais e indígenas para começar a redefinir a gestão de recursos e ações no Escudo das Guianas.
O Governo do Estado reuniu nesta terça-feira, 2, técnicos, ambientalistas e representantes de comunidades tradicionais e indígenas para começar a redefinir a gestão de recursos e ações no Escudo das Guianas – área que abrange o Brasil (Amapá, Amazonas, Pará e Roraima), Guiana Francesa, Suriname, Guiana e parte da Venezuela.
O encontro, denominado 3º Seminário de Áreas Protegidas do Escudo das Guianas (Sapeg), Pará e Amapá, ocorreu na residência oficial. A proposta do evento é discutir o fomento, a colaboração e a integração das atividades das diversas instituições atuantes na região, por meio da troca de experiências entre representantes de entidades ligadas ao apoio, consolidação e gestão de áreas protegidas do Amapá, Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé), ONG Conservação Internacional (CI-Brasil), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Segundo o secretário de Estado do Meio Ambiente do Amapá, Marcelo Creão, a 3ª edição do seminário tem como meta criar uma redefinição e significado para todas as instituições que trabalham junto ao Sapeg. “A ideia é pensarmos de forma integrada, com ações para todo o bloco, que envolve não apenas a região da Calha Norte do Pará e do Amapá, mas também a Guiana Francesa e o Suriname”.
Ele acredita que, para a utilização mais adequada dos recursos e para que as atividades não se sobreponham, é necessário que o Estado, órgãos federais e instituições sigam a mesma linha e, em conjunto, formulem as políticas públicas para o bloco, que não se trata apenas de uma área geográfica, mas também de pessoas, instituições, indígenas, quilombolas e extrativistas, que dependem dessas deliberações.
Durante este primeiro dia de evento – que se estenderá até a quarta-feira, 3 –, foram realizadas mesas de debate sobre o sobrevoo no bloco das áreas protegidas do escudo das guianas e gestão territorial e mecanismos de financiamento dessas áreas.
Conforme o secretário, os mecanismos discutidos no evento envolvem ações de financiamento de banco, fundo, doação de organizações e até mesmo recurso do governo, discutindo a forma de otimizar esses recursos. “Precisamos pensar de uma forma macro, trabalhando juntos em campo. Esse vai ser o grande passo para avançarmos na implementação das unidades de conservação”.
Na quarta-feira, as mesas-redondas e plenárias debaterão temas como impressões sobre a plataforma e diretrizes e encaminhamento para a gestão integradas dos blocos de áreas protegidas.
Termo de Cooperação
Marcelo Creão (à esq.) frisa a importância da adesão de outras instituições à Gestão Compartilhada do Bloco das Áreas Protegidas do Escudo das Guianas.
No Sapeg, os participantes também abordaram o termo de adesão à iniciativa de Gestão Compartilhada do Bloco das Áreas Protegidas do Escudo das Guianas, assinado em solenidade realizada na segunda-feira, 1º, no Palácio do Setentrião. A proposta visa uma parceria através da gestão integrada entre o Amapá, Pará, Guiana Francesa e Suriname, a fim de compartilhar responsabilidades e discutir o uso de recursos e a biodiversidade em áreas de proteção ambiental e indígenas.
De acordo com Marcelo Creão, as instituições já têm conhecimento do termo e, a partir de agora, serão realizadas discussões internas dentro das organizações, para que ocorra adesão à iniciativa. “O Governo do Amapá já lançou a proposta. Nosso papel técnico é mostrar a importância da adesão e do trabalho de forma conjunta”, frisa.
O 3º Sapeg também contou com a participação da Secretaria Extraordinária dos Povos Indígenas, Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, Fundação Nacional do Índio e Fundo Brasileiro para a Biodiversidade.
Durante o seminário, peças de artesanato produzidas na aldeia Kumarumã, em Oiapoque, também foram expostas e comercializadas.