Estudo recente publicado na revista científica Conservation Biology aponta que entre os anos de 1981 e 2012, foram realizadas 93 alterações em Unidades de Conservação (UCs) de 16 Estados brasileiros, grande parte delas resultou na redução dessas áreas.
Conduzido por três estudiosos brasileiros, o estudo utilizou a classificação da WWF, a PADDD, que categoriza essas alterações em extinção total da UC, redução de tamanho e redução do nível de proteção. Dentro das 93 alterações encontradas, destacam-se as que resultaram na perda de proteção legal de 5,2 milhões de hectares, uma área maior que o Estado do Rio de Janeiro.
A pesquisadora do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) Elis Araújo, coautora do estudo, diz que esses dados de redução refletem uma mudança na política de Áreas Protegidas no Brasil. “A partir de 2008, essas alterações se tornaram mais frequentes, sendo que 74% delas acorreram entre 2008 e 2012”, comenta.
Entre os anos de 2010 a 2012, um total de 19 Unidades de Conservação sofreu redução de limite ou de proteção por conta de empreendimentos de geração ou transmissão de energia. “O enfraquecimento da proteção dessas áreas de floresta compromete sua capacidade de entregarem à sociedade uma série de benefícios”, alerta a pesquisadora.
O estudo destaca os serviços ambientais providos pelas UCs e seu potencial econômico. Estima-se que a criação e manutenção de UCs no Brasil previnem emissões anuais de pelo menos 2,8 bilhões de toneladas de carbono, ajudando no combate às mudanças climáticas, além do potencial de acomodar 20 milhões de visitantes por ano com a possibilidade de gerar um impacto econômico de aproximadamente R$ 2,2 bilhões.