Monteiro, A. L., Souza Jr, C., Barreto, P., Pantoja, F., & Gerwing, J. 2004. Impactos da exploração madeireira e do fogo em florestas de transição da Amazônia Legal. Scientia Forestalis, 65, 11-21.
A exploração de madeira e os incêndios têm causado severos danos a florestas na Amazônia. Faltavam estudos sobre os impactos da exploração e do fogo em florestas de transição entre a floresta ombrófila densa e florestas de cerrado.
Neste estudo, foram quantificados os impactos de várias intensidades de exploração madeireira e fogo na estrutura e composição de florestas de transição – em termos de densidade de árvores e de cipós, cobertura do dossel e perturbação do solo e da biomassa acima do solo – na região de Cláudia, Mato Grosso. O estudo foi conduzido em 12 propriedades, através de inventários de campo (transectos de 10 m x 500 m).
A composição e estrutura das florestas variaram em função da intensidade de exploração e do fogo e do tempo decorrido após tais eventos. Em relação à floresta nativa, a biomassa viva acima do solo foi 15% menor na floresta explorada e queimada (cuja intensidade de extração foi de 10 m3 ha-1) e 49% menor na floresta intensamente explorada e queimada (extração de 25 m3 ha-1). A densidade de árvores com DAP = 10 cm em cada classe de floresta degradada foi menor que na floresta nativa. Por outro lado, indivíduos pioneiros desta categoria de diâmetro alcançaram densidade máxima na floresta intensamente explorada e queimada (37 caules ha-1), comparado à floresta nativa (12 caules ha-1). A densidade total de cipós foi substancialmente maior em função da degradação da floresta: 6.115 caules ha-1 na floresta nativa. Observou-se uma redução de 69% da cobertura do dossel e um aumento de 39% de resíduos na floresta explorada e intensamente queimada. Finalmente, o estoque de madeira de espécies comerciais nas florestas perturbadas foi significativamente menor do que na floresta intacta.
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