Título Mapa de Risco de Incêndios Florestais e Queimadas Agrícolas na Amazônia Brasileira para o Segundo Semestre de 1998
Autores Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia – IPAM

Centro de Pesquisa Woods Hole – WHRC

Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia – IMAZON

Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE

Instituto Nacional de Meteorologia – INMET

Centro de Estudos Espaciais Ames – NASA/Ames

Cidade Belém
Ano de publicação 1998
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IPAM, WHRC, IMAZON, INPE, INMET, & NASA. 1998. Mapa de Risco de Incêndios Florestais e Queimadas Agrícolas na Amazônia Brasileira para o Segundo Semestre de 1998 (p. 27). Belém: IPAM.

Captura de tela 2025 02 12 145549 214x300 - Mapa de Risco de Incêndios Florestais e Queimadas Agrícolas na Amazônia Brasileira para o Segundo Semestre de 1998Sumário Executivo

A seca severa provocada pelo evento El Niño de 1997/98 ameaça aumentar a inflamabilidade das florestas e das áreas agricolas no Leste e Sul da Amazônia, durante a estação seca na região, principalmente no segundo semestre de 1998. Se tal previsão de estiagem se confirmar, os prejuízos ecológicos e econômicos serão potencialmente elevados e, em grande parte, resultado de incêndios acidentais. Neste cenário, qualquer iniciativa que busque fazer previsões sobre os riscos de incêndios na Amazónia é de vital importância para o trabalho emergencial de elaboração de medidas de prevenção e combate ao fogo. O objetivo deste relatório é apresentar os mapas de previsão de risco de incêndios florestais e queimadas agricolas na Amazónia brasileira em 1998, elaborados a partir dos dados disponíveis em várias instituições que trabalharam em conjunto num projeto denominado RisQue98

Os dados gerados pelo RisQue98 permitem a identificação de áreas onde o risco de ocorrência de incêndios, especialmente os florestais, é elevado; permitem indicar, também, áreas sob risco de incêndios agricolas descontrolados. Áreas de maior risco são aquelas onde 1) o déficit acumulado de precipitação é maior, 2) os solos possuem pouca capacidade de armazenar água para as plantas, 3) a extração seletiva de madeira é mais intensa, reduzindo a resistência da floresta ao fogo, e 4) onde os pecuaristas e agricultores usam o fogo freqüentemente nos seus sistemas de manejo da terra No RisQue98, cada um dos quatro fatores citados acima estão representados por um mapa, que de forma combinada, indentificam as áreas na Amazônia brasileira com maior probabilidade de sofrerem grandes incêndios florestais e queimadas agrícolas descontroladas durante o segundo semestre de 1998 Desta forma, RisQue98 fornece uma previsão de risco de fogo que pode ser utilizada por agricultores, pecuaristas e madeireiros, assim como o governo e as organizações não-governamentais, como uma ferramenta para orientar a implementação de medidas para reduzir os perigos dos incêndios e queimadas acidentais, especialmente nos locais de risco muito alto

Através do RisQue98 estima-se que uma área de aproximadamente 400.000 km² de florestas intactas poderão estar suscetiveis ao fogo durante o segundo semestre de 1998. Esta área corresponde a cerca de 11% da atual cobertura florestal da Amazônia, e é 20 vezes maior que a área de floresta que estava suscetivel ao fogo no Estado de Roraima

em março de 1998. As maiores áreas de risco estão concentradas nos Estados do Pará (57%), Mato Grosso (13%), e Amazonas (8%). Deste total, as áreas classificadas como de “Alto Risco” de ocorrência de incêndios, cerca de 200.000 km², estão concentradas nos Estados do Pará (71%), Roraima (7%), Maranhão (6%) e Tocantins (6%)

De acordo com RisQue98, a área de maior concentração de florestas sob risco de incêndio encontra-se no leste paraense. Esta região, que engloba os municípios de Marabá, São Félix do Xingu e Novo Repartimento, concentra grande extensão de áreas agricolas onde foi elevada a ocorrência de focos de queimadas detectadas pelo satélite NOAA no ano de 1997. A expectativa é que essas áreas sofram novamente muitas queimadas em 1998 aumentando ainda mais o risco de incêndios florestais. A segunda grande área com ocorrência de florestas inflamáveis, encontra se no Baixo Amazonas e envolve os municipios de Santarém, Altamira e Aveiro. O risco destas florestas pegarem fogo em 1998 é alto, principalmente ao longo da rodovia Santarém-Cuiabá

Assim como toda previsão, o RisQue98 pode eventualmente subestimar ou superestimar a área florestal que se tornará inflamável. Tal fato, dependerá se as florestas classificadas como de alto risco de inflamabilidade receberem chuvas acima da média, ganhando, desta forma, maior resistência ao fogo. Por outro lado, a área pode ser maior do que a estimada, se os solos da região não estavam saturados de água no início da estação seca de 1997, como foi assumido pelo RisQue98 para que fosse possivel iniciar os cálculos das previsões. Portanto, o RisQue98 tem grande capacidade de identificar aquelas regiões que podem sofrer queimadas após um periodo prolongado (de algumas semanas) sem chuva.

O RisQue98 é resultado de um esforço coletivo. Diferentes instituições participaram de sua construção. O modelo básico utilizado para analisar os dados e gerar os mapas de risco, bem como os dados de campo que ajudaram no teste do modelo, representam 8 anos de pesquisas do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM) e do Centro de Pesquisa Woods Hole (WHRC). Este modelo foi alimentado com os seguintes dados sobre: 1) precipitação, registrada em 60 estações meteorológicas mantidas pelo INPE e pelo INMET, 2) temperatura do ar (utilizada para estimar a perda de água através de evaporação) fornecidos também pelo INPE e INMET, 3) capacidade do solo em armazenar água disponivel para plantas, baseado em 1147 perfis de textura de solo e analisados pelo IPAM, WHRC e NASA/Ames, 4) área de abrangência da exploração seletiva de madeira, classificado pela intensidade (m³/ha), e baseado em 1.353 entrevistas de operadores de serraria, produzido pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente (IMAZON) e, 5) número de focos de queimadas, registrados pelo satélite NOAA em 1997, e analisados pelo INPE e pelo Instituto Brasileiro de Recursos Naturais Renováveis (IBAMA).


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