Título Relatório Anual do Desmatamento no Brasil – RAD2024
Autores Carolina Del Lama

Julia Shimbo

Lana Teixeira

Magaly Oliveira

Marcondes G. Coelho-Junior

Marcos Rosa

Natalia Crusco

Pedro Alves

Tasso Azevedo

Kênia Santos

Adriana Moreira

Revisores Roberta Capim Rocha

Nerivaldo Afonso Santos

Eduardo Reis Rosa

Larissa Amorim

Eduardo Vélez Martin

Ana Paula Valdiones

Cidade São Paulo
Ano de publicação 2025
DOI DOI 10.1088/1748-9326/ac5193 – https://iops-cience.iop.org/article/10.1088/1748-9326/ac5193 doi:
10.1088/1748-9326/ac5193
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Captura de tela 2025 06 09 094807 1 - Relatório Anual do Desmatamento no Brasil – RAD2024Sumário Executivo

O RAD2024, sexto Relatório Anual do Desmatamento no Brasil, elaborado pelo MapBiomas, apresenta um panorama abrangente do desmatamento em todos os biomas brasileiros de 2019 a 2024, com foco no ano mais recente e considerando diferentes categorias territoriais e fundiárias. O relatório consolida e analisa os alertas de desmatamento validados e refinados com imagens de alta resolução pelo MapBiomas Alerta (https://alerta.mapbiomas.org/) a partir de múltiplos sistemas de detecção de desmatamento, avalia indícios de irregularidade ou ilegalidade e examina ações de combate ao desmatamento por órgãos governamentais e instituições financeiras. Tendências no desmatamento:

◆ Nos últimos seis anos, o Brasil perdeu cerca de 9,88 milhões de hectares de vegetação nativa, sendo mais de 82,9% na Amazônia e no Cerrado.
◆ Em 2024, o desmatamento no Brasil diminuiu em mais de 30% em comparação com 2023, totalizando 1,24 milhão de hectares.
◆ Pela primeira vez na série histórica do MapBiomas Alerta, todos os biomas apresentaram redução na área desmatada, com exceção da Mata Atlântica que se manteve estável após uma queda de 55% entre 2022 e 2023.
◆ Pantanal apresentou a maior queda proporcional em comparação com o ano anterior, com redução de 58,6% e totalizando 23.295 hectares desmatados em 2024.
◆ Amazônia e Caatinga, registraram uma queda menor quando comparados aos outros biomas, 16,8% e 13,4% respectivamente de redução no desmatamento em 2024.
◆ Pelo segundo ano consecutivo e apesar da redução de 41%, o Cerrado permanece como o bioma com a maior área desmatada entre todos os biomas, com mais da metade do total da área desmatada do país (52,5%) totalizando 652.197 ha.
◆ As reduções observadas em biomas com ecossistemas campestres, principalmente o Pampa (redução de 42%), são atribuídas às áreas de florestas, pois sistemas de detecção de supressão de campos nativos ainda precisam ser aprimorados e integrados ao MapBiomas Alerta.
◆ Houve a integração de um novo sistema de detecção, o DETER Pantanal/INPE.
◆ O Pantanal teve a maior área média dos desmatamentos (117,1 hectares), apesar da redução de 26,4% na área média em relação ao ano anterior.
◆ A agropecuária é o principal vetor de pressão, com mais de 97% da perda de vegetação nativa nos últimos seis anos. Eventos climáticos extremos apresentaram o maior incremento relativo em 2024, diretamente relacionados aos impactos do desastre climático no estado do Rio Grande do Sul.
◆ Em 2024, o desmatamento em formações savânicas (52,4%) continua predominando sobre a perda de vegetação nativa em formações florestais (43,7%).

Desmatamento em áreas e territórios protegidos:
◆ Em 2024, 57.930 hectares foram desmatados em Unidades de Conservação (UCs), uma redução de 42,5% em relação a 2023. Em UCs de Proteção Integral, a redução foi de 57,9%.
◆ Em 2024, foram observados 15.938 ha de perda de vegetação nativa dentro de Terras Indígenas (TIs), o que representa 1,3% do desmatamento no Brasil no ano. Houve uma redução de mais de 24% no desmatamento em TIs em relação a 2023.
◆ Nos últimos seis anos, o Brasil perdeu 1.962.575 ha de vegetação nativa dentro de Reservas Legais (RLs) declaradas no CAR. Isso corresponde a 19,9% de toda a área desmatada no país neste período.

Desmatamento em imóveis rurais:
◆ 0,8% dos imóveis cadastrados no Cadastro Ambiental Rural (CAR) têm registro de desmatamento em 2024 no Brasil. Porém, eles responderam por 81,4% dos alertas do país.
◆ 5,8 milhões de ha foram desmatados após 31 de dezembro de 2020, 54,7% em formações florestais e 42% em savanas. Considerando a nova regulamentação da União Europeia, a restrição pode afetar
cerca de 310 mil imóveis rurais (4% dos 7,8 milhões de imóveis cadastrados no CAR).

Indícios de ilegalidade ou irregularidade:
◆ Estima-se que mais de 93% da área desmatada no Brasil em 2024 teve pelo menos um indício de irregularidade, ou seja, não cruzam espacialmente com autorizações ou estão dentro de territórios protegidos.
◆ Nos últimos seis anos, 17,6% de toda a área desmatada no Brasil não tem indícios de ilegalidade ou irregularidade.

Ações de Combate ao Desmatamento nos Estados:

◆ No Brasil, de 2019 a 2024, 2,3 milhões de hectares desmatados cruzaram espacialmente com autorizações, ou seja, 23,4% da área total desmatada no país nos últimos seis anos foi autorizada.
◆ Em 2024, 54% de toda a área desmatada teve alguma autorização ou ação de fiscalização, enquanto que no ano anterior foi 42%.
◆ O Maranhão continua sendo o estado com maior área desmatada, apesar da redução de 34%, totalizando uma perda de 218.298 ha de vegetação nativa. O Maranhão é um dos estados que não disponibilizam bases públicas de autorizações ou ações de fiscalização, mas responderam à solicitação de dados para o relatório.
◆ Em 2024, o Pará assumiu a segunda posição no ranking (em 2023 era o quarto), com 156.990 ha desmatados. 1,2% da área desmatada no estado sobrepôs a uma autorização, conforme a base federal e estadual consultada.
◆ A Bahia ocupou o quinto lugar (em 2023 estava em segundo), com 133.334 hectares e apresentou uma redução de 54% em relação a 2023. Mais de 539 mil ha desmatados na Bahia nos últimos seis anos foram autorizados (54,9% do total desmatado).
◆ Goiás, que teve a maior redução no desmatamento em 2024 (mais de 70%), também mostrou aumento da porcentagem da área desmatada com autorização ou ação de fiscalização nos últimos anos. Saiu de 62,1% de área autorizada ou fiscalizada em 2021 para 71,0% em 2024.


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