Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e Instituto O Mundo Que Queremos. Radar Verde: Transparência da Carne na Amazônia – Avaliação de Controle sobre a Cadeia Produtiva da Carne Bovina, Indicador 2022. Belém/São Paulo: Imazon e O Mundo Que Queremos, 2022.
Há grandes chances de que a carne bovina que você consome seja oriunda de fazendas onde um dia já foi Floresta Amazônica. A criação de gado é o principal motor do desmatamento na região. Atualmente, pastos para o gado cobrem cerca de 90% da área total desmatada, e mais de 90% dos desmatamentos novos são ilegais. Pelo menos 93 milhões dos mais de 218 milhões de bovinos criados no Brasil estão nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e Maranhão.
A Amazônia guarda a maior floresta tropical do mundo, que presta diversos serviços para a humanidade. Por seu estoque de carbono, a floresta é vital para o equilíbrio do clima no planeta. Também é fundamental para a origem de chuvas de boa parte do continente e abriga uma das maiores diversidades do planeta. Além disso, os produtos da floresta têm potencial econômico ainda não explorado. Por tudo isso e mais, o uso sustentável da Amazônia é um dos grandes desafios do Brasil.
Os consumidores têm papel importante e podem ajudar a frear o desmatamento na maior floresta tropical do planeta exigindo dos supermercados e frigoríficos garantias de que a carne que vendem não veio de áreas de desmatamentos irregulares. Mas, para garantir a origem da carne, é preciso monitorar toda a cadeia produtiva, começando pela fazenda onde nasce o bezerro e seguindo por todo o caminho que a carne faz até chegar às nossas mesas.
Por isso, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e o Instituto O Mundo Que Queremos, com financiamento da Iniciativa Internacional de Clima e Florestas da Noruega (NICFI) e do Instituto Clima e Sociedade (iCS), desenvolveram um novo indicador público de transparência e controle da cadeia de produção e comercialização de carne bovina no Brasil: o RADAR VERDE.
Trata-se de um indicador que mostrará, anualmente, quais frigoríficos e supermercados demonstram maior controle e transparência na produção da cadeia da carne que vendem. Essa será uma ferramenta para os consumidores escolherem de onde querem comprar a carne que consomem e para a sociedade como um todo compreender melhor sobre a origem da carne por meio da avaliação de controle sobre a cadeia produtiva.
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