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Estradas cortam ou se aproximam de 41% da área de floresta na Amazônia, mostra mapeamento inédito

26/08/22

Feita pelo Imazon com auxílio de inteligência artificial, identificação das vias mostrou que um terço está sobre terras públicas, o que as coloca sob maior pressão de desmatamento

Trecho da BR-319 no Amazonas (Foto: DNIT/Divulgação)
Relacionadas com o avanço do desmatamento, as estradas já cortam ou estão a menos de 10 km de 41% da área florestal amazônica no Brasil. A conclusão foi de um mapeamento inédito realizado pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) com auxílio de inteligência artificial, que identificou 3,46 milhões de km de vias na Amazônia Legal. Publicada recentemente na revista científica internacional <figure> <img src=”https://imazon.fly.storage.tigris.dev/images/mapa-densidade-estradas.png” alt=”” /> <figcaption>Mapa mostra densidade de estradas na Amazônia Legal (Imagem: Imazon)</figcaption> Na comparação por estado, a pesquisa mostrou que o Mato Grosso e o Pará possuem as maiores quilometragens de estradas. Porém, foram o Tocantins e o Maranhão que apresentaram a maior densidade de vias.

Algoritmo de inteligência artificial revolucionou análise das estradas

Este foi o primeiro estudo que mapeou estradas com auxílio de inteligência artificial na Amazônia, o que foi feito a partir de um algoritmo criado pelo Imazon. Essa tecnologia permitirá realizar o monitoramento com maior agilidade, frequência e assertividade. Isso porque, após receber treinamento de como identificar as vias nas imagens de satélite, o algoritmo foi capaz de mapear mais estradas do que o olho humano. Ou seja, será possível fazer análises mais assertivas da relação entre as vias e os danos socioambientais na Amazônia.
“O trabalho manual de identificação das estradas nas imagens de satélite, que demorava meses para ser feito pelos pesquisadores, agora é realizado por apenas sete horas pelo nosso algoritmo de inteligência artificial. A equipe de pesquisa ficará mais livre para realizar diversas análises a partir desses dados”, comemora Souza Jr.
A publicação ainda alerta que, justamente por ter sido o primeiro mapeamento com esse tipo de tecnologia, não é possível compará-lo com estudos mais antigos, onde a identificação das estradas ainda era manual. Para analisar o avanço das vias ao longo do tempo na Amazônia, os pesquisadores pretendem usar o método de mapeamento por inteligência artificial com as imagens de satélite dos anos anteriores. Assim, será possível criar uma série histórica. Além disso, o estudo recém-publicado também não separa as estradas mapeadas entre oficiais e não oficiais. Estima-se, no entanto, que a grande maioria das vias identificadas não sejam oficiais, passando de 3 milhões de quilômetros.

Dados das estradas já estão em uso por plataforma de previsão de desmatamento

A base de dados das estradas gerada com auxílio de inteligência artificial pelo Imazon já está sendo usada na prática pela plataforma de previsão de desmatamento PrevisIA. Aliás, devido à grande relação entre a abertura de estradas e os novos desmatamentos, essa é a principal variável do modelo de risco da ferramenta. Criada no ano passado pelo Imazon em parceria com a Microsoft e o Fundo Vale, a PrevisIA já se mostrou uma plataforma assertiva na indicação das áreas sob maior risco de derrubada da floresta. Na última análise realizada, 75% do desmatamento ocorrido estava em um raio de até 4 km do ponto estimado pela ferramenta.

Clique aqui para baixar o estudo completo

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