São mais de 100 chefes de Estado e de governo, entre os 191 convidados, que estarão na Conferência do Clima patrocinada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em Copenhague, entre hoje e 18 de dezembro. Espera-se que a conferência climática crie um novo pacto global para substituir o Protocolo de Quioto, de 1997, que expira em 2012.

Entre outros, lá estarão Lula da Silva, a chanceler alemã, Angela Merkel, o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Gordon Brown, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, o primeiro-ministro da China, Wen Jiabao, o presidente da Indonésia, Susilo Bambang Yudhoyono, o primeiro-ministro da Austrália, Kevin Rudd, e o primeiro-ministro do Japão, Yukio Hatoyama.

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, passará por Copenhague dia nove, antes da cúpula com os demais líderes. Poderá anunciar US$ 1,3 bilhão para ajudar os países pobres no combate aos gases-estufa. O presidente Lula afirmou que Copenhague “não vai resultar em um acordo com o qual nós todos sonhamos. Então, pode-se esperar, como resultado, desde um fantasioso arco-íris financeiro como uma tempestade tropical. Para Angela Merkel, uma contribuição de todos os países é necessária, porque limitar o aquecimento global a 2% não será possível para as nações industriais sozinhas.

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, fez do novo tratado sua prioridade. O Congresso dos Estados Unidos, no entanto, pressionado pelos lobbies industriais, não aprovou qualquer adesão do país à diminuição de gases, salvo ajuda em dólares. Os diversos cataclismas que têm ocorrido, matando milhares de pessoas, fazem com que muitos se questionem, cada vez mais, sobre a mudança climática.

Aqui no Rio Grande do Sul estamos em dezembro e a variação do tempo ainda não permite que roupas mais leves sejam usadas. O Brasil vai municiado para a capital da Dinamarca. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (Bndes) anunciou a aprovação dos três primeiros projetos do Comitê Orientador do Fundo Amazônia (Cofa). Um dos projetos é da ONG Imazon, que receberá R$ 12 milhões para diversos municípios do Pará. Trata-se do Municípios Verdes e que promoverá o monitoramento, o cadastramento ambiental rural das propriedades e a adequação ambiental das atividades rurais e madeireiras.

Outro projeto é da ONG The Nature Conservancy (TNC) e receberá R$ 16 milhões. Pretende a recuperação de áreas degradadas, zoneamento ecológico-econômico e ações que promovam as práticas ambientais no Mato Grosso, inclusive nos municípios situados no Arco do Desmatamento.

O terceiro projeto será da Fundação Amazonas Sustentável, do governo do Amazonas, e receberá R$ 20 milhões. Servirão para o pagamento de serviços ambientais às comunidades extrativistas, seringueiros e quilombolas para a recomposição de áreas ambientais degradadas.

O Fundo Amazônia conta com R$ 150 milhões em carteira para mais projetos que serão aprovados em janeiro e fevereiro de 2010, do total de US$ 1 bilhão que serão aportados até 2015 pela Noruega. A grata surpresa tem sido o ministro Carlos Minc, que defendeu um plano ambicioso de redução obrigatória de 80% do desmatamento e de 40% das emissões de dióxido de carbono em relação a 1990, até 2020. A regra valeria para todos os países, ricos e pobres. Segundo os cientistas, as nações industrializadas precisam, nos próximos 10 anos, reduzir as suas emissões entre 25% e 40% em relação aos níveis de 1990 com o objetivo de evitar uma elevação de 2 graus Celsius na temperatura do planeta. No entanto, o percentual mais cogitado não ultrapassa os 23%. Minc acredita que, em Copenhague, os países tirarão cartas no bolso do colete para as negociações.


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