Souza Jr., C., Siqueira, J., Ribeiro, J., & Sales, M. 2013. Desmatamento e Degradação Florestal do Bioma Amazônia (2000 – 2010) (p. 2). Belém: Imazon.
O mapa de Desmatamento e Degradação Florestal do Bioma Amazônia foi produzido pelo Imazon para contribuir com o monitoramento da região.
A metodologia aplicada gera simultaneamente o mapeamento do desmatamento e da degradação florestal [causada pela atividade madeireira e queimadas florestais] utilizando imagens do satélite Landsat. Os métodos existentes detectam e mapeam individualmente esses processos o que pode levar a sobreposição de resultados e aumento de incertezas nas estimativas de taxas anuais de desmatamento. Isso acontece porque a degradação florestal, nos casos mais intensos, pode ser confundida com desmatamento nas imagens Landsat. O desmatamento é um processo de conversão da floresta para outros usos da terra, como pastagens, áreas de cultivos agrícolas, mineração, ou mesmo, para fins de urbanização. Para isso, é necessário a remoção completa da cobertura florestal original, enquanto que a degradação florestal remove parcial e temporariamente essa cobertura. Por exemplo, na exploração madeireira ocorre a remoção de algumas árvores (3 a 5) por hectare e a abertura de estradas e pátios de estocagem de madeira; os incêndios florestais abrem clareiras com a queima de árvores, mantendo outras menos impactadas. Esses processos levam à redução dos estoques de carbono florestal orginais e da biodiversidade.
A metodologia apresentada neste estudo permite mapear o desmatamento e a degradação florestal simultaneamente diminuindo possíveis zonas de “confusão” no mapeamento desses dois tipos de processos. Outra contribuição importante é a capacidade de mapear desmatamentos de até um hectare.
Utilizamos imagens Landsat adquiridas no período de 2000 a 2010, cobrindo anualmente a maior parte do Bioma Amazônia, para produzir os primeiros resultados desse novo sistema de monitoramento do Imazon. Os dados [das imagens de satélites] são normalizados, no espaço e no tempo, e analizados de forma quantitativa, o que permite estabelecer regras de classificação automáticas genéricas e consistentes. Aplicamos também regras computacionais para detectar possíveis inconsistências de classificação ao longo do tempo e corrigir esses problemas. Por último, os mapas gerados com a classificação automática são inspecionados e editados por analistas para corrigir eventuais erros. Esses resultados do mapeamento são utilizados, posteriormente, para estimar a taxa anual de desmatamento e de degradação através de métodos matemáticos, para a data de referência de 1 de agosto [utilizada oficialmente pelo governo brasileiro para esse propósito].
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DESMATAMENTO E DEGRADAÇÃO FLORESTAL NO BIOMA AMAZÔNIA 2000 – 2010