Resumo
Em maio de 2015, o SAD detectou 389 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal com uma cobertura de nuvens de 39% do território. Isso representou um aumento de 110% em relação a maio de 2014 quando o desmatamento somou 185 quilômetros quadrados e a cobertura de nuvens foi de 38%.
Em maio 2015, o desmatamento ocorreu no Amazonas (27%) e Mato Grosso (27%), seguido pelo Pará (23%) e Rondônia (21%) e, em menor proporção, Roraima (11%).
O desmatamento acumulado no período de agosto de 2014 a maio de 2015, correspondendo aos dez primeiros meses do calendário de medição do desmatamento, atingiu 2.286 quilômetros quadrados. Houve aumento de 170% do desmatamento em relação ao período anterior (agosto de 2013 a maio de 2014) quando atingiu 846 quilômetros quadrados.
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 33 quilômetros quadrados em maio de 2015. Em relação a maio de 2014 houve uma redução de 79%, quando a degradação florestal somou 159 quilômetros quadrados.
Estatística de Desmatamento
De acordo com o SAD, o desmatamento (supressão total da floresta para outros usos alternativos do solo) atingiu 389 quilômetros quadrados em maio de 2015 (Figura 1 e Figura 2).
Figura 1. Desmatamento de agosto de 2013 a maio de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Figura 2. Desmatamento e Degradação Florestal na Amazônia Legal em maio de 2015 (Fonte: Imazon/ SAD).
Em maio de 2015, o desmatamento ocorreu no Amazonas (27%) e Mato Grosso (27%), seguido pelo Pará (23%) e Rondônia (21%) e, em menor proporção, Roraima (11%) (Figura 3).
O desmatamento acumulado no período de agosto de 2014 a maio de 2015, correspondendo aos dez primeiros meses do calendário de medição do desmatamento, atingiu 2.286 quilômetros quadrados. Houve aumento de 170% do desmatamento em relação ao período anterior (agosto de 2013 a maio de 2014) quando atingiu 846 quilômetros quadrados.
Figura 3. Percentual do desmatamento nos Estados da Amazônia Legal em maio de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
Considerando os dez primeiros meses do calendário atual de desmatamento (agosto de 2014 a maio de 2015), o Mato Grosso lidera o ranking com 37% do total desmatado no período. Em seguida aparece Pará (24%) e Rondônia (20%). Em termos relativos, houve aumento expressivo de 222% em Rondônia e 218% no Mato Grosso.
Em termos absolutos, o Mato Grosso lidera o ranking do desmatamento acumulado com 837 quilômetros quadrados, seguido pelo Pará (537 quilômetros quadrados) e Rondônia (448 quilômetros quadrados) (Tabela 1).
Tabela 1. Evolução do desmatamento entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2013 a maio de 2014 e agosto de 2014 a maio de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
*Os dados do Maranhão não foram analisados.
Degradação Florestal
Em maio de 2015, o SAD registrou 33 quilômetros quadrados de florestas degradadas (florestas intensamente exploradas pela atividade madeireira e/ou queimadas) (Figuras 2 e 4). Desse total, a grande maioria (96%) ocorreu no Mato Grosso, seguido pelo Amazonas (2%) e Rondônia (2%).
Figura 4. Degradação Florestal de agosto de 2013 a maio de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Tabela 2. Evolução da degradação florestal entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2013 a maio de 2014 e agosto de 2014 a maio de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
*Os dados do Maranhão não foram analisados.
Geografia do Desmatamento
Em maio de 2015, a maioria (55%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Assentamentos de Reforma Agrária (13%), Terras Indígenas (1%) e Unidades de Conservação (31%) (Tabela 3).
Tabela 3. Desmatamento por categoria fundiária em maio de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/ SAD).
Assentamentos de Reforma Agrária
O SAD registrou 51 quilômetros quadrados de desmatamento nos Assentamentos de Reforma Agrária em maio de 2015 (Figura 5). Os Assentamentos mais afetados pelo desmatamento foram PA Rio Juma (Apuí; Amazonas), PA Monte (Boca do Acre; Amazonas) e PAE Aripuanã-Guariba (Novo Aripuanã; Amazonas).
Figura 5. Assentamentos de Reforma Agrária mais desmatados na Amazônia Legal em maio de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
Áreas Protegidas
No mês de maio de 2015, o SAD detectou 123 quilômetros quadrados de desmatamento em Unidades de Conservação (Figura 6). No caso das Terras Indígenas, em maio de 2015 foram detectados 3 quilômetros quadrado de desmatamento (Figura 7).
Figura 6. Unidades de Conservação mais desmatadas na Amazônia Legal em maio de 2015 (Fonte: Imazon/SAD)
Figura 7. Terras Indígenas desmatadas na Amazônia Legal em maio de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
Municípios Críticos
Em maio de 2015, os municípios mais desmatados foram: Novo Progresso (Pará) e Lábrea (Amazonas) (Figura 8 e 9).
Figura 8. Municípios mais desmatados na Amazônia Legal em maio de 2015 (Fonte: Imazon /SAD).
Figura 9. Municípios com maiores áreas desmatadas na Amazônia Legal em maio de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
Cobertura de Nuvem e Sombra
Em maio de 2015, foi possível monitorar com o SAD 61% da área florestal na Amazônia Legal. Os outros 39% do território florestal estavam cobertos por nuvens, o que dificultou a detecção do desmatamento e da degradação florestal. Os Estados com maior cobertura de nuvem foram Amapá (79%), Roraima (54%) e Pará (46%). Em virtude disso, os dados de desmatamento e degradação florestal em maio de 2015 podem estar subestimados (Figura 10).
Figura 10. Área com nuvem e sombra em maio de 2015 na Amazônia Legal.
* A parte do Maranhão que integra a Amazônia Legal não foi analisada.
SAD-EE
Desde agosto de 2012 a detecção de alertas de desmatamento e degradação florestal do vem sendo realizada na plataforma Google Earth Engine (EE), com a nova versão SAD EE. Esse sistema foi desenvolvido em colaboração com a Google e utiliza o mesmo processo já utilizado pelo SAD 3.0 (Quadro I), com imagens de reflectância do MODIS para gerar os alertas de desmatamento e degradação florestal.
Quadro I: SAD 3.0
Desde agosto de 2009, o SAD apresentou algumas novidades. Primeiro, criamos uma interface gráfica para integrar todos os programas de processamento de imagem usados no SAD. Segundo, começamos a computar o desmatamento em áreas que estavam cobertas por nuvens nos meses anteriores em uma nova classe. Por último, o desmatamento e a degradação são detectados com pares de imagens NDFI em um algoritmo de detecção de mudanças. O método principal continua o mesmo do SAD 2.0 como descrito abaixo.
O SAD gera mosaico temporal de imagens MODIS diárias dos produtos MOD09GQ e MOD09GA para filtragem de nuvens. Em seguida, utilizamos uma técnica de fusão de bandas de resolução espectrais diferentes, ou seja, com pixels de diferentes tamanhos. Nesse caso, fizemos a mudança de escala das 5 bandas com pixel de 500 metros do MODIS para 250 metros. Isso permitiu aprimorar o modelo espectral de mistura de pixel, fornecendo a capacidade de estimar a abundância de Vegetação, Solos e Vegetação Fotossinteticamente Não-Ativa (NPV do inglês – Non-Photosynthetic componentes (Vegetação, Solo e Sombra) para calcular o NDFI, com a equação abaixo:
NDFI = (VGs – (NPV + Solo)
(VGs +NPV+Solo)
Onde VGs é o componente de Vegetação normalizado para sombra dado por:
VGs = Vegetação/(1- Sombra)
O NDFI varia de -1 (pixel com 100% de solo exposto) a 1 (pixel com > 90% com vegetação florestal). Dessa forma, passamos a ter uma imagem contínua que mostra a transição de áreas desmatadas, passando por florestas degradadas, até chegar a florestas sem sinas de distúrbios.
A detecção do desmatamento e da degradação passou esse mês com a diferença de imagens NDFI de meses consecutivos. Dessa forma, uma redução dos valores de NDFI entre -200 e -50 indica áreas possivelmente desmatadas e entre -49 e -20 com sinais de degradação.
O SAD 3.0 Beta é compatível com as versões anteriores (SAD 1.0 e 2.0), porque o limiar de detecção de desmatamento foi calibrado para gerar o mesmo tipo de resposta obtida pelo método anterior.
O SAD já está operacional no Estado de Mato Grosso desde agosto de 2006 e na Amazônia Legal desde abril de 2008. Nesse boletim, apresentamos os dados mensais gerados pelo SAD de agosto de 2014 a maio de 2015.