Resumo

Em julho de 2014, o SAD detectou 355 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal com uma cobertura de nuvens de 10% do território. Isso representou um aumento de 134% em relação a julho de 2013, quando o desmatamento somou 152 quilômetros quadrados e a cobertura de nuvens foi de 8%.

O desmatamento acumulado no período de agosto de 2013 a julho de 2014, correspondendo aos doze meses do calendário atual de desmatamento, totalizou 2.044 quilômetros quadrados. Houve aumento do desmatamento acumulado de 2% em relação ao período anterior (agosto de 2012 a julho de 2013), quando o desmatamento somou 2.007 quilômetros quadrados.

Em julho de 2014, a maioria (57%) do desmatamento ocorreu no Pará, seguido pelo Acre (21%), Amazonas (10%), Mato Grosso (9%), Amapá (1%), Rondônia (1%) e Roraima (1%).

As florestas degradadas somaram 97 quilômetros quadrados em julho de 2014. Em relação a julho de 2013 houve aumento de 5% quando a degradação florestal somou 93 quilômetros quadrados. A grande maioria (81%) ocorreu Mato Grosso, seguido pelo Pará (19%).

A degradação florestal acumulada no período de agosto de 2013 a julho de 2014 totalizou 711 quilômetros quadrados. Em relação ao período anterior (agosto de 2012 a julho de 2013) houve redução de 54% quando a degradação florestal somou 1.555 quilômetros quadrados.

Estatística de Desmatamento

De acordo com o SAD, o desmatamento (supressão total da floresta para outros usos alternativos do solo) atingiu 355 quilômetros quadrados em julho de 2014 (Figura 1 e Figura 2).

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Figura 1. Desmatamento de agosto de 2012 a julho de 2014 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).

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Figura 2.  Desmatamento e Degradação Florestal em julho de 2014 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/ SAD).

O desmatamento acumulado no período de agosto de 2013 a julho de 2014, correspondendo aos doze primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento, atingiu 2.044 quilômetros quadrados. Houve aumento de 2% do desmatamento em relação ao período anterior (agosto de 2012 a julho de 2013), quando atingiu 2.007 quilômetros quadrados.

Em julho de 2014, a maioria (57%) do desmatamento ocorreu no Pará, seguido pelo Acre (21%), Amazonas (10%), Mato Grosso (9%), Amapá (1%), Rondônia (1%) e Roraima (1%).

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Figura 3. Percentual do desmatamento nos Estados da Amazônia Legal em julho de 2014 (Fonte: Imazon/SAD).

Considerando o período de agosto de 2013 a julho de 2014, o Pará lidera o ranking, com 42% do total desmatado. Em seguida aparece o Mato Grosso com 20% e Amazonas com 15%. Em termos relativos, houve aumento de 781% no Acre e 241% em Roraima. Por outro lado, houve redução no Mato Grosso (34%) e Tocantins (6%).

Em termos absolutos, o Pará lidera o ranking do desmatamento acumulado com 852 quilômetros quadrados, seguido pelo Mato Grosso (411 quilômetros quadrados) e Amazonas (309 quilômetros quadrados).

Tabela 1. Evolução do desmatamento entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2012 a julho de 2013 e agosto de 2013 a julho de 2014 (Fonte: Imazon/SAD).

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*Os dados do Maranhão não foram analisados.

Degradação Florestal

Em julho de 2014, o SAD registrou 97 quilômetros quadrados de florestas degradadas (florestas intensamente exploradas pela atividade madeireira e/ou queimadas) (Figuras 2 e 4). Desse total, a maioria (81%) ocorreu no Mato Grosso, seguido pelo Pará (19%).

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Figura 4. Degradação Florestal de agosto de 2012 a julho de 2014 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).

A degradação florestal acumulada no período de agosto de 2013 a julho de 2014 (doze primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento, que tem início no mês de agosto e término no mês de julho), atingiu 711 quilômetros quadrados. Isso representa uma redução de 54% na degradação florestal acumulada em relação ao mesmo período anterior (agosto de 2012 a julho de 2013), quando a degradação florestal somou 1.555 quilômetros quadrados (Tabela 2).

Tabela 2. Evolução da degradação florestal entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2012 a julho de 2013 e agosto de 2013 a julho de 2014 (Fonte: Imazon/SAD).

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*Os dados do Maranhão não foram analisados.

Geografia do Desmatamento

Em julho de 2014, a grande maioria (57%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Assentamentos de Reforma Agrária (22%), Unidades de Conservação (20%) e Terras Indígenas (1%) (Tabela 3).

Tabela 3. Desmatamento por categoria fundiária em julho de 2014 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/ SAD).

Tabela31 300x70 - Boletim do Desmatamento (SAD) julho 2014

Assentamentos de Reforma Agrária

O SAD registrou 78 quilômetros quadrados de desmatamento nos Assentamentos de Reforma Agrária em julho de 2014 (Figura 5). Os Assentamentos mais afetados pelo desmatamento foram PA Monte (Boca do Acre, Amazonas), PDS Jamil Jereissati (Cruzeiro do Sul, Acre) e PAD Santa Luzia (Cruzeiro do Sul, Acre).

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Figura 5. Assentamentos de Reforma Agrária desmatados em julho de 2014 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).

 

Áreas Protegidas

No mês de julho de 2014, o SAD detectou 71 quilômetros quadrados de desmatamento nas Unidades de Conservação (Figura 6). Em julho de 2014 foram detectados 4  quilômetros quadrados desmatamento em Terras Indígenas (Figura 7).

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Figura 6. Unidades de Conservação desmatadas na Amazônia Legal em julho de 2014 (Fonte: Imazon/SAD).

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Figura 7. Terras Indígenas desmatadas na Amazônia Legal em julho de 2014 (Fonte: Imazon/SAD).

Municípios Críticos

Em julho de 2014, os municípios mais desmatados foram Altamira (Pará) e São Félix do Xingu (Pará) (Figura 8 e 9).

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Figura 8. Municípios mais desmatados na Amazônia Legal em julho de 2014 (Fonte: Imazon /SAD).

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Figura 9. Municípios com maiores áreas desmatadas em julho de 2014 (Fonte: Imazon/SAD).

Cobertura de Nuvem e Sombra

Em julho de 2014, foi possível monitorar com o SAD 90% da área florestal na Amazônia Legal contra 92% em julho 2013. Os outros 10% do território florestal estavam cobertos por nuvens, o que dificultou a detecção do desmatamento e da degradação florestal.  Os Estados com maior cobertura de nuvem foram Amapá (48%), Roraima (23%) e Pará (13%). Em virtude disso, os dados de desmatamento e degradação florestal em julho de 2014 podem estar subestimados (Figura 10).

* A parte do Maranhão que integra a Amazônia Legal não foi analisada.

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Figura 10. Área com nuvem e sombra em julho de 2014 na Amazônia Legal.

SAD – EE

Desde julho de 2012 a detecção de alertas de desmatamento e degradação florestal do SAD vem sendo realizada na plataforma Google Earth Engine (EE), com a nova versão SAD EE. Esse sistema foi desenvolvido em colaboração com a Google e utiliza o mesmo processo já utilizado pelo SAD 3.0 (Quadro I), com imagens de reflectância do MODIS para gerar os alertas de desmatamento e degradação florestal. 

Quadro I: SAD 3.0

Desde outubro de 2009, o SAD apresentou algumas novidades. Primeiro, criamos uma interface gráfica para integrar todos os programas de processamento de imagem usados no SAD. Segundo, começamos a computar o desmatamento em áreas que estavam cobertas por nuvens nos meses anteriores em uma nova classe. Por último, o desmatamento e a degradação são detectados com pares de imagens NDFI em um algoritmo de detecção de mudanças. O método principal continua o mesmo do SAD 2.0, como descrito abaixo.

O SAD gera mosaico temporal de imagens MODIS diárias dos produtos MOD09GQ e MOD09GA para filtragem de nuvens. Em seguido, utilizamos uma técnica de fusão de bandas de resolução espectrais diferentes, ou seja, com pixels de diferentes tamanhos. Nesse caso, fizemos a mudança de escala das 5 bandas com pixel de 500 metros do MODIS para 250 metros. Isso permitiu aprimorar o modelo espectral de mistura de pixel, fornecendo a capacidade de estimar a abundância de Vegetação, Solos e Vegetação Fotossinteticamente Não-Ativa (NPV do inglês – Non-Photosynthetic) componentes (Vegetação, Solo e Sombra) para calcular o NDFI, com a equação abaixo:

NDFI = (VGs – (NPV + Solo)

  (VGs +NPV+Solo)

Onde VGs é o componente de Vegetação normalizado para sombra dado por:

VGs = Vegetação/(1- Sombra)

O NDFI varia de -1 (pixel com 100% de solo exposto) a 1 (pixel com > 90% com vegetação florestal). Dessa forma, passamos a ter uma imagem contínua que mostra a transição de áreas desmatadas, passando por florestas degradadas, até chegar a florestas sem sinas de distúrbios.

A detecção do desmatamento e da degradação passou esse mês com a diferença de imagens NDFI de meses consecutivos. Dessa forma, uma redução dos valores de NDFI entre -200 e -50 indica áreas possivelmente desmatadas e entre -49 e -20 com sinas de degradação.

O SAD 3.0 Beta é compatível com as versões anteriores (SAD 1.0 e 2.0), porque o limiar de detecção de desmatamento foi calibrado para gerar o mesmo tipo de resposta obtida pelo método anterior.

O SAD já está operacional no Estado de Mato Grosso desde outubro de 2006 e na Amazônia Legal desde abril de 2008. Nesse boletim, apresentamos os dados mensais gerados pelo SAD de agosto de 2012 a julho de 2014.

 

Equipe Responsável:

Coordenação Geral: Carlos Souza Jr. e Adalberto Veríssimo (Imazon)

Coordenação Técnica: Antônio Fonseca

Equipe: João Siqueira, Marcelo Justino (Interpretação de imagem), Kátia Pereira e Victor Lins (ImazonGeo),  Bruno Oliveira (Comunicação)

 

Fonte de Dados:

As estatísticas de desmatamento são geradas a partir dos dados do SAD (Imazon);

Dados do INPE – Desmatamento (PRODES)

http://www.obt.inpe.br/prodes/

 

Agradecimento:

Google Earth Engine Team

http://earthengine.google.org/

Estado de Meio Ambiente-SEMA-PA

Parcerias:

Secretaria de Estado de Meio Ambiente do Pará (SEMA)

Secretaria de Meio Ambiente do Mato Grosso (SEMA)

Ministério Público Federal do Pará

Ministério Público Estadual do Pará

Ministério Público Estadual de Roraima

Ministério Público Estadual do Amapá

Ministério Público Estadual de Mato Grosso

Instituto Centro de Vida (ICV- Mato Grosso)
 

 

 


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