Evento será no Teatro Gasômetro, em Belém, e mostrará experiências de proteção ao meio ambiente e áreas protegidas
O PROTEJA Talks, dedicado a compartilhar histórias inspiradoras sobre a conservação de áreas protegidas, chega à 5ª edição. Criado pela iniciativa PROTEJA, o evento deste ano se concentra em explorar maneiras de enfrentar as ameaças ambientais em áreas protegidas, e na preparação para a 30ª Conferência da ONU sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que será em Belém, em 2025. O encontro será no Teatro Gasômetro, na capital paraense, no dia 17 de outubro, com transmissão ao vivo no canal do PROTEJA no YouTube.
Para participar do evento é necessário se inscrever, gratuitamente, por meio da plataforma Sympla.
Iniciado em 2019, o PROTEJA Talks adota o formato inspirado no TED TALKS, oferecendo uma perspectiva intimista ao mostrar a experiência de cada palestrante com os territórios protegidos.
Carolina Guyot, analista de pesquisa do IPAM (Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia) e que também atua na iniciativa PROTEJA, explica como o PROTEJA Talks colabora com a conservação de áreas protegidas. “O Proteja Talks desempenha um papel fundamental na promoção da proteção de áreas protegidas ao disseminar informações, histórias inspiradoras e casos de sucesso de iniciativas dedicadas à preservação desses territórios”, destaca.
Palestrantes
O PROTEJA Talks 2023 contará com oito palestrantes representando diversos setores da sociedade. A abertura do evento será feita por Raul Protázio Romão, secretário adjunto da SEMAS (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade) do Pará. Em seguida se apresentam:
Mydjere Kayapó Mekrangnotire, liderança indígena no sul do Pará e vice-presidente do Instituto Kabu, organização indígena que luta pelos direitos do Povo Kayapó Mekrãgnotí e tem forte atuação contra o garimpo;
Francisco Weverton de Lima, agronômo e coordenador de projetos da CopAcre (Cooperativa Central de Comercialização Extrativista do Acre), organização responsável pela maior produção de castanha beneficiada do Brasil;
Yura Marubo, especialista em direito indígena e assessor jurídico da Unijava, Articulação dos Povos e Organizações Indígenas da região do Vale do Javari, no Amazonas;
Luciene Kaxinawá, primeira jornalista e apresentadora indígena da TV Brasileira, apresentadora no Canal Futura, da Fundação Roberto Marinho e colunista no Portal Terra. Vencedora do Prêmio Mulher Troféu Imprensa: Regionalidades, Categoria: Norte;
Luise Lima, estudante de engenharia química, vice-presidente de projetos da Enactus UFPA, onde trabalha em conjunto com mais 25 jovens para concretização dos objetivos de sustentabilidade da agenda 2030 da ONU;
Manoel Cunha, extrativista e gestor da reserva extrativista Médio Juruá, uma área de 287 mil hectares –quase o dobro do tamanho da cidade de São Paulo– na região de Carauari (AM);
Cristiane Baré, integra a rede de advogados indígenas da COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira) e APIB (Articulação dos Povos Indígenas do Brasil) e representa a Comissão Especial de Defesa dos Direitos dos Povos Indígenas, do Conselho Federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil);
José Carlos Baliza, assessor da Coordenação Estadual das Associações das Comunidades Remanescentes de Quilombo do Pará (MALUNGU) e coordenador executivo da CONAQ (Coordenação Nacional Das Comunidades Negras Rurais Quilombolas).
Diálogo sobre Comunicação no PROTEJA Talks
Além das apresentações individuais, a 5ª edição do PROTEJA Talks incluirá um debate sobre “Comunicação e áreas protegidas”. Esse painel reunirá comunicadores da floresta e do meio urbano para discutir o papel do jornalismo e da mídia na defesa das áreas de preservação.
A mesa será conduzida por Bryan Araújo, Diretor de Projetos para Amazônia da Internews, uma das organizadoras do evento. O debate será aberto por Thiago Medaglia, fundador do ambiental Amazônia e ex-editor do InfoAmazonia.
Entre os debatedores estão: Bruno Bassi, comunicador e pesquisador do “De olho nos ruralistas”; Ariene Susui, jornalista, pesquisadora e ativista indígena; Jalília Messias, primeira mulher a realizar cobertura nacional para a TV Globo, no Pará; e Lúcio Flávio Pinto, jornalista paraense e único brasileiro na lista dos 100 mais importantes jornalistas da ONG Repórteres sem Fronteiras.
Bryan Araújo antecipa um dos temas do debate explicando como a comunicação pode impactar a preservação de áreas protegidas. “Acreditamos que seja importante que as comunidades tenham acesso a notícias e informações confiáveis sobre sua própria realidade para tomar decisões informadas sobre suas vidas e conseguir responsabilizar as pessoas que planejam as políticas públicas para que essas áreas se mantenham protegidas”, salienta.
Edições anteriores
Nas quatro edições anteriores, o PROTEJA Talks passou por Brasília e Manaus, na edição do ano passado.
A professora de matemática aposentada Peia Souza conta que acompanhou uma das edições, que foi transmitida online. “Eu gostei muito de assistir o Proteja Talks em 2022, pois tive a oportunidade de ouvir as populações locais, conhecer essas pessoas e saber por elas mesmas os desafios que elas têm enfrentado em seus territórios. Foi uma experiência enriquecedora, pois pude conhecer pessoalmente a resistência dessa população”, comenta.
Para Carolina Guyot, o impacto das últimas edições ultrapassaram os números.
“Os resultados obtidos pelo Proteja Talks vão além da simples disseminação de informações. Este evento tem sido um catalisador para a troca de experiências entre diversos atores de diferentes regiões da Amazônia. Essa colaboração inter-regional enriquece o repertório de todos os envolvidos”, afirma.
Apoio e Organização
O evento recebe o apoio do Governo do Pará, por meio da SEMAS (Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade) e da Secult (Secretaria de Cultura); da USAID (Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional); e NORAD (Agência Norueguesa de Cooperação para o Desenvolvimento).
Os organizadores do evento são: IPAM, WCS (Wildlife Conservation Society), ISA (Instituto Socioambiental), Internews, COIAB (Coordenação das Organizações Indígenas da Amazônia Brasileira), Imazon (Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia), TNC (The Nature Conservancy), IPÊ(Instituto de Pesquisas Ecológicas) e IIEB (Instituto Internacional de Educação do Brasil).
Texto: Karina Custódio – Jornalista IPAM