Resumo
O SAD detectou 230 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia Legal em outubro de 2015. Isso representou uma redução de 5% em relação a outubro de 2014 quando o desmatamento somou 244 quilômetros quadrados. Foi possível monitorar 98% da área florestal na Amazônia Legal, enquanto que em outubro de 2014 o monitoramento cobriu uma área menor (72%) do território.
Em outubro de 2015, o desmatamento concentrou no Mato Grosso (29%), Rondônia (26%), Pará (24%) e Amazonas (16%), com menor ocorrência no Roraima (2%), Tocantins (2%) e Acre (1%).
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 1.009 quilômetros quadrados em outubro de 2015. Em relação a outubro de 2014 houve um aumento de 115%, quando a degradação florestal somou 468 quilômetros quadrados.
Estatística de Desmatamento
De acordo com o SAD, o desmatamento (supressão total da floresta para outros usos alternativo do solo) atingiu 230 quilômetros quadrados em outubro de 2015 (Figura 1 e Figura 2).
Figura 1. Desmatamento de agosto de 2014 a outubro de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Figura 2. Desmatamento e Degradação Florestal em outubro de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/ SAD).
Em outubro de 2015, o desmatamento concentrou no Mato Grosso (29%), Rondônia (26%), Pará (24%) e Amazonas (16%), com menor ocorrência no Roraima (2%), Tocantins (2%) e Acre (1%) (Figura 3).
O desmatamento acumulado no período de agosto a outubro de 2015, correspondendo aos três primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento, atingiu 875 quilômetros quadrados. Houve uma redução de 19% do desmatamento em relação ao período anterior (agosto de 2014 a outubro de 2014) quando atingiu 1.082 quilômetros quadrados.
Figura 3. Percentual do desmatamento nos Estados da Amazônia Legal em outubro de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
Considerando os três primeiros meses do calendário atual de desmatamento (agosto de 2015 a outubro de 2015), Mato Grosso lidera o ranking com 35% do total desmatado no período. Em seguida aparece o Pará (31%) e Rondônia (14%). Em termos relativos, houve aumento expressivo de 2.400% em Tocantins e 30% no Pará.
Em termos absolutos, o Mato Grosso lidera o ranking do desmatamento acumulado com 309 quilômetros quadrados, seguido pelo Pará (269 quilômetros quadrados) e Amazonas (114 quilômetros quadrados) (Tabela 1).
Tabela 1. Evolução do desmatamento entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2014 a outubro de 2014 e agosto de 2015 a outubro de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
*Os dados do Maranhão não foram analisados.
Degradação Florestal
Em outubro de 2015, o SAD registrou 1.009 quilômetros quadrados de florestas degradadas (florestas intensamente exploradas pela atividade madeireira e/ou queimadas) (Figuras 2 e 4). Desse total, a grande maioria (91%) ocorreu no Mato Grosso, seguido pelo Pará (4%), Rondônia (3%)e Amazonas (2%).
Figura 4. Degradação Florestal de agosto de 2014 a outubro de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Tabela 2. Evolução da degradação florestal entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2014 a outubro de 2014 e agosto de 2015 a outubro de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
*Os dados do Maranhão não foram analisados.
Geografia do Desmatamento
Em outubro de 2015, a maioria (72%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Assentamentos de Reforma Agrária (19%), Unidades de Conservação (8%) e Terras Indígenas (1%) (Tabela 3).
Tabela 3. Desmatamento por categoria fundiária em outubro de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/ SAD).
Assentamentos de Reforma Agrária
O SAD registrou 43 quilômetros quadrados de desmatamento nos Assentamentos de Reforma Agrária em outubro de 2015 (Figura 5). Os Assentamentos mais afetados pelo desmatamento foram PA Rio Juma (Apuí; Amazonas), PA Santa Cruz (Ariquemes; Rondônia) e PDS Boa Vista do Caracol (Trairão; Pará).
Figura 5. Assentamentos de Reforma Agrária desmatados em outubro de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Áreas Protegidas
No mês de outubro de 2015, o SAD detectou 18 quilômetros quadrados de desmatamento nas Unidades de Conservação (Figura 6). No caso das Terras Indígenas, em outubro de 2015 foram detectados apenas 1 quilômetro quadrado de desmatamento (Figura 7).
Figura 6. Unidades de Conservação desmatadas na Amazônia Legal em outubro de 2015 (Fonte: Imazon /SAD).
Figura 7. Terras Indígenas desmatadas na Amazônia Legal em outubro de 2015 (Fonte: Imazon /SAD).
Municípios Críticos
Em outubro de 2015, os municípios mais desmatados foram: Querência (Mato Grosso) e Porto Velho (Rondônia) (Figura 8 e 9).
Figura 8. Municípios mais desmatados na Amazônia Legal em outubro de 2015 (Fonte: Imazon /SAD).
Figura 9. Municípios com maiores áreas desmatadas em outubro de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
Cobertura de Nuvem e Sombra
Em outubro de 2015, foi possível monitorar com o SAD 98% da área florestal na Amazônia Legal. Os outros 2% do território florestal estavam cobertos por nuvens o que dificultou a detecção do desmatamento e da degradação florestal. O Estado com maior cobertura de nuvem foi o Pará (4%). Em virtude disso, os dados de desmatamento e degradação florestal em outubro de 2015 podem estar subestimados (Figura 10).
* A parte do Maranhão que integra a Amazônia Legal não foi analisada.
Figura 10. Área com nuvem e sombra em outubro de 2015 na Amazônia Legal.
SAD-EE
Desde agosto de 2012 a detecção de alertas de desmatamento e degradação florestal do vem sendo realizada na plataforma Google Earth Engine (EE), com a nova versão SAD EE. Esse sistema foi desenvolvido em colaboração com a Google e utiliza o mesmo processo já utilizado pelo SAD 3.0 (Quadro I), com imagens de reflectância do MODIS para gerar os alertas de desmatamento e degradação florestal.
Quadro I: SAD 3.0
Desde agosto de 2009, o SAD apresentou algumas novidades. Primeiro, criamos uma interface gráfica para integrar todos os programas de processamento de imagem usados no SAD. Segundo, começamos a computar o desmatamento em áreas que estavam cobertas por nuvens nos meses anteriores em uma nova classe. Por último, o desmatamento e a degradação são detectados com pares de imagens NDFI em um algoritmo de detecção de mudanças. O método principal continua o mesmo do SAD 2.0 como descrito abaixo.
O SAD gera mosaico temporal de imagens MODIS diárias dos produtos MOD09GQ e MOD09GA para filtragem de nuvens. Em seguida, utilizamos uma técnica de fusão de bandas de resolução espectrais diferentes, ou seja, com pixels de diferentes tamanhos. Nesse caso, fizemos a mudança de escala das 5 bandas com pixel de 500 metros do MODIS para 250 metros. Isso permitiu aprimorar o modelo espectral de mistura de pixel, fornecendo a capacidade de estimar a abundância de Vegetação, Solos e Vegetação Fotossinteticamente Não-Ativa (NPV do inglês – Non-Photosynthetic componentes (Vegetação, Solo e Sombra) para calcular o NDFI, com a equação abaixo:
NDFI = (VGs – (NPV + Solo)
(VGs +NPV+Solo)
Onde VGs é o componente de Vegetação normalizado para sombra dado por:
VGs = Vegetação/(1- Sombra)
O NDFI varia de -1 (pixel com 100% de solo exposto) a 1 (pixel com > 90% com vegetação florestal). Dessa forma, passamos a ter uma imagem contínua que mostra a transição de áreas desmatadas, passando por florestas degradadas, até chegar a florestas sem sinas de distúrbios.
A detecção do desmatamento e da degradação passou esse mês com a diferença de imagens NDFI de meses consecutivos. Dessa forma, uma redução dos valores de NDFI entre -200 e -50 indica áreas possivelmente desmatadas e entre -49 e -20 com sinais de degradação.
O SAD 3.0 Beta é compatível com as versões anteriores (SAD 1.0 e 2.0), porque o limiar de detecção de desmatamento foi calibrado para gerar o mesmo tipo de resposta obtida pelo método anterior.
O SAD já está operacional no Estado de Mato Grosso desde agosto de 2006 e na Amazônia Legal desde abril de 2008. Nesse boletim, apresentamos os dados mensais gerados pelo SAD de agosto de 2014 a outubro de 2015.