Estudo revela potencial para restauração florestal em larga escala na Amazônia
Em 2023, foram mapeados 5,7 milhões de hectares de vegetação secundária com pelo menos seis anos de idade no bioma Amazônia, dos quais 4 milhões de hectares estão em áreas de baixo potencial agrícola, ou seja, não competem com o cultivo de grãos. Esse dado revela uma grande oportunidade para a conservação e restauração ambiental na região, segundo um estudo, A Vocação da Restauração Florestal na Amazônia com Base na Vegetação Secundária, do projeto Amazônia 2030.
A restauração florestal surge como uma estratégia essencial para mitigar as mudanças climáticas, removendo grandes quantidades de CO₂ da atmosfera, recuperando a biodiversidade e fortalecendo funções ecológicas, como a regulação climática e o controle da erosão. No bioma Amazônia, a vegetação secundária desempenha um papel central nesse processo, representando uma oportunidade de recuperação ambiental em larga escala a baixo custo.
Os estados que concentram as maiores áreas de vegetação secundária em terras de baixa aptidão agrícola são Pará (1,88 milhões de hectares), Amazonas (612 mil hectares) e Mato Grosso (606 mil hectares). Já as áreas de vegetação secundária em regiões de alto potencial agrícola estão mais presentes no Pará (676 mil hectares) e Mato Grosso (481 mil hectares).
O estudo também destaca que a vegetação secundária em áreas de baixa aptidão agrícola está concentrada principalmente em imóveis privados do Sistema de Gestão Fundiária (29%), áreas públicas não destinadas (16%), áreas com Cadastro Ambiental Rural (15%) e assentamentos rurais (15%). Esses dados reforçam a necessidade de políticas públicas que protejam e incentivem a restauração dessas áreas.
A pesquisa indica que garantir a conservação dessas áreas exige um esforço coordenado entre políticas públicas, incentivos econômicos e estratégias de governança territorial. Entre as principais recomendações estão:
Com um total de 29,7 milhões de hectares de áreas desmatadas com baixa aptidão para a produção de grãos, há um enorme potencial para a restauração florestal na Amazônia, especialmente por meio da regeneração natural. Esse estudo reforça a necessidade de ações concretas para garantir que a vegetação secundária seja protegida e se torne um pilar da estratégia nacional de enfrentamento das mudanças climáticas e promoção do desenvolvimento sustentável.
Sobre o Amazônia 2030
O Amazônia 2030 é uma iniciativa conjunta do Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) e do Centro de Empreendedorismo da Amazônia, em parceria com a Climate Policy Initiative (CPI) e o Departamento de Economia da PUC-Rio, conduzida por pesquisadores brasileiros para desenvolver um plano de ações para a Amazônia. Seu objetivo é apontar caminhos para que a região dê um salto de desenvolvimento econômico e humano, mantendo a floresta em pé.
Acesse o estudo completo aqui
Contato para imprensa:
Gustavo Nascimento
E-mail – gustavo.nascimento@omundoquequeremos.org.br
Telefone – 65-9960-27872
This post was published on 30 de março de 2025
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