APA Triunfo do Xingu, no Pará, foi a área protegida da Amazônia mais pressionada pelo desmatamento no primeiro trimestre

Terra Apyterewa, alvo de invasões de grileiros nesta semana, foi o terceiro território indígena sob maior pressão no período

 

Imagem de 2020 já mostrava área de garimpo ilegal na APA Triunfo do Xingu em 2020 (Foto: Semas/PA)

 

A Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu foi o território protegido da Amazônia mais pressionado pelo desmatamento no primeiro trimestre deste ano. E a terra Apyterewa, alvo de invasões de grileiros nesta semana, foi o terceiro território indígena sob maior pressão no período. O levantamento integra o estudo “Ameaça e Pressão de Desmatamento em Áreas Protegidas”, publicado trimestralmente pelo Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).

Com uma metodologia que olha o número de ocorrências de desmatamento, e não a área total desmatada, a pesquisa serve para alertar os órgãos públicos sobre quais são os mais pressionados e ameaçados pela devastação. E, consequentemente, os que podem ter as maiores áreas destruídas caso ações não sejam tomadas.

O estudo classifica como pressão as ocorrências de derrubada da floresta que acontecem dentro das áreas protegidas e como ameaça as registradas ao redor, a uma distância de até 10 km. E, entre os estados, o Pará foi o que teve o maior número de áreas protegidas em ambos os rankings, com metade dos territórios mais ameaçados e pressionados. Situação que tem se repetido nos últimos estudos.

“O Pará é frequentemente um dos estados que mais apresentam áreas protegidas ameaçadas e pressionadas. Caso as informações disponíveis fossem utilizadas para a proteção desses territórios, essa devastação poderia ter sido evitada”, afirma Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.


Áreas protegidas sob maior pressão
1ª – APA Triunfo do Xingu (PA)
2ª – APA do Tapajós (PA)
3ª – TI Cachoeira Seca do Iriri (PA)
4ª – Resex Jaci Paraná (RO)
5ª – Resex Chico Mendes (AC)
6ª – TI Waimiri Atroari (AM/RR)
7ª – APA Caverna do Maroaga (Presidente Figueiredo) (AM)
8ª – APA do Lago de Tucuruí (PA)
9ª – Esec da Terra do Meio (PA)
10ª – PES de Guajará-Mirim (RO)

Áreas protegidas sob maior ameaça
1ª – Flona do Aripuanã (AM)
2ª – TI Trincheira/Bacajá (PA)
3ª – TI Waimiri Atroari (AM/RR)
4ª – Flona do Jamanxim (PA)
5ª – TI Baú (PA)
6ª – Parna Mapinguari (AM/RO)
7ª – TI Cachoeira Seca do Iriri (PA)
8ª – TI Trombetas/Mapuera (AM/PA/RR)
9ª – Flona do Iquiri (AM)
10ª – FES do Rio Gregório (AC)

 

Alvo de grileiros, Apyterewa foi a 3ª terra indígena mais pressionada

No ranking apenas das terras indígenas sob maior pressão, ou seja, com o maior número de ocorrências de desmatamento dentro de suas áreas, a Apyterewa ficou em terceiro lugar. Com todo o seu território no município paraense de São Félix do Xingu, um dos mais críticos em relação ao desmatamento, essa terra foi alvo de novas invasões de grileiros nesta semana.  O que é uma grave ameaça à vida do povo Parakanã, que vive no local. 

Em primeiro lugar ficou a terra indígena Cachoeira Seca do Iriri, também no Pará. A maior parte de seu território é localizado em Altamira (76%), e o restante nos municípios de Placas (17%) e Uruará (7%). No local, vive o povo Arara.

Terras indígenas mais pressionadas
1ª – TI Cachoeira Seca do Iriri (PA)
2ª – TI Waimiri Atroari (AM/RR)
3ª – TI Apyterewa (PA)
4ª – TI Alto Rio Negro (AM)
5ª – TI Karipuna (RO)
6ª – TI Manoá/Pium (RR)
7ª – TI Médio Rio Negro I (AM)
8ª – TI Moskow (RR)
9ª – TI Raposa Serra do Sol (RR)
10ª – TI São Marcos (RR)

Veja a publicação completa aqui

This post was published on 18 de maio de 2022

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