Como parte da programação da vigília em defesa da preservação da Amazônia,realizada no Plenário do Senado na noite de quarta-feira e na madrugada de quinta (14), especialistas abordaram a importância estratégica do ecossistema amazônico e falaram de iniciativas para desenvolvê-lo de forma sustentável.
Carlos Nobre, representante do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), afirmou que preservar a floresta vale, no chamado mercado de carbono, muitos bilhões de dólares – e a biodiversidade da Amazônia, ainda mais. Ele disse ainda que o Brasil precisa “inventar” um modelo de desenvolvimento que valorize sua condição de país tropical e asiba utilizar os recursos da floresta.
O especialista alertou que a existência da Amazônia tem limites e que se algum deles for ultrapassado, ele desaparecerá. Segundo ele, se a floresta for desmatada em mais de 40% do seu território ou se a temperatura global subir mais do que 3,5º C, a floresta “não volta mais por milhares de anos”.
Milton Kanashiro, representante da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária(Embrapa), destacou a necessidade de a agropecuária na região considerar o manejo florestal adequado, de forma que os processos biológicos continuem acontecendo. Ele ressaltou também que o “capital natural” da Amazônia é composto não só pelos recursos naturais, mas também pela cultura e pela população local.
Paulo Barreto, do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), defendeu a realização de uma regularização fundiária que cobre pelo uso da terra na Amazônia e a destinação de recursos não para subsídio da agricultura, mas para o financiamento de atividades de conservação da floresta. Ele também defendeu que seja facilitado o uso mais produtivo das áreas já desmatadas.
Por fim, Adriana Ramos, do Instituto Socioambiental, listou um conjunto de projetos de lei que, a seu ver, podem ajudar a proteger a Amazônia. Entre eles, ela citou o chamado “projeto FPE Verde” (PLP 351/2002, na Câmara), da senadora Marina Silva (PT-AC), que compensa os estados que tiverem em seus territórios unidades de conservação ambiental e terras indígenas demarcadas, com um repasse maior dos recursos do Fundo de Participação dos estados e do distrito federal (FPE). Adriana Ramos também falou, entre outros, do projeto do ex-senador Waldeck Ornelas (PL 5974/2005, na Câmara), que permite a dedução, no valor devido do Imposto de Renda, de parte dos recursos doados a projetos de preservação do meio ambiente.
This post was published on 1 de agosto de 2013
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