Texto por Francy Nava – Pesquisadora do Imazon
A floresta amazônica possui tão alta resiliência que pode viabilizar a recomposição natural dos passivos florestais (áreas desmatadas ilegalmente que devem ser restauradas). Um mapeamento das áreas degradadas na Amazônia pelo TerraClass identificou que até 2014 23% correspondiam à floresta secundária (vegetação com estrutura diferente da nativa que repovoa áreas intensamente alteradas). Também, numa análise pontual em Paragominas-Pará, o Imazon identificou que 60% dos imóveis com licença ambiental possuíam passivos florestais em regeneração natural após oito anos de abandono.
Considerando que o custo da restauração florestal é uma das grandes barreiras à sua prática (varia de R$ 2.280 a R$ 11.243/ha – Silva e Nunes, 2017), aproveitar a resiliência da floresta é uma maneira de recompô-la gastando-se menos. Para isso, o planejamento do imóvel deve otimizar áreas de aptidão agrícola (tecnificação) e reservar aquelas de baixa aptidão para a regeneração natural. É ainda possível obter outros ganhos dessas áreas em regeneração fazendo o enriquecimento com frutíferas, a exemplo dos Sistemas Agroflorestais (com retornos médios próximos de R$ 2.000/ha), e negociando Cotas de Reserva Legal para compensação em outras propriedades.
Por fim, a recomposição florestal beneficia também milhões de pessoas ao contribuir para reduzir os efeitos das crises climática e hídrica.
This post was published on 11 de fevereiro de 2019
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