Imazon cria programa e guia para formar agentes ambientais comunitários na Amazônia

No Brasil, o dia 28 de agosto foi instituído como Dia Nacional do Voluntário. A ideia é fazer com que a sociedade se sensibilize sobre temas urgentes e promova o bem-estar social. E para conter os avanços da destruição ambiental e engajar as pessoas nessa causa, o Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), junto ao Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio), desenvolveu o Programa Agentes Ambientais Comunitários (PAAC), que capacita jovens e adultos para que possam defender seu território, dentro de suas próprias comunidades, de forma voluntária. 

No Pará, já foram implementadas experiências na Floresta Estadual (Flota) de Faro, Área de Proteção Ambiental (APA) Ilha do Combu, Território Quilombola Ariramba, Comunidades Ribeirinhas da Floresta Nacional (Flona) Sacará-Taquera e comunidades do interior e entorno da Área de Proteção Ambiental Paytuna. A iniciativa foi ampliada com o lançamento do Guia de Implementação do Programa Agentes Ambientais Comunitários, que está disponível no site do Imazon para download. Clique aqui e veja a publicação.

“A ideia é que esse guia possa ser uma orientação àqueles que desejam implementar o Programa Agentes Ambientais Comunitários em outras localidades. Esperamos que o programa possa ser um modelo para a defesa do meio ambiente, que outras instituições possam conhecê-lo e ver como traz benefícios para as pessoas e para a natureza”, explica Renan Moura, pesquisador do Imazon, responsável pelo PAAC. 

O Guia foi produzido a partir de experiências de voluntariado comunitário em Áreas Protegidas no Brasil, na Nova Zelândia, Estados Unidos e Peru, e traz metodologias visam estimular a participação ativa das comunidades na gestão ambiental do território para melhorar o status de conservação, ampliar o sentimento de pertencimento da comunidade, reduzir conflitos socioambientais e valorizar o conhecimento tradicional. 

O PAAC pode ser implementado em qualquer território sob gestão comunitária da Amazônia, como Unidades de Conservação, Territórios Indígenas, Territórios Quilombolas, Projetos de Assentamento da Reforma Agrária, comunidades rurais, entre outros.

Voluntários

Os voluntários do Programa se tornam agentes ambientais em suas comunidades, após uma extensa formação em temas como: Ecologia, Áreas Protegidas, legislação ambiental, primeiros socorros, monitoramento ambiental, educação ambiental, entre outros. Quem vive essa função, no dia a dia, sabe bem dos desafios. É o caso de Joerisson Fulter, voluntário do Programa Agentes Ambientais Comunitários nas comunidades do Português e Monte Sião, situadas na Flota de Faro, no oeste do Pará. 

Segundo ele, não é fácil ser um voluntário na Amazônia e defender o uso da natureza de forma sustentável, já que é comum o pensamento de que é preciso destruir o meio ambiente para gerar desenvolvimento. “Para ampliar nossa atuação, a gente busca, geralmente, parcerias com escolas para implementar as atividades, nos currículos, que façam as crianças interagirem desde de cedo com o meio ambiente”. Além da educação, a comunicação constante com os moradores locais também tem sido relevante para alcançar resultado positivos, buscando justamente desmistificar os usos da floresta. 

Os voluntários traçam estratégias de planejamento para que as pessoas consigam sobreviver em equilíbrio e cuidar de seus territórios. Na Flota de Faro, por exemplo, foram realizadas capacitações e agora estão sendo implementadas atividades do turismo de base comunitária e o trabalho de manejo de ovos de quelônios. 

 

“É um desafio e não deixa de ser prazeroso quando você vê o resultado: uma criança tomando banho no igarapé limpo, o caboclo,  ribeirinho mesmo, remando, vindo com seu peixe, quando você vê um tradicional trabalhando na sua roça que lhe dá a subsistência, é muito prazeroso”, relata Joerisson Fulter, que se tornou um desses guardiões da sua comunidade. 

 

O Agente Ambiental Comunitário é um cidadão brasileiro que, de forma voluntária, dedica seu tempo a serviço da melhoria da gestão ambiental de sua comunidade. Critérios para ser um agente ambiental: 

  • Ter no mínimo 16 anos;
  • Possuir documento de identificação.

 

Outros critérios desejáveis: 

  • Ser alfabetizado;
  • Ser proativo e envolvido nos assuntos da comunidade;
  • Ter vínculo com associação comunitária, igreja local, escola ou entidades da sociedade civil ou com caráter ambientalista.

 

Conheça

Programa Agentes Ambientais Comunitários – Guia de Implementação

Clique aqui e veja a publicação.

 

This post was published on 27 de agosto de 2020

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