Entre os dias 3 e 20 de agosto, foram realizadas seis reuniões públicas, com a participação de 199 pessoas, entre elas moradores da cidade e proprietários de imóveis localizados na área onde pretende-se criar uma Unidade de Conservação em Juruti. Além da equipe do Imazon e das comunidades, participaram representantes da Câmara de Vereadores e das secretarias de Meio Ambiente, de Governo e de Planejamento Orçamento e Finanças do município.
As conversas comunitárias, como foram chamadas, tiveram o objetivo de esclarecer à população o que são Unidades de Conservação, quais seus benefícios e a importância de se criar uma nova UC em Juruti, além de tirar dúvidas da população sobre o projeto.
Renan Moura, pesquisador do Imazon, avalia que as comunidades têm se mostrado interessadas no projeto. “Um resultado positivo das reuniões foi a participação ativa da população que aproveitou o momento para esclarecer suas dúvidas, conhecer mais sobre o projeto e até sugerir a realização de outros estudos, como a análise da qualidade da água dos lagos e a inclusão de novas áreas que ficaram de fora dos limites propostos para a UC. As pessoas enxergam de forma positiva a iniciativa e querem que vá adiante. Essas reuniões prévias são importantes para preparar a sociedade para a próxima etapa do processo, a consulta pública, que ainda será realizada”, ressalta.
A consulta pública oficial será realizada em 4 de outubro, no Salão Paroquial Dom Bosco, em Juruti. Na consulta, a sociedade local será informada sobre os propósitos da criação da nova UC, e poderá contribuir para a proposta com informações, críticas e sugestões. Em seguida, o poder executivo municipal oficializará a criação da UC através de um decreto. Com isso, o Imazon dará início a uma nova fase do projeto, que é o apoio a constituição do Conselho Consultivo da UC e a elaboração do plano de gestão.
Nas reuniões, foram apresentados ainda os resultados do estudo de viabilidade técnica para criação da UC realizado na área. Esse estudo registrou mais de 300 espécies de plantas (árvores, palmeiras e cipós) e animais, entre eles aves, mamíferos, peixes, anfíbios, répteis etc. Animais como tucano, guariba e piranha-vermelha, que fazem parte da fauna local, figuram em listas de espécies ameaçadas ou vulneráveis de extinção. O estudo mostra ainda que a categoria Área de Proteção Ambiental (APA) é a mais indicada para a área, pois faz parte do grupo de UCs de uso sustentável e permite a existência de moradias e, ainda, o desenvolvimento de atividades como agricultura, pecuária e pesca em seu interior.
Além das reuniões nas comunidades, o Imazon e a prefeitura de Juruti apresentaram o projeto na Câmara Municipal, atendendo ao convite do vereador Mário Itiá Kobayashi, durante sessão ordinária no dia 20 de agosto.
De acordo com Jakeline Pereira, pesquisadora do Imazon, a UC trará benefícios em aspectos importantes para a população do município, como a saúde e a alimentação, já que os lagos fornecem o principal item da dieta dos moradores da região, o peixe. “Os lagos são amplamente utilizados para a pesca, a maioria de subsistência. Porém, esses lagos estão sendo muito pressionados, já que não há regras para o desenvolvimento da atividade, o que está ocasionando a diminuição do estoque pesqueiro”, pontua a pesquisadora.
A população da cidade deve ser beneficiada também com a implementação de áreas verdes, ideais para atividades como a prática de exercícios, visitação, entre outras. “Além disso, a conservação dessa área é muito importante para incrementar a economia dos moradores, através da pesca e do turismo de base comunitária”, destaca José Maria Melo, Secretário Especial de Governo de Juruti.
A APA do Jará ocupa uma área de aproximadamente 5 mil hectares de florestas, com vegetação natural não florestal, lagos e posses urbanas e rurais do município de Juruti. A iniciativa é uma parceria da Prefeitura de Juruti e Imazon, que conta com o apoio financeiro da Alcoa Foundation – com investimentos previstos na ordem de R$ 1,5 milhões. O apoio da Alcoa Foundation abrange três anos de projeto e deverá culminar com o estabelecimento da unidade de conservação. “Já tivemos a experiência de incentivar a criação da Reserva de Vida Silvestre Lago Mole, contribuir com o desenvolvimento do Zoneamento Econômico e Ecológico (ZEE) e de planos de biodiversidade. Esta ação, se soma às iniciativas que já apoiamos e converge com a própria estratégia de atuação da Alcoa, em construir um legado positivo da mineração no município de Juruti”, declara Rogério Ribas, gerente de Relações Institucionais e Recursos Humanos da Alcoa Juruti.
Imazon – O Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia foi fundado em 1990 e desde então, se tornou referência internacional em pesquisas sobre o desenvolvimento sustentável na região. A organização possui quase 800 estudos publicados e tem experiências na garantia da sustentabilidade na Amazônia. Há 13 anos, o Imazon atua na implementação de Áreas Protegidas na região da Calha Norte, também no Pará. Saiba mais sobre o Imazon acessando www.imazon.org.br.
Alcoa – Líder mundial em produtos de bauxita, alumina e alumínio, a Alcoa foi construída sobre uma base de valores sólidos e excelência operacional, operando com inovação desde a revolucionária descoberta que fez do alumínio uma parte vital e acessível da vida moderna, há 130 anos. A Companhia segue impulsionada pelos seus valores “Agir com Integridade”, “Trabalhar com Excelência” e “Cuidar das Pessoas”. Saiba mais sobre a Alcoa acessando www.alcoa.com.br.
Leia mais sobre o projeto para criação de AP’s em Juruti aqui.
This post was published on 27 de agosto de 2019
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