A Associação dos Moradores da Comunidade do Jaramacaru e Região (ACAJE) realizou no último domingo (30) encontro com comunitários e parceiros para discutir o uso dos recursos naturais na Floresta Estadual (Flota) do Trombetas, unidade de conservação de uso sustentável, no âmbito do projeto “O uso das geotecnologias no apoio à Gestão dos Produtos da Sociobiodiversidade e Proteção Territorial”, apoiado pelo Legado Integrado da Região Amazônica (LIRA).
O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) integra projeto de apoio técnico às cadeias de produtos da floresta no Norte do Pará e participou do evento, com a presença da pesquisadora Jakeline Pereira. “A Flota do Trombetas estava fechada há quase dois anos por conta dos riscos de contágio da Covid-19 o povo Zoé, que são isolados e vivem próximo ao local onde é feita a coleta da castanha-do-Pará pelos extrativistas. Então, no encontro conversamos sobre a retomada da coleta de castanha na Flota, autorizada a partir de segunda-feira (31)”, explica a pesquisadora.
“Como entidade parceira da ACAJE, vamos atuar ainda no mapeamento dos usos dos castanhais na Flota do Trombetas e também da atividade extrativista do cumaru, capacitação técnica para uso de drone e GPS, formar uma turma de Agentes Ambientais Comunitários e fortalecer a cadeia da castanha, com incentivo à comercialização e boas práticas, regras de uso do território”, destaca Jakeline Pereira.
De acordo com Alberto Sampaio, diretor da ACAJE, o projeto é importante para equipar a entidade com equipamentos de proteção individual, aparelhos de georreferenciamento, e também para capacitações em áreas como revisão estatutária, prestação de contas, empreendedorismo, associativismo e redação oficial.
O projeto, idealizado pelo Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ) e realizado com recursos do Fundo Amazônia e da Fundação Gordon and Betty Moore, terá a duração de 18 meses e as atividades serão desenvolvidas em parceria com o Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (IDEFLOR-Bio); a Polícia Militar Ambiental do Estado do Pará, a Prefeitura Municipal de Óbidos, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma); Prevfogo (IBAMA); e a Prefeitura Municipal de Oriximiná, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma).
Coopaflora
Nesta terça-feira (1), a pesquisadora Jakeline Pereira também participou de atividade de planejamento do projeto “Fortalecendo a governança para manutenção da floresta em pé”, aprovado no edital do Amazônica (LIRA) pela Cooperativa Mista dos Povos e Comunidades Tradicionais da Calha Norte (Coopaflora). O objetivo é capacitar e adquirir equipamentos de geotencologia.
De acordo com Rogério Pereira, presidente da Coopaflora, o objetivo é aprimorar os mecanismos de gestão da entidade e dos recursos dos produtos da floresta para assegurar renda às comunidades, como as localizadas nas Terras Indígenas Nhamundá-Mapuera. “O projeto permitirá que a gente negocie junto às empresas, além de promover reconhecimento dos povos como indígenas que estão na floresta e trabalham com os produtos da sociobiodiversidade”, afirma.
São parceiros no projeto: Associação dos Povos Indígenas do Mapuera (Apim), Conselho Geral dos Povos Hexkaryana (CGPH), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará), Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (Imaflora), Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé), Associação das Comunidades Remanescentes de Quilombos do Município de Oriximiná (ARQMO), Prefeitura Municipal de Nhamundá – AM e Oriximiná-PA.
Texto: Dominik Giusti, com informações de Martha Costa
This post was published on 1 de fevereiro de 2022
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