Christopher Uhl era ecólogo e professor da Universidade Estadual da Pensilvânia (Foto: Arquivo Imazon)
O Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon) lamenta profundamente o falecimento de seu cofundador Christopher Uhl, ecólogo e professor estadunidense que contribuiu enormemente para o desenvolvimento socioambiental da Amazônia. Chris, como era carinhosamente chamado pela equipe do Imazon, nos deixou nesta terça-feira, 11 de fevereiro, aos 76 anos.
Uhl foi um dos principais pensadores a contribuir com soluções sustentáveis para os problemas de uso da terra na Amazônia. Além disso, fundação do Imazon, em 10 de julho de 1990, só foi possível através da brilhante mentoria de Uhl.
Docente da Universidade Estadual da Pensilvânia, ele viveu em Belém no final dos anos 80 e início dos anos 90 como pesquisador visitante da Embrapa. Ao identificar a escassez de pesquisas com soluções para a Amazônia e a grande carência de profissionais aptos a estudar a região de maneira multidisciplinar, ele identificou a oportunidade de criar um instituto de pesquisa com esse fim. Missão que assumiu ao lado dos pesquisadores Beto Veríssimo, Paulo Barreto e David McGrath, os outros cofundadores do Imazon.
Após a criação do instituto, Uhl permaneceu por cinco anos no Brasil, retornando aos Estados Unidos em 1995, para voltar a lecionar na Universidade Estadual da Pensilvânia. O cientista manteve relações de mentoria científica e de amizade com a equipe do Imazon, participando como homenageado do aniversário de 30 anos da instituição em 2020.
“Nas últimas três décadas, a equipe do Imazon trabalhou com integridade, coragem e brilho para demonstrar ao povo e ao governo brasileiros que, com monitoramento cuidadoso, políticas eficazes e gestão inovadora, a riqueza e a maravilha que é a Amazônia podem perdurar. Tenho um respeito enorme pelos membros do Imazon, tanto que o que quero para o futuro deles é que sigam o que sentem ser o caminho certo. Afinal, estou do lado de fora agora, eles estão do lado de dentro. Eles conhecem as manivelas e os botões que devem ser acionados para criar o mundo mais bonito que em todos os nossos corações sabemos ser possível. Dito de forma um pouco diferente, quero que eles acreditem em sua grandeza, em seu poder, em seu brilho. Eu quero que eles sejam capazes de dizer em uníssono: Nós somos aqueles por quem estávamos esperando. Se não nós, quem? Agora não, quando?”, afirmou Uhl em entrevista ao Imazon, publicada no Relatório de Atividades de 2019-2020.
Conforme Beto Veríssimo, Chris ficava maravilhado com o fato do Imazon ter tido um impacto tão grande na Amazônia. “No entanto, grande parte desse impacto pode ser atribuída à cultura que Chris trabalhou tanto para criar no instituto. Ele ensinou a nos aproximarmos do problema, concentramos no longo prazo, anteciparmos tendências e oferecermos soluções. E isso é o que sempre fizemos. Graças ao Chris, esses são os elementos do nosso trabalho até hoje”, afirmou.
“Ele foi decisivo na minha vida profissional e pessoal. Sou muito grato por tê-lo como mentor. Ele atuou como um jardineiro que criou com muito cuidado um espaço para que seus orientados germinassem, crescessem e frutificassem”, relatou Paulo Barreto.
This post was published on 11 de fevereiro de 2025
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