MapBiomas Alerta permite rapidez e eficácia no monitoramento e responsabilização do desmatamento dos biomas brasileiros

Foto: Márcio Nagano

Com informações precisas, o sistema irá gerar documentação similar aos autos de infração de trânsito com imagens da placa veículo, contribuindo com as ações dos órgãos usuários do sistema

Será lançado no dia 7 de junho de 2019, sexta-feira, o projeto MapBiomas Alerta, um sistema de validação e refinamento de alertas de desmatamento de vegetação nativa em todos os biomas brasileiros, com imagens de alta resolução. A plataforma estará disponível via internet de forma publica e gratuita para subsidiar o monitoramento ambiental e as ações de prevenção e combate ao desmatamento ilegal.

Com informações detalhadas e validadas, os alertas gerados pelo sistema podem ser usados pelos órgãos responsáveis pela fiscalização e proteção de áreas ambientais com mais eficácia e rapidez para coibir o desmatamento ilegal e diminuir a impunidade por crimes ao meio ambiente.

Cada alerta é checado e delimitado de forma precisa, e é gerado um laudo onde são identificadas imagens de antes e depois do desmatamento, os cruzamentos com áreas do Cadastro Ambiental Rural (CAR), Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC), territórios indígenas, e outros limites geográficos (biomas, estados, bacias hidrográficas), além do histórico recente (2012 a 2017) nos mapas anuais de cobertura e uso da terra no Brasil do MapBiomas. Ou seja, é possível obter de forma rápida informações de desmatamento, seja a ação em uma propriedade particular ou em uma área protegida, se é ilegal ou se é a supressão natural da vegetação que o proprietário pode fazer, por exemplo.

O MapBiomas Alerta potencializa o uso e a eficácia dos alertas já gerados no país, portanto, não pode ser classificado como mais um sistema de monitoramento de desmatamento.

O sistema resulta de consultas com os órgãos governamentais usuários de sistemas de alertas de desmatamento – como o Ministério do Meio Ambiente (MMA), IBAMA, Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Ministério Público Federal (MPF) e Tribunal de Contas da União (TCU) – e com os provedores de alertas, tais como: Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (IMAZON), Universidade de Maryland, Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (CENSIPAM) e o ISA (Instituto Socioambiental).

Os dados produzidos são públicos, gratuitos e podem ser acessados na plataforma:  http://alerta.mapbiomas.org/ 

 

Método dos MapBiomas Alerta
Mensalmente são coletados todos os alertas de desmatamento gerados no Brasil para os quatro principais sistemas implementados: DETER/INPE (Amazônia e Cerrado), SAD/IMAZON (Amazônia), SIPAMSAR (Censipam) e GLAD/Universidade de Maryland (demais biomas).

Os alertas são avaliados para excluir falsos positivos e encaminhadas para a classificação supervisionada de imagens de satélites Planet¹ de 3 m de resolução e
frequência diária. O processo é feito com uso de algoritmos de aprendizagem de máquina (machine learning) por meio da plataforma Google Earth Engine, que oferece grande capacidade de processamento na nuvem.

Para realizar a validação e o refinamento dos alertas as equipes de programadores, especialistas de sensoriamento remoto e especialistas em conservação e uso da terra são organizados em equipes para cada bioma e suporte de tecnologia e sistemas.

Os alertas podem ser visualizados em diferentes mapas base, como em imagens de satélite, google maps e mapas anuais de cobertura e uso da terra do Brasil entre 1985 a 2017 do MapBiomas (Coleção 3.1).

 

O que é o MapBiomas
O Projeto de Mapeamento Anual da Cobertura e Uso do Solo do Brasil (MapBiomas) surgiu em 2015 com o objetivo de contribuir para o entendimento da dinâmica do uso do solo no Brasil e em outros países tropicais. É uma iniciativa que envolve uma rede colaborativa de especialistas nos biomas brasileiros, formada por mais de 20 membros, entre ONGs, universidades e empresas de tecnologia.

Desde 2015, desenvolveu uma metodologia rápida, confiável e de baixo custo para gerar mapas anuais de cobertura e uso do solo do Brasil, a partir de 1985 até os dias atuais.

A rede colaborativa é formada por:

Coordenação nos biomas:

  • Amazônia – Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia
    (IMAZON);
  • Caatinga – Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), Geodatin e
    Associação Plantas do Nordeste (APNE);
  • Cerrado – Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM);
  • Mata Atlântica – Fundação SOS Mata Atlântica e ArcPlan;
  • Pampa – Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS);
  • Pantanal – Instituto SOS Pantanal e ArcPlan;
  • Zona Costeira – Solved e ITV;

Tecnologia: Google, EcoStage, Terras App

Financiamento: Iniciativa Internacional de Clima e Florestas da Noruega (NICFI), Gordon & Betty Moore Foundation, Instituto Arapyaú, Children’s Investment Fund Foundation (CIFF), Good Energies Foundation, Instituto Clima e Sociedade (ICS), Instituto Humanize and Climate and Land Use Alliance (CLUA)

Parceiros Institucionais: Instituto Arapyaú, WRI Brasil, Instituto Democracia e Sustentabilidade (IDS), Fundação AVINA, The Nature Conservancy (TNC), Coalisão Clima, Floresta e Agricultura, WWF Brasil.

 

¹ As imagens PlanetScope provém de uma constelação de +130 satélites capazes de registrar diariamente toda a superfície terrestre da Terra (equivale a uma capacidade de coleta de 340 milhões de km2 / dia) com resolução espacial de 3 m e quatro bandas espectrais. Para cada alerta, são selecionadas e ativadas dezenas de imagens em uma célula de 5 x 5 km. Desse total de dados, são selecionadas duas imagens, uma antes e outra depois do desmatamento, registrando o identificador do satélite, data e hora da aquisição.

This post was published on 6 de junho de 2019

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