Morre Dalton Valeriano, que revolucionou o monitoramento da Amazônia

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Pesquisador do Inpe deixou como legado ferramentas que mudaram a história da gestão ambiental no país

Morreu nesta quarta-feira (4/6), aos 69 anos, o biólogo, pesquisador e especialista em sensoriamento remoto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) Dalton de Morisson Valeriano.

Servidor de carreira por mais de 40 anos, Valeriano teve papel decisivo na concepção de ferramentas que hoje formam a base do combate ao desmatamento na Amazônia. Entre elas, o Sistema de Detecção do Desmatamento em Tempo Real (Deter), que abriu aos órgãos de fiscalização ambiental a possibilidade de monitoramento das florestas em tempo quase real.

“Ele revolucionou o monitoramento da Amazônia e, com isso, contribuiu fortemente para o sucesso no enfrentamento do desmatamento ilegal”, disse ao OC o agrônomo e especialista em sensoriamento remoto Cláudio Almeida, atual coordenador do Programa de Monitoramento da Amazônia e Demais Biomas do Inpe.

Graduado em biologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em 1978, o pesquisador concluiu o mestrado em sensoriamento remoto pelo Inpe em 1984 e o doutorado em geografia pela Universidade da Califórnia em 1996.

Legado

Para Tasso Azevedo, coordenador do MapBiomas, Valeriano foi um “cientista fundamental e um contador de histórias incrível”. “Sem o Dalton e o time do Inpe, a queda que vemos do desmatamento não teria ocorrido. O MapBiomas se alimenta muito desse legado”, afirmou.

A presidente da Fundação SOS Mata Atlântica, Márcia Hirota, lembrou que a contribuição de Valeriano não se limitou ao bioma amazônico. ”Dalton contribuiu muito para o Atlas da Mata Atlântica na parceria da SOS com o Inpe. Tivemos muitas e boas conversas”, relembrou.

Diretor do INPE de 2005 a 2012, o pesquisador Gilberto Câmara classificou o colega de “gigante” que deixou como legado ferramentas que mudaram a história da gestão ambiental no país. “Embora não tenha desenvolvido o Prodes, ele foi o principal responsável por estruturá-lo a partir de 2000. Colocou o sistema na linha. E criou o Deter, ou seja, fez uma enorme diferença. Sem ele, a história da Amazônia teria sido outra”, avaliou.

Em nota oficial, o Inpe qualificou Valeriano como um “visionário da floresta”, cuja voz “mostrou ao país a real situação da floresta Amazônica”. “Sua trajetória profissional entrelaça-se de forma indelével com a história do monitoramento da maior floresta tropical do mundo”, afirma o Inpe.

De acordo com o instituto, o pesquisador dedicou sua vida a aperfeiçoar a metodologia de análise de imagens de satélite, “transformando dados brutos em informações críticas e acionáveis”.

“Seu trabalho garantiu que o Brasil possuísse um sistema de grande rigor científico, capaz de informar a extensão da devastação ano após ano, fornecendo a base incontestável sobre a qual se assenta o diagnóstico da situação amazônica.”

Em entrevista concedida em 2009, Valeriano manifestou preocupação com o ritmo da devastação da Amazônia (“Se continuar como está, um dia vai acabar”), mas destacou como positivo o fato de haver mais “capacidade de controle”. “Eu acredito que a transparência é a chave de tudo”, afirmou ele à época.

This post was published on 5 de junho de 2025

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