Grupo formado por especialistas de 23 profissões diferentes recebeu formação do Programa Lideranças Amazônicas Sustentáveis (LIAS), do instituto de pesquisa Imazon
Ampliar o debate sobre mudanças climáticas, gênero e território em suas 23 profissões diferentes é a missão de um grupo de 26 mulheres que atuam em posições de liderança no Pará. Vindas de 5 das 6 mesorregiões do estado, elas são as concluintes da primeira turma do Programa Lideranças Amazônicas Sustentáveis (LIAS), promovido pelo instituto de pesquisa Imazon, cuja formatura foi realizada no último sábado (25).
A iniciativa é voltada para especialistas com mais de 30 anos e pelo menos cinco de atuação profissional, que residem há uma década ou mais em solo paraense. Lançado em 2024, o programa envolveu aulas sobre mudanças climáticas, Amazônia, políticas públicas nos poderes Executivo e Legislativo, participação de mulheres no debate público, relacionamento com a imprensa e produção de conteúdo digital.
“O LIAS surgiu em um contexto pré-COP 30, a Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças do Clima, que será realizada em novembro em Belém, capital do estado. O evento representa uma oportunidade para essas lideranças femininas aprofundarem o debate socioambiental em diferentes setores e aprimorarem suas habilidades para contribuir com políticas públicas sustentáveis para a Amazônia ”, afirma a pesquisadora do Imazon Brenda Brito, que coordena o programa.
Foram 8 encontros online, totalizando 16 horas de aula, com 12 professores diferentes. Quinze das 26 participantes também tiveram a oportunidade de realizar uma imersão em Brasília. Na capital federal, elas tiveram reuniões no Congresso, em órgãos do Executivo e com representantes do terceiro setor, incluindo audiências com as ministras do Meio Ambiente, Marina Silva, e da Igualdade Racial, Anielle Franco.
“Eu tenho percebido que as pessoas usam a palavra ‘lideranças’ como se fosse algo desconectado de conhecimento. E o LIAS marca o contrário. Nós somos lideranças porque somos especialistas, intelectuais. O nosso proceder é forjado de conhecimento ancestral, a gente traz o conhecimento do nosso território. Independentemente da nossa formação acadêmica, nós somos intelectuais”, afirmou a jornalista e pesquisadora Flávia Ribeiro, uma das integrantes da turma.
Além de incentivar a disseminação da relação entre mudanças climáticas, gênero e território em suas áreas de trabalho e de ativismo, o programa também se destacou pela criação de uma rede de mulheres com saberes diversos. “O LIAS representa a valorização feminina e o combate ao etarismo em um país preconceituoso, onde a mulher parece ter prazo de validade. A sororidade é marca registrada do programa, que interliga mulheres de diferentes territórios e defesas, mas que se convergem em objetivos comuns”, afirmou a formanda Luciana Athayde, que atua como engenheira agrônoma e agricultora familiar.
Andreza dos Santos Filizzola Lopes Pauxi (Óbidos): Advogada, pesquisadora, professora, mediadora e ativista socioambiental, Andreza trabalha atualmente como gestora de projetos e assessora da Associação do Quilombo Boa Vista (Alto Trombetas), o primeiro território quilombola titulado do país. É bacharel em Direito e mestre em Ciência da Sociedade com foco em Direitos Humanos, Meio Ambiente e Cidadania Ambiental pela UFOPA. Também possui especialização em Tecnologias Aplicadas à Regularização Fundiária e Conflitos Socioambientais pela UFPA e em Direito Civil e Processo Civil pela UNAMA. Em 2019, recebeu moção honrosa em Solução de Conflitos pelo Conselho Nacional de Mediação e Arbitragem e honra ao mérito pela UFOPA. É integrante do Grupo de Consciência Indígena (GCI), e voluntária do coletivo da Aldeia Akatu Wasu; da Cooperativa de Turismo e Artesanato de Base Comunitária (Turiart); da Casa Agnes, que atende mulheres e crianças ribeirinhas; e outros coletivos. Também já foi coordenadora local da ONG Zoé, que proporciona atendimento médico especializado dentro do território. Hoje, atua conectando doações e voluntários a projetos socioambientais na Amazônia, especialmente no Tapajós, Arapiuns, Trombetas e Baixo Amazonas.
Aurea Milene Teixeira Barbosa dos Santos (Belém): Engenheira de produção com mestrado em Engenharia Elétrica, Aurea trabalha atualmente como gerente de projetos de sustentabilidade do Parque de Ciência e Tecnologia Guamá (PCT Guamá). Os projetos que ela lidera envolvem o monitoramento das metas do Plano Estadual Amazônia Agora, a sociobioeconomia (principalmente auxiliando na melhoria do processo de extração de óleo e levando conectividade às comunidades) e o mapeamento de iniciativas de negócios de impacto no município de Belém. Também atua como diretora presidente da associação esportiva e social Japuaçu Rugby Belém e já atuou na startup Ver-o-Fruto, que atua no beneficiamento dos resíduos do açaí para a produção de produtos ligados à higiene e ao tratamento de água.
Concimar Okitidi Sompre (Marabá): Formada em Medicina na UFPA, Concimar trabalha atualmente como médica plantonista da rede pública, com atendimento em urgência e emergência. É ativista do movimento indígena, atuando principalmente na pauta da saúde indígena. Participa da Federação dos Povos Indígenas do Pará (Fepipa) e da Associação do Povo Xerente.
Danny Beatriz Ventura Silva (Belém): Graduada em Biomedicina, pós-graduada em Biomedicina estética e mestranda em Neurociências e Biologia Celular, Danny trabalha atualmente como biomédica esteta e como professora da área de estética básica e avançada. Também é vice-presidente da ONG Família Hope, que acolhe pessoas trans, travestis e suas famílias, além de representar a instituição na Secretaria de Saúde do Pará. Ainda no terceiro setor, ocupa o cargo de conselheira fiscal da Rede Bike Anjo, instituição que também representa no Fórum Consultivo de Danny Beatriz Ventura Silva Mobilidade Urbana do Ministério das Cidades.
Dyanara de Almeida Oliveira (Belém): Nutricionista e professora de Nutrição da Faculdade Estácio Belém, Dyanara é mestra em Nutrição Humana e tem pós-graduações em Obesidade e Emagrecimento; Comportamento Alimentar; e Segurança Alimentar e Nutricional. Também é vice-presidente da Associação Brasileira de Nutrição (ASBRAN), integrante do movimento Slow Food, desde 2015, e da Aliança pela Alimentação Adequada e Saudável, desde 2019. Além disso, representa a ASBRAN na Comissão de Alimentação e Nutrição do Conselho Nacional de Saúde (CNS).
Elizeth Marques de Souza (Cametá): Licenciada em Ciências Biológicas e especialista em Agroecologia, Elizeth trabalha atualmente como articuladora e secretária da Rede Jirau de Agroecologia. Também é coordenadora da associação da comunidade onde mora e do grupo de mulheres da organização, além de integrar a Associação Paraense de Apoio às Comunidades Carentes (APACC). Além disso, realiza oficinas sobre a elaboração de projetos para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa
Flávia Ribeiro (Ananindeua): Mãe, jornalista, ativista e pesquisadora, trabalha atualmente como assessora na Assembleia Legislativa do Pará. Tem graduação em Jornalismo e mestrado em Ciências da Comunicação pela UFPA. Além disso, atua na coordenação da Marcha das Mulheres Negras em Belém e integra o Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Cedenpa), a Rede Fulanas – Negras da Amazônia Brasileira e a Rede de Ciberativistas Negras – Núcleo Pará. Também atua como palestrante e ministra cursos sobre as intersecções de raça, classe e gênero no âmbito da comunicação.
Gisele Cristine Silva Mendes (Belém): É presidente da Comissão Solidária Vila da Barca, onde fundou o projeto Barca Literária. A organização beneficia 60 crianças e adolescentes com atividades de educação continuada e de pertencimento e empoderamento periférico a partir da leitura, arte e cultura. Além disso, é conselheira consultiva da Rede Gerando Falcões e integrante da Rede Amazônia Literária, da COP das Baixadas e do Perifa Connection. Graduada em Serviço Social e pós-graduada em Gestão e Auditoria em Serviços de Saúde, também trabalha atualmente como assistente social no Hospital Unimed Prime.
Giselle Pinheiro Fonseca (Belém): Graduada em Pedagogia e especialista em Docência do Ensino Superior, trabalha como pedagoga na Diretoria Regional de Ensino (DRE) 07 (Belém) da Secretaria de Educação do Pará (Seduc) e no Departamento de Recursos Humanos (DERH) da Secretaria Municipal de Educação de Belém. Sua atuação no governo do estado envolve a formação de professores que lecionam para turmas do 1o ao 4o ano do Ensino Fundamental, por meio dos programas “Alfabetiza Pará” e “Bora Alfabetizar”. Já na prefeitura de Belém, dentro da área de recursos humanos, atua na lotação e na ficha funcional dos servidores.
Glinda Sousa Farias (Breves): É coordenadora de mobilização e integração da Rede Mondó, que atua com o desenvolvimento territorial em Breves, no Marajó. Tem graduação em Serviço Social e pós-graduação em Administração e Gestão de Projetos Sociais, além de estar cursando pós-graduação em ESG de Alto Impacto. Também é conselheira no Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (CMDCA) e no Conselho Municipal de Saúde (CMS) e faz parte do Comitê de Elaboração do Plano Decenal da Assistência Social em Breves e do Comitê Permanente de Proteção às Vítimas e Testemunhas de Violência, entre outros. Atuou por cinco anos na política de assistência social e já foi coordenadora da equipe itinerante (Cras Volante), do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (PETI) e do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA); gestora do programa BPC na escola; e técnica de referência do Serviço de Proteção e Atendimento Integral à Família (PAIF), do Serviço de Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) e do Plantão Social. Também participou da construção do atual Plano Municipal de Gerenciamento de Resíduos Sólidos de Breves.
Juliene Pereira dos Santos (Oriximiná): Antropóloga e pesquisadora quilombola, Juliene é graduada em Ciências Sociais, mestre em Cartografia Social e Política da Amazônia e doutora em Antropologia. Atualmente, é pós-doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Sociedade, Natureza e Desenvolvimento da UFOPA, onde realiza pesquisas sobre uso de remédios naturais em comunidades quilombolas, territorialidades e conflitos socioambientais no Rio Trombetas, em Oriximiná, seu lugar de pertencimento. Integra o Comitê Quilombos da Associação Brasileira de Antropologia e também é pesquisadora do Projeto Nova Cartografia Social da Amazônia. Em 2023, participou do Fellowship Programmes da Organização das Nações Unidas (ONU), uma bolsa para indígenas e quilombolas emergirem na incidência internacional. Para isso, passou um mês em Genebra, na Suíça, cidade sede da ONU, para conhecer os mecanismos de direitos humanos e o modus operandi das práticas de advocacy internacional.
Katia Nunes (Ananindeua): Educadora social e graduanda de Pedagogia, é diretora-presidente da Associação dos Filhos e Amigos da Cultura Afro Brasileira (AFACAB). A organização realiza atividades voltadas ao combate à insegurança alimentar de comunidades do entorno do Lixão do Aurá, à garantia de direitos, à saúde mental e de sustentabilidade, além de um cineclube. Também é conselheira do Conselho Estadual de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (CONEPPIR) e faz parte da coordenação da Região Norte na Rede Afroambiental. Em 2024, recebeu a Comenda Mãe Doca, reconhecimento da Assembleia Legislativa do Pará a representantes das religiões de matriz africana.
Keissi Borari (Santarém): É membra fundadora da Associação de Mulheres Indígenas Suraras do Tapajós, cuja missão é combater a violência e o racismo contra as mulheres indígenas por meio do acolhimento, do fortalecimento, da autoestima e do empoderamento econômico e político. Também é curimbozeira e compositora do Suraras do Tapajós, o primeiro grupo de carimbó formado somente por mulheres indígenas. No coletivo musical, também integra a coordenação executiva, sendo corresponsável por contratos, parcerias, novos projetos e direção artística. Graduada em Administração, trabalha ainda como gerente de operações turísticas de uma empresa voltada para viagens de alto padrão em embarcações privativas, navegando pelos rios Tapajós, Amazonas e Arapinus. Esse trabalho também envolve levar os turistas a projetos de turismo de base comunitária.
Liliane Silva do Nascimento (Belém): Graduada em Odontologia, especialista Saúde Coletiva e mestre e doutora em Saúde Pública, Liliane é professora na UFPA, onde lidera grupo de pesquisa reconhecido no CNPq e desenvolve atividades de educação, literacia e promoção da saúde em comunidades tradicionais, como quilombolas e ribeirinhas, ou que residem em territórios vulnerabilizados, como os conglomerados urbanos. Além disso, desenvolve um trabalho voluntário com mulheres em situação de violência das regiões Metropolitana e do Marajó, chamado “Mulheres marajoaras protegendo seus corpos e a Amazônia”, onde atua em temas como dignidade menstrual, controle de natalidade e uso de medicamentos. Em integração com a Secretaria de Saúde do Pará, também realiza, desde 2022, formação especializada em saúde em Belém e em outros municípios da Região Metropolitana. Também contribui com as Conferências Municipais e Estaduais de Saúde, COP das Baixadas, associações de bairros e associações de pessoas com deficiência.
Livia Medeiros Neves Casseb (Belém): Médica veterinária com mestrado e doutorado em Doenças Tropicais, Livia é pesquisadora em Saúde Pública e chefia a Seção de Arbovirologia e Febres Hemorrágicas do (SAARB) do Instituto Evandro Chagas (IEC), um centro colaborador de diagnóstico e pesquisa em zoonoses emergentes e reemergentes da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). Também coordena o Laboratório de Imunopatologia Experimental, é vice-coordenadora do Laboratório de Raiva e integra a rede de Iniciativa Amazônica para Investigação de Mordeduras Tropicais (IAIMT). Atua ainda como consultora ad hoc da Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas do Pará (FAPESPA) e está na lista de 11 especialistas ad hoc do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) para saúde pública veterinária. Como voluntária, também integra a Rede Brasileira de Vigilância Epidemiológica Veterinária. Além disso, atua como evangelizadora infantil no Centro Espírita Yvon Costa.
Luciana Athayde (Igarapé-Açu): Engenheira agrônoma, agricultora familiar e ativista ambiental, Luciana é proprietária do Sítio Agroecológico Tolú, onde produz alimentos orgânicos e desenvolve um projeto piloto de reciclagem de resíduos orgânicos a partir da técnica de compostagem laminar. Também é cofundadora do Instituto de Desenvolvimento Amazônia Sustentável (IDEASSU), organização não-governamental com foco no desenvolvimento sustentável da região. Graduada em Engenharia Agronômica, tem mestrado em Agricultura Orgânica e especialização em Cidades Inteligentes e Sustentáveis. Possui experiência nas áreas de Gestão de Resíduos Sólidos, Agroecologia, Produção Orgânica, Compostagem e Entomologia Agrícola.
Lucynéia Nery Neves (Abaetetuba): Empresária, servidora pública e acadêmica de Direito, Lucinéia atua como diretora do Departamento de Turismo da Prefeitura Municipal de Abaetetuba e como coordenadora da Casa do Empreendedor. Participa há 14 anos da Associação Comercial de Abaetetuba, instituição que já presidiu e onde atualmente é conselheira superior. Também já presidiu os conselhos da Mulher Empresária e Municipal do Direito da Mulher.
Maria Claudia Bentes Albuquerque (Belém): Advogada e professora, Maria Claudia leciona na Graduação em Direito e no Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento e Meio Ambiente Urbano da Unama, universidade onde também coordena o Programa de Iniciação Científica e lidera o grupo de pesquisa Direito e Desenvolvimento Urbano Sustentável na Amazônia (DUSA). Atua ainda como vice-presidente da Comissão Estadual de Direito Urbanístico e Planejamento Urbano da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) – Seção Pará, que já presidiu por dois triênios, e realiza o curso de formação de Mediadores e Conciliadores pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Graduada em Direito, Maria tem especialização em Direito Ambiental e Gestão Estratégica da Sustentabilidade, mestrado em Gestão de Recursos Naturais e Desenvolvimento Local na Amazônia e doutorado em Direito.
Mariana Neves Cruz Mello (Belém): Professora de Geografia da UFPA, consultora etnoambiental e aprendiz de pajé, Mariana tem pautado debates sobre a precarização do ensino na Amazônia há mais de seis anos. Na educação, atua com a valorização da identidade regional a partir da ecologia de saberes, tendo como pano de fundo a pajelança cabocla marajoara, que vem aprendendo desde 2019 com a pajé Roxita, de Soure, no Marajó. Em Igarapé-Açu, também é divulgadora científica do Moeda Verde, movimento social de economia solidária liderado por mulheres. Já em Soure, integra a Casa de Missão e Caridade Santo Antônio. Graduada e mestre em Geografia, tem doutorado em Ecologia Aquática e Pesca.
Mariane Castro (Muaná): Ribeirinha, gestora de comunicação do Observatório do Marajó e artista multimídia, Mariane é graduada em Comunicação Social Multimídia e técnica em Teatro com ênfase em Produção Cultural e Design. No Observatório, realiza o planejamento, desenvolvimento e implementação da estratégia de comunicação, com foco no fortalecimento de lideranças de comunidades tradicionais ribeirinhas e quilombolas de 17 municípios do Marajó. Também atua no fortalecimento das mobilizações da comunidade tradicional ribeirinha da qual pertence e é a primeira secretária da associação de pequenos produtores do assentamento que faz parte.
Marlena Pinheiro Soares (Santarém): Gestora ambiental, articuladora de Programas Socioambientais do Instituto Conexões Sustentáveis (Conexsus) e presidenta do Instituto Regatão Amazônia, Marlena é referência na área de cultura no Baixo Amazonas. No Conexsus, é corresponsável por um projeto com organizações indígenas e desenvolve estratégias para ampliar a participação de mulheres e jovens nos negócios comunitários. Já no Regatão Amazônia, atua no fortalecimento da identidade cultural da região. Entre os projetos atuais do instituto estão o “Barco Regatão”, voltado às fazedoras e aos fazedores culturais das margens dos rios, e um Cineclube em Alter do Chão.
Marly Lúcia da Silva Ferreira (Bragança): Pescadora, marisqueira, agricultora familiar e artesã, Marly é secretária de mulheres da Comissão Nacional para o Fortalecimento das Reservas Extrativistas e dos Povos Extrativistas Costeiros Marinhos (Confrem) há seis anos, já estando no segundo mandato. Seu trabalho na Confrem envolve a formação e o fortalecimento de redes de mulheres extrativistas em todo o país. Também tem atuado no debate sobre a aprovação da nova lei da pesca e sobre as mudanças dentro das legislações ambientais que impactam na atividade pesqueira.
Nádia da Luz Alves da Silva Gomes (Belém): Catadora de materiais recicláveis, Nádia é representante estadual do Movimento Nacional de Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR) e diretora fundadora da Cooperativa de Trabalho de Catadoras e Catadores de Materiais Recicláveis Visão Pioneira de Icoaraci (CocaVip). No MNCR, sua atuação envolve identificar, mobilizar, capacitar e organizar cooperativas e associações de catadoras e catadores de materiais recicláveis dos municípios paraenses.
Ruth Helena Cristo Almeida (Belém): Socióloga, professora, pesquisadora e extensionista da UFRA, Ruth é graduada em Ciências Sociais, mestre em Sociologia e doutora em Ciências Agrárias. Coordena junto ao CNPq o grupo de pesquisa Relações de Gênero e Ruralidades Amazônicas, que está em processo de formação da Casa Amazônia, uma organização que terá o objetivo de formar jovens nos temas pesquisados. Como docente de Sociologia Rural, forma jovens para lidarem com a diversidade das realidades Amazônicas e trabalha com projetos de extensão em comunidades rurais periurbanas, nas ilhas próximas a Belém, com foco nas relações de gênero e clima, justiça climática, segurança alimentar e nutricional e políticas públicas. Também atua como liderança na Câmara Técnica de Gênero e Clima do Governo do Pará e avaliou e propôs mudanças na Política Estadual de Bioeconomia.
Valeria da Silva Lopes (Santa Bárbara do Pará): Agricultora e professora do campo, Valeria integra o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) há 25 anos, estando há 5 deles na direção estadual no Pará. Além disso, participa do setor de educação e formação do MST, sendo responsável pela organização de espaços escolares formais e não formais. Licenciada em Educação do Campo com Habilitação em Ciências Humanas, tem especialização em Ensino de Geografia e mestrado em Educação. Trabalha com plantações agroecológicas e sistemas agroflorestais; contribui na organização de associações e cooperativas de agricultores rurais; ministra aulas de ciências humanas, sociais e ambientais com comunidades camponesas e rurais-ribeirinhas; e desenvolve projetos de educação do campo com turmas de Educação de Jovens e Adultos (EJA) na área de ciências agrárias.
Veraneize dos Anjos Alves (Belém): Professora e coordenadora da Coordenadoria de Educação Escolar Indigena (CEEIND) da Secretaria de Educação do Pará (Seduc), Veraneize trabalha com 43 povos originários do estado. Suas funções envolvem as contratações, construções de escolas, visitas às comunidades e formação técnica e pedagógica da Educação Escolar Indígena. Além disso, integra o movimento indígena do Baixo Tapajós – Oeste do Estado do Pará, por meio do Grupo Consciência Indígena e do Conselho Indígena Tapajós e Arapiuns. Também atuou em um programa de rádio chamado A Hora do Xibé, na Rádio Rural de Santarém. Portuguesa e Literatura e mestre em Diversidade Sociocultural.
This post was published on 28 de janeiro de 2025
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