Observatório do Clima lança sistema pioneiro para estimar emissões brasileiras

Observatório do Clima lançou nesta quinta-feira, 07/11, em São Paulo, o Sistema de Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG). Trata-se de ferramenta inédita, desenvolvida para calcular anualmente as emissões brasileiras e identificar sua origem.

“É uma iniciativa pioneira. Não há nenhuma outra ferramenta desse tipo desenvolvida pela sociedade civil, com este grau de detalhe, para estimar as emissões de gases de efeito estufa”, conta Tasso Azevedo, coordenador de desenvolvimento do SEEG e consultor do Blog do Clima, do Planeta Sustentável.

Desenvolvida entre julho e novembro de 2013, a ferramenta apresenta, ano a ano, as estimativas de emissões brasileiras de forma consistente e acessível. “No Brasil, já existem dados oficiais a respeito do assunto, mas demoram tanto para ser publicados que se tornam defasados. Em julho desse ano, por exemplo, o governo apresentou as estimativas referentes às emissões até 2010. Nesse ritmo, fica difícil desenvolverpolíticas públicas eficazes, que reajam ao problema a tempo”, explica Carlos Rittl, secretário-executivo do Observatório do Clima.

Além de dados atualizados, o SEEG pretende produzir informação acessível a todos os públicos. Na plataforma online do sistema, os internautas podem acessar, de forma simples, todo o conteúdo produzido pela equipe do SEEG. Eles ainda têm a oportunidade de fazer os recortes que quiserem. “Por exemplo, é possível enxergar, dentro das emissões provenientes das atividades agropecuárias, qual a contribuição do gado de leite para qualquer período entre 1990 e 2012. O internauta pode escolher a área que quer pesquisar e em que intervalo de tempo”, afirma Tasso Azevedo.

A expectativa é de que o SEEG leve conhecimento técnico aos diferentes grupos da sociedade civil, incentivando-os a contribuir para a criação de políticas que visem aredução das emissões brasileiras e a inserção do tema mudanças climáticas naspolíticas de desenvolvimento do país. “Hoje, no Brasil, não vemos nenhuma decisão política vinculada à economia de baixo carbono, porque as mudanças climáticas ainda não são vistas como desafio estratégico para o nosso desenvolvimento. Isso precisa mudar”, diz Carlos Rittl, que completa: “Espero que os dados do SEEG gerem análises ricas para promover essa mudança no Brasil”.

Durante o evento de lançamento do SEEG, que acontece o dia todo, ainda será apresentado o documento Estimativa de Emissões de Gases de Efeito Estufa do Brasil 2012, que reúne dados a respeito da liberação de poluentes no país entre 1990 e 2012. Confira os principais resultados desse relatório.

Fonte: Planeta Sustentável, em 07/11/13.

This post was published on 7 de novembro de 2013

Notícias recentes

Reconhecimento internacional: pesquisador do Imazon no topo dos cientistas mais citados do mundo

Carlos Souza Jr. é reconhecido pela Elsevier e pela Universidade de Stanford entre pesquisadores com…

12 de novembro de 2024

Organizações parceiras lançam um novo programa para Terras Indígenas e Unidades de Conservação no Norte do Pará

O programa está previsto para durar 15 anos e irá contemplar os povos e organizações…

8 de novembro de 2024

Degradação da Amazônia passa dos 20 mil km² em setembro, a maior em 15 anos

Área afetada pelo dano ambiental equivale a mais de 13 vezes a cidade de São…

25 de outubro de 2024

GPA é o supermercado com maior controle da cadeia da carne para evitar desmatamento da Amazônia

Carrefour, Assaí e Cencosud Brasil também apresentam evidências de controle ambiental da cadeia de fornecedores,…

16 de outubro de 2024

Iepé e Imazon lançam novo programa com foco no Grande Tumucumaque

Parceria com o Legacy Landscapes Fund (LLF) e Nia Tero prevê 15 anos de atividades…

10 de outubro de 2024

Extração ilegal de madeira aumentou 19% na Amazônia

Dados do Simex 2024 revelam que propriedades particulares lideram ilegalidade e que ela também avança…

9 de outubro de 2024