Olhar eletrônico ajudará a conter o desmatamento na a bacia amazônica

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Às vésperas do encontro de países da bacia amazônica, em Belém, para discutir problemas e soluções comuns na região, a notícia não poderia ser melhor. Em seis meses devem sair os primeiros mapas de desmatamento na região para os anos de 2000, 2005 e 2010. E mais: uma parceria com a Google vai facilitar o monitoramento do desmatamento em escala global.

A confirmação é do pesquisador sênior do Imazon, Carlos Souza Jr. Nesta entrevista, ele analisa o erro de se monitorar e desenvolver políticas de controle do desmatamento apenas nos limites geopolíticos dos países amazônicos. É preciso transcender as fronteiras. Ele adianta que há iniciativas em curso para dotar a região com sistemas de monitoramento integrado. “Mas ainda falta investimento dos países”, adverte. Boa leitura!

Apesar de o Brasil deter a maior porção da floresta amazônica e fazer um reconhecido controle do desmatamento via satélite em suas fronteiras, não seria necessário que os demais países amazônicos fizessem o mesmo?

É importante que o monitoramento do desmatamento seja feito na escala da bacia Amazônica. Afinal, os ecossistemas naturais, a biodiversidade e patrimônio sociocultural da região não possuem fronteiras políticas. As atividades econômicas também podem transpor essas fronteiras. E isso ocorre algumas vezes de forma ilícita, como é o caso de garimpos clandestinos. A moratória da soja e da carne, por exemplo, precisam ser feitas em toda região para evitar ‘vazamento’.

Quais as consequências ao longo prazo de um monitoramento parcial do bioma amazônico?

Vamos contextualizar essa questão. O Brasil, por exemplo, tem metas voluntárias para redução de 80% do desmatamento na Amazônia brasileira até 2020. É importante monitorar para sabermos se atividades que geram desmatamentos não estão migrando para os países vizinhos. Do ponto de vista científico, precisamos melhorar os modelos de previsão de mudanças climáticas e monitoramento parcial aumenta a incerteza desses modelos.

Há planos de se exportar toda essa tecnologia para dotar governos e ONGs dos países vizinhos para o monitoramento da floresta amazônica?

Sim. A rede Pan-Amazônica RAISG (Rede Amazônica de Informação Socioambiental Georeferenciada) já está produzindo mapas de desmatamento e de degradação florestal com imagens Landsat para a bacia Amazônica, usando tecnologia desenvolvida no Brasil pelo Imazon. Iniciamos recentemente a capacitação de outra rede; ARA (Articulação Regional Amazônica). Essas duas redes são formadas por ONGs e irão, certamente, contribuir para preencher a lacuna de informação de pressões econômicas sobre as florestas da região. Uma particularidade dessas redes é o seu trabalho integrado, o que permite combinar todos os esforços de mapeamento, de cada país, para ter o retrato mais preciso da situação na Bacia. Mesmo que outros países avancem no seu monitoramento, a integração das informações é mais difícil.

O que tem dificultado o intercâmbio com os países vizinhos quando o assunto é o monitoramento do desmate?

Entre as ONGs, o intercâmbio vem sendo construído há décadas pelo Instituto Socioambiental (ISA), mas só avançou nos últimos cinco anos com a geração de produtos como o mapa de Áreas Protegidas da região. Atualmente, a maior dificuldade é o apoio financeiro para implementar projetos operacionais de longo prazo. Ou seja, a capacitação e a transferência de tecnologias foram feitas, mas ainda é preciso investimentos para entrar na fase operacional. Do lado governamental, a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) tem liderado o processo de integração, com capacitação e transferência de tecnologia. Mas, o processo é mais lento.

O Imazon tem planos de capacitar técnicos dos países da região amazônica para o monitoramento por satélite?

A capacitação já está em curso. Uma novidade é que a parceira do Imazon com a Google avançou recentemente e vamos poder usar uma nova ferramenta de monitoramento que roda na nuvem de computadores da Google. O primeiro workshop de capacitação para o uso dessa ferramenta acontece esta semana (veja: https://imazon.earthoutreach.org/home). Com a Google Earth Engine, nome da plataforma de processamento de imagens de satélites da Google, será possível monitorar as florestas na escala global.

Além de monitorar o desmatamento, os pesquisadores hoje preocupam-se em levantar a quantidade de carbono estocada na floresta. Em quanto tempo o Brasil será capaz de gerar esse tipo específico de dado e a que finalidades ele irá servir?

Esta é uma questão fundamental porque os estoques de carbono variam em uma floresta. Pode haver, por exemplo, casos de redução de desmatamento com aumento de emissões de CO2, se o desmatamento ocorrer em áreas de florestas com maiores estoques de carbono. O Imazon, por exemplo, já divulga, mensalmente, as estimativas das emissões comprometidas pelo desmatamento. Ou seja, isso é já uma realidade na Amazônia.

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Mini-bio do entrevistado: Carlos Souza Jr. Pesquisador sênior do Imazon. É geólogo pela Universidade Federal do Pará e mestre em Ciência dos Solos (Penn State University). Seu doutorado é em Geografia e foi na Universidade da Califórnia, Santa Bárbara.

Fonte-Forúm Amazônia Sustentável (08.11.2011)

This post was published on 2 de agosto de 2013

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