Organizações da sociedade civil e academia discutem plano de redução de desmatamento publicado pelo governo do Pará

Em agosto deste ano, o Governo do Pará instituiu por decreto o Plano Estadual Amazônia Agora. Um dos objetivos é diminuir o desmatamento no estado, que lidera as estatísticas de desmatamento na Amazônia. Para discutir as medidas propostas e eventuais lacunas desse plano, organizações que atuam no Pará promoverão a série de webinários “Debatendo o Plano Estadual Amazônia Agora  na visão da sociedade civil e academia”. 

De acordo com o último boletim do desmatamento divulgado pelo Imazon, um dos organizadores do evento, o Pará foi o responsável por mais da metade de todo o desmatamento na Amazônia em setembro. É o sexto mês consecutivo que o estado encabeça o ranking dos que mais derrubaram árvores na Amazônia. Dos dez municípios que mais desmataram, oito são paraenses. Altamira, no sudoeste do estado, aparece em primeiro lugar. Também fazem parte do ranking: São Félix do Xingu, Pacajá, Novo Progresso, Portel, Senador José Porfírio, Itaituba e Placas.

A pesquisadora Brenda Brito alerta que esse problema afeta diretamente todos nós, já que contribui com aumento de queimadas e de problemas respiratórios associados. “Além disso, o desmatamento emite gases do efeito estufa que levam ao aquecimento do planeta. E nós já estamos sentindo as consequências das mudanças climáticas na região Amazônia, com eventos climáticos extremos mais frequentes, como fortes secas e também chuvas mais intensas”, acrescenta. 

De acordo com a Elis Araújo, advogada do Programa Xingu do Instituto Socioambiental (ISA), é importante que o Pará tome medidas que visem combater o aumento do desmatamento e das emissões de gases do efeito estufa. “O Plano estadual Amazônia Agora traz metas e ações para essa finalidade, mas é importante que seja mais amplamente discutido com a sociedade civil e com a academia atuante no Estado, seja para amplificar seus aspectos positivos, construir parcerias e também identificar lacunas e propor aperfeiçoamentos”, afirma Elis. 

Além do Imazon, também participam da organização do evento: Instituto Socioambiental, Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB), Imaflora, Observatório do Manejo Florestal, Comunitário e Familiar, Instituto de Ciências Jurídicas da UFPA e a Clínica de Direitos Humanos da Amazônia da UFPA. “As instituições organizadoras dessa série de webinários querem promover esse diálogo mais amplo, mesmo com a limitação on line devido à pandemia. Queremos que o público possa conhecer mais sobre o plano, ouvir os pontos de vista das instituições da sociedade e academia, além de participar enviando perguntas e comentários”, afirma Manuel Amaral, Coordenador Executivo do IEB. 

  • Serviço

Webinários “Debatendo o Plano Estadual Amazônia Agora – a visão da sociedade civil e academia”

Dias 11, 12 e 18/11 e 02 e 09/12

Transmissão ao vivo pelo Facebook e YouTube do Imazon

A inscrição é gratuita e pode ser feita pelo site do evento

This post was published on 11 de novembro de 2020

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