Pesquisadores do Imazon escrevem carta ao futuro presidente dos EUA

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Os pesquisadores Beto Veríssimo e Paulo Barreto, a pedido da revista Americas Quartely, reuniram em uma carta sugestões de medidas a serem adotadas pelo futuro presidente dos EUA para auxiliar o Brasil a combater o desmatamento na Amazônia.

A revista convidou líderes regionais de toda a América Latina para responder a pergunta “O que você diria ao próximo presidente dos Estados Unidos?”. Os autores incluem um presidente, um procurador-geral, um ativista indígena, CEOs, especialistas, além de leitores.

Para os pesquisadores do Imazon, o próximo ocupante da Casa Branca deve fortalecer e expandir o acordo de apoio financeiro para combater o desmatamento na Amazônia Brasileira firmado entre Barack Obama e Dilma Roussef em junho de 2015. Mais rigor na entrada de madeira e gado estrangeiro nos Estados Unidos, investimento em base florestal e exploração de energia limpa também estão entre as medidas citadas na carta que pode ser lida na íntegra abaixo.

 

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Ajude o Brasil a Preservar a Amazônia (Help Brazil Preserve the Amazon

Por Beto Veríssimo e Paulo Barreto 

 

Em junho passado, o Presidente Barack Obama e a Presidente Dilma Rousseff, reunidos em Washington, declararam conjuntamente que o combate às mudanças climáticas requer “apoio financeiro robusto e contínuo”, e estabeleceram o compromisso dos EUA e do Brasil com um programa ambicioso destinado a ajudar os países em desenvolvimento a mitigar os efeitos do aquecimento global.

Este passo foi um marco. O próximo presidente dos EUA deveria fortalecer e expandir essa iniciativa, com especial atenção às ameaças sobre a Amazônia brasileira, onde é possível obter reduções significativas das emissões e do desmatamento com custos relativamente mais baixos.

O trabalho que ainda precisa ser feito é imenso. Entre 2004 e 2015, o Brasil obteve grande progresso ao reduzir as taxas de desmatamento em 80 por cento. Mesmo com esta grande redução, o desmatamento na Amazônia brasileira ainda é um dos maiores do mundo tropical. Nos últimos três anos, a região perdeu anualmente uma média de 5 mil quilômetros quadrados de floresta – que é equivalente ao tamanho do Distrito Federal.

O desmatamento zero deveria ser um objetivo. Contudo, alcançá-lo exige uma combinação de iniciativas de políticas públicas com a influência positiva do mercado. Por exemplo, os EUA e o Brasil deveriam expandir e aprofundar a cooperação (tais como o intercâmbio de dados sobre as licenças de exploração) a fim de implementar a Lei Lacey contra a extração ilegal de madeira. Ajudando o Brasil a implementar a total rastreabilidade do gado, os EUA facilitariam o cumprimento dos compromissos contra o desmatamento assumidos pelas empresas americanas e brasileiras.

Além disso, o Brasil poderia beneficiar-se da experiência dos EUA na gestão de parques nacionais para aliar esforços de conservação com o desenvolvimento econômico. Embora mais de 110 milhões de hectares da Amazônia sejam alocados como unidades de conservação (parques, florestas nacionais etc.), a geração de emprego e renda a partir dessas áreas representa apenas uma fração do seu potencial. O turismo e outras atividades desenvolvidas no sistema norte-americano de parques nacionais geraram US$ 32 bilhões e mantiveram cerca de 300 mil postos de trabalho em 2015. Uma iniciativa patrocinada por Washington para desenvolver a colaboração entre autoridades norte-americanas de parques federais e suas contrapartes brasileiras, incluindo autoridades responsáveis pela conservação no âmbito estadual e federal, seria um grande passo à frente.

O investimento no desenvolvimento de base florestal geraria ganhos ambientais e econômicos a ambos os países. Dessa forma, nossa expectativa é que você trabalhe juntamente com o Brasil para reforçar o já existente Programa Binacional de Investimentos em Florestas e Uso da Terra, convocando um fórum público-privado sobre Investimento Florestal Inovador a fim de melhorar o investimento florestal na região, incluindo a gestão de florestas naturais e reflorestamento.

 

Na declaração de junho de 2015, os EUA e o Brasil também se comprometeram a explorar projetos conjuntos de energia limpa. Estudos mostram que várias usinas hidrelétricas grandes propostas para a Amazônia pelo governo brasileiro são muito suscetíveis de aumentar o desmatamento e os conflitos com os povos indígenas. A cooperação com os Estados Unidos permitiria que o Brasil desenvolvesse outras fontes de energia limpa (por exemplo, solar, biomassa e eólica) e, assim, evitaria emissões por desmatamento e conflitos associados a usinas hidrelétricas.

A destruição da Amazônia aceleraria as mudanças climáticas, extinguiria milhares de espécies animais e vegetais únicas e traria sofrimento para seus povos indígenas. Conservá-la é um interesse tanto dos EUA como do Brasil.

This post was published on 12 de julho de 2016

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