Produtores familiares se formam como multiplicadores da restauração florestal no Pará

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Moradores de assentamentos irão recuperar a mata nativa em área desmatada equivalente a 400 campos de futebol

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Turma de agricultoras e agricultores em visita a um Sistema Agroflorestal (SAF) em Ulianópolis, no Pará (Foto: Fernanda da Costa/Imazon)

 

Um grupo de 34 agricultoras e agricultores familiares do Pará se formaram para serem agentes multiplicadores em restauração florestal. Moradores de assentamentos rurais do município de Ulianópolis, no Sudeste do estado, eles participaram do primeiro curso “Formar Restauração Florestal“, oferecido pelo Imazon e pelo IEB.

O objetivo da formação é fortalecer o conhecimento sobre sustentabilidade, reflorestamento e gestão produtiva para a agricultura familiar. E ela faz parte do projeto Floresta para Sempre, em que produtoras e produtores familiares se comprometeram em recuperar a floresta em uma área desmatada que soma 400 campos de futebol.

A capacitação foi dividida em três círculos formativos, que envolveram momentos em sala de aula e visitas de campo. A primeira etapa focou em debater questões relacionadas à adequação ambiental, como a necessidade de manter as Áreas de Preservação Permanente (APPs), e ao desenvolvimento sustentável. Já a segunda abordou os sistemas de produção sustentáveis, como os agroflorestais, e as diferentes formas de restauração florestal. Para encerrar, a terceira etapa discutiu estratégias de organização social, como associações e cooperativas, e de melhor inclusão e valorização dos produtos da biodiversidade e da agricultura familiar no mercado.

“O curso fez com que nossos agricultores tivessem uma mentalidade mais aberta na questão do reflorestamento e da preservação das APPs. O nosso principal retorno é esse, ver eles plantarem floresta e ainda conscientizarem outras pessoas sobre a preservação, não desmatando mais”, relata Manoel Batista, formando e presidente da comunidade Areia Branca, na área rural de Ulianópolis.

Agricultor e formando Manoel Batista, no centro (Foto: Armando Ribeiro/Imazon)

 

Uma das iniciativas do projeto foi levar os alunos a lotes com Sistemas Agroflorestais (SAFs) já consolidados, o que possibilitou que enxergassem na prática como gerar renda para as famílias com a floresta em pé.

“A minha comunidade é muito pobre de árvores, porque foi muito desmatada. Hoje, estamos começando um pequeno plantio de açaí e de cupuaçu. Eu espero que no futuro ele gere alimentos e renda para minha família e para as dos meus vizinhos”, afirma a formanda e produtora Ana Cleide Ferreira, da comunidade Planalto.

Agricultora familiar Ana Cleide Ferreira em sua propriedade, na comunidade Planalto, em Ulianópolis (Foto: Vitória Leona/Imazon)

 

A certificação ocorreu na última quinta-feira (11), na escola municipal da Areia Branca, mas formou pessoas de outras quatro comunidades rurais do município: Planalto, Boa Esperança, Concrem e Sapucaia.

Capacitação é fundamental para Brasil cumprir metas internacionais

O pesquisador do Imazon Paulo Amaral ressalta que é essencial incentivar a capacidade local na restauração florestal, pois essa é uma ação estratégica para o Brasil alcançar a  meta do Acordo de Paris de restaurar 12 milhões de hectares de florestas nativas até 2030. 

“Essa é a primeira semente para que o país consiga atingir esse compromisso. Agora, precisamos que essas produtoras e esses produtores cuidem das suas áreas em processo de restauração e de regeneração e também trabalhem com a produção sustentável em seus lotes. É por isso que trabalhamos nessa capacitação a visão integrada de sustentabilidade, olhando para a restauração, produção e conservação”, informa o pesquisador. 

Além disso, a formanda e jovem produtora Clara Ermita ressalta que o curso também conscientizou os moradores das comunidades sobre a importância e a urgência do combate ao desmatamento. 

“Um projeto como esse nos dá esperança de um futuro melhor, onde plantamos e vamos colher qualidade de vida. Restaurar nossas florestas é algo importante não apenas para nossas áreas, mas para o mundo inteiro, principalmente com o aquecimento global”, explica. 

Agricultora familiar Clara Ermita (centro) com os pesquisadores Paulo Amaral e Andréia Pinto, do Imazon (Foto: Armando Ribeiro/Imazon)

 

Até o momento, o projeto Floresta para Sempre já plantou aproximadamente 13,5 mil mudas de árvores nativas em áreas desmatadas nos assentamentos rurais de Ulianópolis. São oito espécies que vão gerar renda às famílias a curto, médio e longo prazo: açaí, pupunha, cacau, cupuaçu, ingá, buriti, castanha e andiroba.

Além disso, as agricultoras e agricultores familiares participantes do projeto também estão fazendo a condução da regeneração natural assistida em outros 300 hectares do município. Criado em 2018, o Floresta para Sempre também atua em Paragominas e Capitão Poço.

Conheça mais sobre o projeto Floresta para Sempre aqui

This post was published on 15 de maio de 2023

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