Projeto visa incentivar a pecuária sustentável na Amazônia

A Fundo Vale e a ONG Amigos da Terra fazem parceria para estimular uma pecuária sustentável nos Estados do Mato Grosso, Acre e Pará. O projeto prevê investimento anual de R$ 700 mil e parte do ponto que quanto mais sustentável for o produtor rural mais ele deve ganhar pelo gado vendido para abate. A parceria conta com o apoio de instituições como o Sindicato de Produtores Rurais de Paragominas, Imazon, Imaflora e TNC.

O Imazon deve fazer os estudos técnicos e cientifico das áreas de pasto. O TNC fica com a regularização legal das fazendas. Já o Imaflora vai fazer a certificação das fazendas.

O projeto deve demandar cinco anos para ser implantado. O Fundo Vale se compromete a financiar as atividades de articulações durante três, com a possibilidade de renovar a parceria.

Um dos pontos do programa diz respeito a remuneração diferenciada, em que o objetivo é levar os frigoríficos a reconhecer a necessidade de remunerar os produtores de acordo com o produto que oferecem. “Na pecuária você paga um preço médio igual para todos, o que desestimula o investimento na qualidade. Então vai se pagar diferenciado para cada categoria de qualidade, aumentando a competitividade no setor, o que também é importante para o mercado internacional”, diz o fundador e diretor da ONG Amigos da Terra, Roberto Smeraldi.

Além de estimular a economia pecuária, os frigoríficos vão contar com certificados de qualidade e poderão fidelizar os melhores fornecedores. Para fazer a transição deste setor, a Amigos da Terra entra com o plano de integração das cadeias de gado. O produtor que conseguir aumentar seu gado e ainda reduzir o desmatamento, além de valorizar seu produto, vai ter acesso privilegiado aos compradores. “Hoje a pecuária é feita sem nenhum cuidado, onde tem um boi é possível colocar três. Ao invés de produzir numa área maior, tem que produzir mais numa área menor”, explica Smeraldi.

Na Amazônia, 80% da sua área desmatada vêm das áreas para pastagem de gado. Smeraldi alega que, entre os 600 mil produtores de gado, já é possível notar uma diminuição no desmatamento, mas ainda é preciso investir muito para que sua redução seja significativa. “O bom manejo da pastagem não só presta um serviço ao meio ambiente, como melhora a qualidade do gado e causa menos impactos ambientais”, diz Roberto Smeraldi.

Fonte: Terra Brasil

This post was published on 31 de julho de 2013

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