Exportação de produtos da Amazônia brasileira representa apenas 0,17% em mercado de US$ 176,6 bilhões anuais, mostra estudo apoiado pelo Imazon

Foto: Reprodução do site Amazônia 2030

Dos 955 produtos exportados por empreendimentos sediados na Amazônia entre 2017 e 2019, apenas 64 (6,7%) foram classificados como “compatíveis com a floresta” por um estudo publicado neste mês dentro do projeto Amazônia 2030, que conta com a participação do Imazon. Além disso, a publicação mostrou que a exportação desses 64 produtos representa apenas 0,17% em um mercado de US$ 176,6 bilhões anuais. Ou seja: há um espaço enorme para o desenvolvimento econômico da região com a preservação ambiental.

A pesquisa “Oportunidades para Exportação de Produtos Compatíveis com a Floresta na Amazônia Brasileira”, de autoria do professor Associado da New York University Salo Coslovsky, listou mercadorias oriundas de extrativismo florestal não-madeireiro, sistemas agroflorestais, pesca e piscicultura tropical e hortifruticultura tropical na região. Segundo o estudo, a exportação desses produtos amazônicos representou quase US$ 300 milhões anuais entre 2017 e 2019, deixando o Brasil atrás de outros países “mais pobres, localizados em áreas tropicais úmida” como Vietnã, maior exportador de pimenta do gênero, e Bolívia e Peru, maiores exportadores de castanha sem casca.

Imagem retirada do estudo “Oportunidades para Exportação de Produtos Compatíveis com a Floresta na Amazônia Brasileira”

Em entrevista à repórter Daniela Chiaretti, do jornal Valor Econômico, Coslovsky afirmou que “uma série de políticas adotadas na Amazônia afastou a região de sua vantagem competitiva mais evidente que é a floresta, os rios, o clima equatorial”. Atualmente, conforme disse o pesquisador à reportagem, “quem tem dinamismo na Amazônia são monocultivos mecanizados, enclaves de mineração, o polo industrial de Manaus”.

Imagem retirada do estudo “Oportunidades para Exportação de Produtos Compatíveis com a Floresta na Amazônia Brasileira”

Coslovsky também afirmou ao veículo que “a região virou as costas para a floresta” e que a pesquisa mostrou que isso “é um desperdício, porque as oportunidades são imensas”. Na conclusão do estudo, o pesquisador sugeriu que “uma melhor compreensão sobre como esses empreendimentos podem adquirir as competências necessárias para aprimorar e disseminar suas capacidades pode revelar um caminho pragmático para o desenvolvimento econômico da região”.

Imagem retirada do estudo “Oportunidades para Exportação de Produtos Compatíveis com a Floresta na Amazônia Brasileira”

Conheça o projeto

O projeto Amazônia 2030 é uma iniciativa de pesquisadores para desenvolver um plano de ações para a Amazônia brasileira. O objetivo é que a região tenha condições de alcançar um patamar maior de desenvolvimento econômico e humano e atingir o uso sustentável dos recursos naturais em 2030. 

Participam da iniciativa o Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), Centro de Empreendedorismo da Amazônia, Climate Policy Initiative (CPI) e Departamento de Economia da PUC-Rio.

Leia mais sobre a pesquisa no site do projeto Amazônia 2030
Baixe o estudo completo aqui