Nas regiões Sul e Sudeste do Brasil concentra-se o maior e mais intenso consumo de madeira tropical do mundo: mais que o dobro do que é importado pelos 15 países da União Européia. De cada cinco árvores cortadas na Amazônia, uma é destinada ao mercado do estado de São Paulo.
A falta de dados confiáveis sobre consumo de madeira – resultante de vários fatores, entre os quais destaca-se o altíssimo índice de ilegalidade na extração – tem contribuído para esconder essa realidade e desviar a atenção dos responsáveis pela elaboração de políticas assim como das entidades da sociedade civil, tanto brasileiras quanto estrangeiras. Em decorrência disto, o enfoque principal de políticas e campanhas tem se limitado à parcela da madeira para exportação, que chega apenas a 14% do volume extraído na Amazônia. Este documento representa a primeira tentativa de caracterizar os fluxos de comercialização e o consumo de madeira da Amazônia.
Estratégias de mercado visando promover o manejo sustentável das florestas – tais como a certificação voluntária com base em padrões ambientais e sociais, no âmbito do Conselho de Manejo Florestal (FSC) – podem influenciar concretamente a realidade da exploração, mas apenas na medida em que conseguirem afetar o mercado interno, em particular o do Sul e Sudeste do País.
Tudo indica que este enorme mercado consumidor não foi até agora atingido por preocupações acerca da origem da madeira. Apesar de pesquisas que apontam para genéricas preocupações ambientais, a grande maioria dos consumidores finais e dos intermediários – com algumas notáveis exceções – mostram desconhecimento e ceticismo em relação à real possibilidade de distinguir entre a madeira produzida de forma ilegal e aquela oriunda de manejo sustentável.
Contudo, acaba de ser realizado um primeiro importante acordo com uma grande empresa do setor de móveis e acessórios, que visa dar prioridade aos fornecedores de madeira que ofereçam produtos oriundos de florestas certificadas.
As entidades Amigos da Terra – Programa Amazônia, Instituto de Manejo Florestal e Agrícola (IMAFLORA) e Instituto do Homem e Meio Ambiente na Amazônia (IMAZON) formularam também uma estratégia para favorecer e estimular a adoção da certificação independente e voluntária no Brasil. Para tanto, são identificadas quatro áreas principais de ação, a saber: (i) medidas e práticas no âmbito das políticas públicas; (ii) instrumentos econômicos e de mercado; (iii) ações dirigidas aos intermediários, e (iv) campanhas de conscientização do consumidor final.
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This post was published on 6 de maio de 1999
Letter from the Executive Board Hope. This was the feeling that overflowed through the veins…
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