Título Amazônia Sustentável: limitantes e oportunidades para o desenvolvimento rural
Autores Robert R. Schneider

Eugênio Arima

Adalberto Veríssimo

Paulo Barreto

Carlos Souza Júnior

Ano de publicação 2000
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Captura de tela 2025 06 18 112611 224x300 - Amazônia Sustentável: limitantes e oportunidades para o desenvolvimento ruralResumo

O objetivo deste relatório é fornecer uma base de informações para que os tomadores de decisão, agentes econômicos e a sociedade civil possam garantir que o solo na Amazônia seja mantido em seu mais alto valor de uso econômico e biológico. Para isso, analisamos o atual padrão de uso do solo (exploração madeireira e pecuária) e as condições naturais do ecossistema amazônico, em especial o regime pluviométrico, a duração do período seco e a drenagem. A seguir, os principais resultados do relatório. Primeiro, o sucesso da agricultura na Amazônia é fortemente influenciado pelo total de chuvas e duração da estação seca. Na medida em que a pluviosidade aumenta, ocorre uma redução da produtividade agrícola e conseqüente diminuição da rentabilidade econômica. Isso porque, nos trópicos, o clima quente e úmido e a ausência de estações distintas oferecem as condições ideais para a proliferação de pragas e doenças. Além disso, a ausência de uma estação seca marcante aumenta os custos de construção e manutenção de estradas e torna onerosa a colheita mecanizada. Em nossa analise, dividimos a Amazônia Legal (5 milhões de km2) em três zonas de chuva: seca (menos de 1.800 mm/ ano), de transição (entre 1.800 mm e 2.200 mm/ano) e úmida (> 2.200 mm/ano). A análise estatística mostra que, mantendo-se outros fatores constantes, níveis maiores de pluviosidade na Amazônia reduzem a conversão da terra para agricultura e a produtividade do pasto. Além disso, nas áreas mais chuvosas ocorre um aumento da taxa de abandono e degradação do solo. abandono da terra cresce à medida que o nível de pluviosidade aumenta, atingindo aproximadamente 20% de toda área em uso agrícola na zona úmida. Essa taxa de abandono cresce na zona úmida mesmo em áreas mais próximas a grandes cidades (mercado) e com boa infra-estrutura de transporte. Isto sugere que mesmo essas condições favoráveis não são suficientes para superar os prejuízos causados pelo excesso de chuvas. Segundo, se as forças de mercado atuarem livremente na região, o uso do solo será baseado na exploração madeireira predatória associada à pecuária extensiva. Nesse caso, o uso do solo dos municípios da Amazônia tenderá a seguir o ciclo “boom-colapso” econômico. Ou seja, nos primeiros anos ocorre um rápido crescimento (boom) seguido de um severo declínio em renda e emprego (colapso). Esse padrão é evidente nas fronteiras madeireiras mais antigas como Paragominas, no leste do Pará. O efeito do esgotamento dos recursos madeireiros sobre a economia local tem sido menor na Amazônia seca (< 1.800 mm/ano) e nas áreas mais secas da zona de transição, tais como as antigas fronteiras madeireiras: Sinop (centro-norte do Mato Grosso) e corredor Vilhena-Ji Paraná (Rondônia). Isso porque nessas áreas tem sido possível desenvolver uma economia alternativa com base na agricultura (em especial, grãos). Terceiro, na maioria das terras da Amazônia (em especial, na zona úmida) a exploração madeireira manejada poderia oferecer uma economia mais estável (renda, empregos e impostos) do que aquela gerada pela agricultura(…).


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