Recentemente, governo brasileiro anunciou uma meta de restauração e reflorestamento de 12 milhões de hectares até 2030. Segundo estudos recentes do Imazon, somente o estado do Pará poderia contribuir com 25% da meta nacional de restauração estipulada em acordos internacionais, caso restaurasse todo seu passivo de área de preservação permanente (APP) e Reserva Legal (RL).
Na publicação “Avaliação e modelagem econômica da restauração florestal no estado do Pará”, a empresa de consultoria Terra nativa e o Imazon mostraram que o custo da restauração no estado do Pará pode ser reduzido, ou até mesmo superado, pelos benefícios econômicos que a restauração pode proporcionar. No melhor cenário, o custo de implantação da restauração para sanar o déficit de APPs foi estimado entre R$ 2,5 a 3,5 bilhões, ao longo de 11 anos. Porém, esse custo pode ser reduzido em até 74% se considerarmos os retornos econômicos com a venda de créditos de carbono.
Para a RL, os resultados são mais animadores. A venda de créditos de carbono pode cobrir até 92% dos custos de restauração (estimado em R$ 5,2 Bi), enquanto o SAFs em pequenas propriedades pode pagar pela restauração e gerar até R$ 400 milhões por ano. Para médios e grandes produtores, a exploração madeireira em 50% da RL pode gerar um retorno até cinco vezes maior que o custo da restauração, dependendo da espécie explorada.
Também foi estimado o custo de oportunidade da terra em até R$ 1,7 bilhão em APPs e 3,7 bilhões em RL, ou seja, as perdas de receitas nas atividades agropecuárias em terras destinadas à restauração. Porém, este é um custo que pode ser compensado com o aumento de produtividade das culturas agropecuárias e valorização da terra.
Ressaltamos que, na prática, parte do déficit florestal das propriedades rurais será resolvido via mecanismos de compensação, outra opção dada pela lei ambiental brasileira. Isso significa que o custo total da restauração de RL deve reduzir, porém, as políticas de regulamentação da compensação têm avançado pouco.
As principais recomendações para tornar a restauração factível são: (i) investir em P&D para produção de espécies nativas; (ii) estabelecer uma estratégia estadual a partir das áreas prioritárias para conservação ambiental; (iii) implementar mecanismos de incentivo à restauração, incluindo financiamento com condições mais atrativas e vinculado à produção agropecuária.
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This post was published on 2 de fevereiro de 2017
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