Brandão Jr., A., Barreto, P., Souza Jr., C. & Brito, B. 2015. Evolução das emissões de gases de efeito estufa no Brasil (1990-2013) Setor de Mudança de Uso da Terra (p. 29) Belém: Imazon.
Neste documento, analisamos as estimativas de emissões do setor de Mudança de Uso da Terra (MUT) que foram geradas pelo Sistema de Estimativas de Emissões de Gases de Efeito Estufa (SEEG) para o período de 1990 a 2013. O projeto SEEG é uma iniciativa do Observatório do Clima (OC) – uma rede de instituições da sociedade civil. As emissões do SEEG cobrem os setores de MUT, Agropecuária, Energia, Indústria e Resíduos. O Imazon foi responsável por calcular as estimativas de emissões do setor MUT a partir das metodologias desenvolvidas pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas das Nações Unidas (IPCC – em inglês) e pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI).
As fontes de emissões do setor MUT englobam as alterações da paisagem, a queima de resíduos florestais e a calagem de solos. As fontes de remoções são contabilizadas em separado e são aquelas relativas às florestas localizadas em Áreas Protegidas que não foram convertidas em outros usos (por exemplo, desmatamento) conforme metodologia do Inventário Brasileiro de Emissões e Remoções Antrópicas de GEE. A soma das emissões e remoções resulta nas emissões líquidas.
No Brasil, o setor MUT gerou, até 2013, cerca de 30 milhões de t CO2e, o que representou 62% das emissões nacionais para o mesmo período. Em segundo lugar, o setor Agropecuário contribuiu com 17%, seguido pelo setor de Energia com 15%. O desmatamento é a principal fonte de emissão do setor MUT, somente o bioma Amazônia, por exemplo, contribuiu com 43% das emissões brasileiras. Portanto, as ações de redução de emissões desse setor devem estar atreladas às estratégias de redução de desmatamento brasileiras.
Desde 2009, através da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), o Brasil estabeleceu metas de redução de emissões a serem alcançadas até 2020. Apresentamos, nas próximas seções, as emissões do setor MUT no contexto das emissões nacionais e uma análise de como o Brasil está em relação às metas de redução. Por fim, recomendamos ações para acelerar a redução das emissões de GEE.
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