A pecuária bovina brasileira vem sendo pressionada a adotar padrões mais modernos de desempenho socioambiental, sanitário e econômico. Estas pressões têm resultado em iniciativas para melhorar o desempenho da pecuária típica cuja produtividade é baixa. Uma dessas iniciativas foi o Projeto Pecuária Verde liderado pelo Sindicato de Produtores Rurais de Paragominas, no leste do Pará. O projeto, iniciado em 2011, visa melhorar o desempenho das fazendas considerando quatro aspectos: i) aumentar a rentabilidade das fazendas por meio do aumento da produtividade, ii) melhorar o bem-estar dos animais, que afeta a produtividade, e a segurança e bem-estar dos funcionários, iii) melhorar o desempenho ambiental, planejando o uso do solo com base no potencial agropecuário e realizando a restauração de áreas desmatadas ilegalmente ou que não têm aptidão agropecuária e iv) capacitar e valorizar os trabalhadores.
Neste trabalho, avaliamos o desempenho financeiro e a satisfação dos trabalhadores das cinco fazendas participantes do projeto e comparamos com fazendas típicas fora do projeto. Esta análise visa contribuir com os debates sobre o potencial e barreiras para a melhoria do desempenho socioeconômico e ambiental da pecuária na Amazônia.
As fazendas do projeto conseguiram aumentar a produtividade em cerca de quatro vezes em comparação com as fazendas típicas (de cinco para 20 arrobas de carcaça peso vivo por hectare por ano). As fazendas que aumentam a produtividade são mais lucrativas e apresentaram maiores índices de satisfação dos trabalhadores em relação às condições de trabalho em comparação com as fazendas fora do projeto, respectivamente 65% versus 44%.
Entretanto, as vantagens financeiras do aumento de produtividade não garantem a rápida evolução da pecuária na região. Por exemplo, dados da Embrapa e do Inpe mostram que entre 2008 e 2012 a área desmatada na Amazônia aumentou 6,2%, enquanto que a de pasto limpo (que indica boa manutenção e melhor produtividade) cresceu apenas 2,9%.
Vários fatores inibem a adoção de melhores práticas e o combate ao desmatamento ilegal ainda é falho. Por exemplo, o diretor de crédito rural do Banco do Brasil no Pará declarou que deixa de investir cerca de R$ 2,5 bilhões por ano no Estado por falta de regularização fundiária e ambiental de imóveis rurais. A impunidade de crimes ambientais ainda predomina – o governo federal arrecadou apenas 1,8% do valor de multas ambientais aplicadas no Brasil entre 2009 e 2013 segundo dados do Tribunal de Contas da União.
Na última seção do trabalho resumimos as medidas para facilitar os investimentos em práticas mais sustentáveis e para fortalecer o combate ao desmatamento ilegal.
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This post was published on 2 de dezembro de 2014
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