Dados do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Imazon indicam que, somente no último mês de fevereiro, 102 km² de floresta foram derrubados. O número é 10% superior à área total desmatada em fevereiro do ano passado. A destruição da floresta neste ano já preocupa, pois em janeiro também foi registrada alta nos índices de desmatamento.
O Pará é responsável por 30% da devastação da Amazônia. Pelo oitavo mês consecutivo, o estado aparece no topo do ranking dos que mais desmatam na região. Em seguida vem o Mato Grosso (29%), Roraima (12%), Amazonas (10%), Rondônia (9%), Tocantins (7%), Amapá (2%) e Acre (1%).
Novo Progresso, sudeste do Pará, foi o município que mais registrou desmatamento no mês de fevereiro. São Félix do Xingu, também no Pará, e Lagoa da Confusão (TO) também aparecem no topo o ranking dos municípios que mais destroem a floresta na região. O estado do Tocantins possui ainda a Terra Indígena e a unidade de conservação líderes em desmatamento no mês.
A Unidade de Conservação Parna do Araguaia, sudeste tocantinense, aparece em primeiro lugar no ranking das UCs com maior área de floresta derrubada. A APA Triunfo do Xingu e a Resex Guariba-Roosevelt ocupam a segunda e a terceira posição do ranking, respectivamente.
Já no ranking das Terras Indígenas mais desmatadas, a TI Inãwébohona, no Tocantins, é a primeira da lista que traz ainda as TIs Uaçá I e II (AP), Yanomami (AM), Raposa Serra do Sol (RR), Kayapó (PA) e Apyterewa (PA).
Degradação – Em fevereiro, o sistema de monitoramento do Imazon detectou 37 km² de degradação na Amazônia Legal. No ano passado, não houve registro desse tipo de destruição da floresta durante o mês. A maior parte da degradação em fevereiro deste ano foi detectada no Mato Grosso (38%), Rondônia (32%), Amazonas (22%), Pará (5%) e Roraima (3%).
Desmatamento e degradação – O Imazon classifica desmatamento como o processo de realização do corte raso, que é a remoção completa da vegetação florestal. Na maioria das vezes, essa floresta é convertida em áreas de pasto. Já a degradação é caracterizada pela extração das árvores, normalmente para fins de comercialização da madeira. Outros exemplos de degradação são os incêndios florestais, que podem ser causados por queimadas controladas em áreas privadas para limpeza de pasto, por exemplo, mas que acabam atingindo a floresta e se alastrando.
SAD – O Sistema de Alerta de Desmatamento é uma ferramenta de monitoramento, baseada em imagens de satélites, desenvolvida pelo Imazon para reportar mensalmente o ritmo do desmatamento e da degradação florestal da Amazônia. Operando desde 2008, atualmente o SAD utiliza os satélites Landsat 7 (sensor ETM+), Landsat 8 (OLI), Sentinel 1A e 1B, e Sentinel 2A e 2b (MSI) com os quais é possível detectar desmatamentos a partir de 1 hectare mesmo sob condição de nuvens.
Imazon – O Imazon é um instituto brasileira de pesquisa, sem fins lucrativos, composto por pesquisadores brasileiros, fundado em Belém há 30 anos. Através do sofisticado Sistema de Alerta do Desmatamento (SAD), a organização realiza, há mais de uma década, o trabalho de monitoramento e divulgação de dados sobre o desmatamento e degradação da Amazônia Legal, fornecendo mensalmente alertas independentes e transparentes para orientar mudanças de comportamento que resultem em reduções significativas da destruição das florestas em prol de um desenvolvimento sustentável.
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