Em abril de 2015, mais da metade (55%) da área florestal da Amazônia Legal estava coberta por nuvens, uma cobertura ligeiramente inferior a de abril de 2014 (59%). Os Estados com maior cobertura de nuvem foram Amapá (86%), Roraima (76%) e Pará (64%). Sob essas condições de nuvem, foram detectados, pelo SAD, 137 quilômetros quadrados de desmatamento na Amazônia em abril de 2015. Isso representa um aumento de 36% em relação a abril de 2014 quando o desmatamento somou 101 quilômetros quadrados.
A maioria do desmatamento ocorreu no Mato Grosso (67%) e, em menor proporção, em Rondônia (15%), Pará (11%), Amazonas (3%), Roraima (3%) e Acre (1%).
O desmatamento acumulado no período de agosto de 2014 a abril de 2015, correspondendo aos nove primeiros meses do calendário de medição do desmatamento, atingiu 1.898 quilômetros quadrados. Houve aumento de 187% do desmatamento em relação ao período anterior (agosto de 2013 a abril de 2014) quando atingiu 662 quilômetros quadrados.
As florestas degradadas na Amazônia Legal somaram 75 quilômetros quadrados em abril de 2015. Em relação a abril de 2014 houve uma redução de 60%, quando a degradação florestal somou 189 quilômetros quadrados.
De acordo com o SAD, o desmatamento (supressão total da floresta para outros usos alternativos do solo) atingiu 137 quilômetros quadrados em abril de 2015 (Figura 1 e Figura 2).
Figura 1. Desmatamento de agosto de 2013 a abril de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Figura 2. Desmatamento e Degradação Florestal na Amazônia Legal em abril de 2015 (Fonte: Imazon/ SAD).
Em abril de 2015, o desmatamento se concentrou em grande parte no Mato Grosso (67%) e Rondônia (15%), com menor ocorrência no Pará (11%), Amazonas (3%), Roraima (3%) e Acre (1%) (Figura 3).
O desmatamento acumulado no período de agosto de 2014 a abril de 2015, correspondendo aos nove primeiros meses do calendário oficial de medição do desmatamento, atingiu 1.898 quilômetros quadrados. Houve aumento de 187% do desmatamento em relação ao período anterior (agosto de 2013 a abril de 2014) quando atingiu 662 quilômetros quadrados.
Figura 3. Percentual do desmatamento nos Estados da Amazônia Legal em abril de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
Considerando os nove primeiros meses do calendário atual de desmatamento (agosto de 2014 a abril de 2015), o Mato Grosso lidera o ranking com 39% do total desmatado no período. Em seguida aparece Pará (24%) e Rondônia (19%). Em termos relativos, houve aumento expressivo de 364% no Mato Grosso e 221% no Pará.
Em termos absolutos, o Mato Grosso lidera o ranking do desmatamento acumulado com 733 quilômetros quadrados, seguido pelo Pará (449 quilômetros quadrados) e Rondônia (367 quilômetros quadrados) (Tabela 1).
Tabela 1. Evolução do desmatamento entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2013 a abril de 2014 e agosto de 2014 a abril de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
*Os dados do Maranhão não foram analisados.
Em abril de 2015, o SAD registrou 75 quilômetros quadrados de florestas degradadas (florestas intensamente exploradas pela atividade madeireira e/ou queimadas) (Figuras 2 e 4). Desse total, a grande maioria (99%) ocorreu no Mato Grosso, seguido pelo Pará (1%).
Figura 4. Degradação Florestal de agosto de 2013 a abril de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/SAD).
Tabela 2. Evolução da degradação florestal entre os Estados da Amazônia Legal de agosto de 2013 a abril de 2014 e agosto de 2014 a abril de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
*Os dados do Maranhão não foram analisados.
Em abril de 2015, a maioria (87%) do desmatamento ocorreu em áreas privadas ou sob diversos estágios de posse. O restante do desmatamento foi registrado em Assentamentos de Reforma Agrária (8%), Terras Indígenas (1%) e Unidades de Conservação (4%) (Tabela 3).
Tabela 3. Desmatamento por categoria fundiária em abril de 2015 na Amazônia Legal (Fonte: Imazon/ SAD).
O SAD registrou 11 quilômetros quadrados de desmatamento nos Assentamentos de Reforma Agrária em abril de 2015 (Figura 5). Os Assentamentos mais afetados pelo desmatamento foram PDS Esperança (Altamira; Pará), PA Rio Juma (Apuí; Amazonas) e PA Lajes (Machadinho do Oeste; Rondônia).
Figura 5. Assentamentos de Reforma Agrária mais desmatados na Amazônia Legal em abril de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
No mês de abril de 2015, o SAD detectou 6 quilômetros quadrados de desmatamento em Unidades de Conservação (Figura 6). No caso das Terras Indígenas, em abril de 2015 foi detectado apenas 1 quilômetro quadrado de desmatamento na TI Zoró (Mato Grosso).
Figura 6. Unidades de Conservação mais desmatadas na Amazônia Legal em abril de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
Em abril de 2015, os municípios mais desmatados foram: Nova Maringá (Mato Grosso) e Altamira (Pará) (Figura 7 e 8).
Figura 7. Municípios mais desmatados na Amazônia Legal em abril de 2015 (Fonte: Imazon /SAD).
Figura 8. Municípios com maiores áreas desmatadas na Amazônia Legal em abril de 2015 (Fonte: Imazon/SAD).
Em abril de 2015, foi possível monitorar com o SAD 45% da área florestal na Amazônia Legal. Os outros 55% do território florestal estavam cobertos por nuvens, o que dificultou a detecção do desmatamento e da degradação florestal. Os Estados com maior cobertura de nuvem foram Amapá (86%), Roraima (76%) e Pará (67%). Em virtude disso, os dados de desmatamento e degradação florestal em abril de 2015 podem estar subestimados (Figura 9).
* A parte do Maranhão que integra a Amazônia Legal não foi analisada.
Figura 9. Área com nuvem e sombra em abril de 2015 na Amazônia Legal.
Desde agosto de 2012 a detecção de alertas de desmatamento e degradação florestal do vem sendo realizada na plataforma Google Earth Engine (EE), com a nova versão SAD EE. Esse sistema foi desenvolvido em colaboração com a Google e utiliza o mesmo processo já utilizado pelo SAD 3.0 (Quadro I), com imagens de reflectância do MODIS para gerar os alertas de desmatamento e degradação florestal.
Desde agosto de 2009, o SAD apresentou algumas novidades. Primeiro, criamos uma interface gráfica para integrar todos os programas de processamento de imagem usados no SAD. Segundo, começamos a computar o desmatamento em áreas que estavam cobertas por nuvens nos meses anteriores em uma nova classe. Por último, o desmatamento e a degradação são detectados com pares de imagens NDFI em um algoritmo de detecção de mudanças. O método principal continua o mesmo do SAD 2.0 como descrito abaixo.
O SAD gera mosaico temporal de imagens MODIS diárias dos produtos MOD09GQ e MOD09GA para filtragem de nuvens. Em seguida, utilizamos uma técnica de fusão de bandas de resolução espectrais diferentes, ou seja, com pixels de diferentes tamanhos. Nesse caso, fizemos a mudança de escala das 5 bandas com pixel de 500 metros do MODIS para 250 metros. Isso permitiu aprimorar o modelo espectral de mistura de pixel, fornecendo a capacidade de estimar a abundância de Vegetação, Solos e Vegetação Fotossinteticamente Não-Ativa (NPV do inglês – Non-Photosynthetic componentes (Vegetação, Solo e Sombra) para calcular o NDFI, com a equação abaixo:
NDFI = (VGs – (NPV + Solo)
(VGs +NPV+Solo)
Onde VGs é o componente de Vegetação normalizado para sombra dado por:
VGs = Vegetação/(1- Sombra)
O NDFI varia de -1 (pixel com 100% de solo exposto) a 1 (pixel com > 90% com vegetação florestal). Dessa forma, passamos a ter uma imagem contínua que mostra a transição de áreas desmatadas, passando por florestas degradadas, até chegar a florestas sem sinas de distúrbios.
A detecção do desmatamento e da degradação passou esse mês com a diferença de imagens NDFI de meses consecutivos. Dessa forma, uma redução dos valores de NDFI entre -200 e -50 indica áreas possivelmente desmatadas e entre -49 e -20 com sinais de degradação.
O SAD 3.0 Beta é compatível com as versões anteriores (SAD 1.0 e 2.0), porque o limiar de detecção de desmatamento foi calibrado para gerar o mesmo tipo de resposta obtida pelo método anterior.
O SAD já está operacional no Estado de Mato Grosso desde agosto de 2006 e na Amazônia Legal desde abril de 2008. Nesse boletim, apresentamos os dados mensais gerados pelo SAD de agosto de 2014 a abril de 2015.
This post was published on 14 de maio de 2015
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